10 coisas a saber sobre centros de reabilitação de drogas

10 coisas que ajudam um viciado em drogas a se recuperar além dos centros de reabilitação.

Beth Proenca Bonilha

Pessoas que precisam de reabilitação por serem dependentes químicos, necessitam de cuidados especializados. Há pouco tempo e provavelmente ainda hoje em muitos locais, essas pessoas eram ou são encaminhadas para internação em hospitais psiquiátricos e tratadas com medicamentos, os mesmos psicotrópicos que se direcionam a uma pessoa com doença mental, isso quando não é feito tratamento de choque, isolamento, entre outros. O que se mostrou ao longo do tempo é que nem sempre se consegue a reabilitação, na realidade, são casos totalmente distintos.

São tantos os casos que o poder público não consegue atender a demanda, como por exemplo, a “Cracolândia” que são locais tomados por grupos de viciados que passam dia e noite se drogando. Esses locais têm se espalhado pelo país, pincipalmente nas grandes capitais.

Com essa grande necessidade, aumentou muito a abertura de clínicas particulares e/ou vinculadas a alguma denominação religiosa ou instituição filantrópica que cobram para tratar o dependente, normalmente estipulam um prazo de tratamento.

Porém, as estatísticas mostram que a reincidência, ou seja, o retorno ao vício das pessoas que passam por essas clínicas é muito grande. Por que será que isso acontece?

Segundo o Dr. Ronaldo Laranjeira – Médico Psiquiatra PhD em dependência química na Inglaterra e coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas na Faculdade de Medicina da UNIFESP (Universidade Federal do Estado de São Paulo) – em entrevista conduzida pelo Dr. Drauzio Varella em seu site explica por que a reabilitação é tão difícil e por qual motivo a reincidência é grande, mesmo após o tratamento em centros de reabilitação. Ele explica que:

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“A dependência é fruto do mecanismo psicológico que a um só tempo induz o indivíduo a buscar o prazer e evitar o desprazer, e fruto das alterações cerebrais que a droga provoca. Essa interação entre aspectos psicológicos e efeito farmacológico vai determinar o perfil dos sintomas de abstinência de cada pessoa. A compulsão é menor naquelas que toleram a abstinência um pouco mais e maior nas que a inquietação é intensa diante do menor sinal da síndrome de abstinência.

Conforme palavras do Dr. Ronaldo, “a reabilitação muito depende dos aspectos psicológicos e o perfil de cada pessoa. Sabendo disso é importante buscar o Centro de Reabilitação que possa atingir estas necessidades do dependente.”

Segundo orientação do DENARC (Divisão Estadual de Narcóticos), listamos algumas observações importantes para quem procura por um Centro de Reabilitação:

  1. O tratamento que a clínica oferecer deve ser individualizado, deve ser projetado de acordo com as necessidades do paciente e de seus familiares, lembrando que quase sempre a família precisa ser tratada, pois está tão doente quanto o dependente químico.

  2. É importante saber qual a abordagem da clínica, ou seja, que tipo de terapia é seguido. Existem clínicas que atuam com terapia em grupo, com medicamentos, internação ou reuniões e/ou encontros periódicos entre os dependentes e terapeutas psicólogos, e outros momento para os familiares.

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  3. A família deve procurar saber tudo sobre a clínica, seu histórico de sucesso, conversar com recuperados e seus familiares.

  4. Lembre-se que a internação não é o único recurso de tratamento, por isso ouça a opinião de mais de um especialista e instituições, inclusive o atendimento público.

  5. Uma crença religiosa é muito importante no tratamento de um dependente químico, por isso observe se a clínica professa alguma crença religiosa, se isso não irá conflitar com a crença que o paciente e sua família já seguem.

  6. Estatisticamente os relatos de maior sucesso na reabilitação, segundo o DENARC, são de grupos liderados por ex-dependentes por estes perceberem a doença de outra maneira. Essa é uma dica que se deve observar quando for escolher o local de tratamento.

  7. Conheça, além da abordagem, o local, as instalações, faça uma visita e observe atentamente o comportamento dos internos e dos funcionários.

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  8. Leia atentamente o contrato antes de assinar, se possível leve para ser analisado por alguém com conhecimentos jurídicos.

  9. Esteja ciente das normas e regras que regem a instituição ou clínica, e assim analise se o paciente e seus familiares estão dispostos a seguir e cumprir com as determinações.

  10. Assegure-se de que a clínica é registrada nos órgãos públicos competentes e que estão em situação atuais legalmente aptas a atuar. Da mesma forma consulte legalmente o registro e formação dos especialistas que atendem no local.

Concluindo este artigo, quero deixar uma reflexão aos leitores sobre o crescente índice de pessoas viciadas em drogas, e o que é pior, a drástica redução na idade destes dependentes, hoje por volta dos oito e dez anos, quando não muito antes, com hábitos que levarão a dependência de drogas mais pesadas e a necessidade de tratamento.

A melhor saída para evitar esse mal é a PREVENÇÃO que segundo o dicionário Aurélio é: “Vir antes, avisar, preparar, impedir que se realize… Prevenção é o ato ou efeito de prevenir, disposição ou preparo antecipado”.

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Prevenção é trabalhar com valores que dão sentido à vida, potencializar o projeto existencial de cada ser humano.

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Beth Proenca Bonilha

Graduada em Administração de Empresas com MBA em Empreendedorismo. Casada mãe de 6 filhos, avó de 2 netos. Atua profissionalmente como Analista Instrutora da Educação Empreendedora no SEBRAE - SP. Como hobby gosta de artesanato, música e leitu