A ameaça da tecnologia ao seu casamento

O que costumava ser impossível agora é parte do cotidiano.

Nicole Burkholder

Este artigo foi originalmente publicado no blog “365(ish) days of Pinterest” e republicado aqui com permissão da autora Nicole Burkholder, traduzido e adaptado por Stael Pedrosa Metzger.

Eu não tinha um telefone celular na escola (suspiro). Ninguém tinha. Nós não tínhamos “internet”. O Google não era um substantivo, e muito menos um verbo. Quando eu estava em transição de estudante do ensino médio à universidade, a tecnologia estava explodindo. Eu tive meu primeiro celular quando era caloura na faculdade. Ele ficava desligado e trancado no porta-luvas do meu carro. Era apenas para emergências, já que as chamadas custavam zilhões de dólares. Também pesava 40 kg e era do tamanho de um cachorro, então eu não me sentia tentada a andar com ele. Mas eu era considerada “descolada” por ter um.

Avançando para o meu último ano na faculdade e a preparação para meu casamento. Eu ainda não tinha um celular – como os que algumas crianças ricas carregavam, mas não era tão popular ainda. Quando penso o quanto mais fácil teria sido encontrar meu namorado/noivo no campus se tivéssemos telefones… Oh, o tempo economizado. Sem desperdiçar dinheiro em cartões para usar no estúpido telefone público do corredor. Sem ter que esperar uma eternidade para alguém atender ao telefone do dormitório. Sem esperar outra eternidade enquanto alguém gritava a plenos pulmões “JARED… JARED… Sua NAMORADA está no telefone.” Sem ter que esperar até que alguma alma caridosa finalmente pegasse o telefone abandonado para me informar que Jared tinha saído para trabalhar três horas atrás e não estaria em casa até depois do toque de recolher. Cara, as coisas teriam sido muito mais fáceis! Então, novamente, me meter em problemas teria sido muito mais facilmente evitável se tivéssemos mensagens de texto, Facebook e Twitter ao invés de sermos desinformadas crianças com hormônios em fúria. Estou sinceramente feliz que conseguimos bem a tempo!

Estamos casados há quase 13 anos, e as mudanças na tecnologia durante esse tempo são surpreendentes. Casamos-nos dois anos antes de eu ter um telefone celular. Logo depois as mensagens de texto se tornaram disponíveis e, finalmente, a preços acessíveis. Poucos anos depois, o Facebook entrou em cena como algo não apenas para jovens universitários mais. Nós nos adaptamos a novas tecnologias e as mídias sociais se tornaram disponíveis. Mas eu gostaria que pudéssemos voltar no tempo e sermos ensinados ainda crianças e jovens como lidar com a tecnologia disponível. Não houve preparação para o ataque da mídia com a qual lidamos diariamente. Quando estávamos fazendo o nosso aconselhamento pré-marital, não houve uma sessão dedicada a manter nosso casamento resguardado de problemas que possam surgir através do Facebook. Não houve orientações sobre como se comunicar com seu cônjuge usando mensagens de texto.

Não me interpretem mal, eu amo os progressos que nós alcançamos em tecnologia (por “nós”, quero dizer, as pessoas sem rosto, sem nome, com QI de 850 que habitam o vale do Silício). Eu tenho um site/blog, uma página no Facebook (pessoal e empresarial), uma conta no Twitter e melhor de tudo, Pinterest. E isso é apenas uma gota no oceano que está disponível lá fora. Mas quando li este artigo no blog To Love, honor and Vacuum, foi que me caiu a ficha. Aqui é apenas uma amostra (clique no link para ler o artigo na íntegra.)

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É 1991 e a senhorita Advogada Recém-Formada precisa falar com o Sr. Advogado Sócio sobre um caso no fim de semana. Ela disca seu telefone de casa e o filho de quatro anos de idade do Sr. Advogado atende. Advogada Recém-Formada o convence a passar o telefone para sua mãe, que explica que o Sr. Advogado Sócio está fora levando o filho de oito anos de idade para a ginástica. A Srta. Advogada Recém-Formada costuma fazer ginástica também. Elas conversam um pouco sobre isso, e ela deixa uma mensagem com a Sra. Advogado Sócio explicando por que ela está incomodando o Sr. Advogado Sócio em casa.

(Acelere a fita para 2013). A Srta. Advogada Recém-Formada envia uma mensagem de texto ao Sr. Advogado Sócio enquanto ele está assistindo à ginástica. Ela nunca falou com a esposa. Ela sabe vagamente que ele tem algumas crianças, mas elas não são reais para si. Todos os dias, ela e o parceiro de texto enviam e recebem mensagens pelo menos uma dúzia de vezes. Eles estão se tornando bons amigos.

É 1982 e Johnny Doe está dirigindo através de sua cidade natal, quando ele passa pela velha “ponte do encontro”. Ele tem pensamentos fugazes sobre Mary Jane, com quem muitas vezes frequentou esse ponto. Mas ele não a procura, porque não tem ideia de onde ela esteja. Além disso, ela já deve estar casada.

(2013) – E Johnny Doe? Ele encontrou Mary Jane no Facebook alguns meses atrás. Eles trocam mensagens em segredo já há algum tempo. Ela está casada há 23 anos, mas se sente insatisfeita. “Conversando” com Johnny se lembra desses momentos emocionantes quando era jovem e se sentia desejável e o futuro era um livro em branco para ela. Seu marido não tem ideia de que ela encontrou Johnny novamente.

Veja onde ela está indo com isso? É tão fácil para um cônjuge ser puxado involuntariamente! Certifique-se de ler o resto do seu post clicando no link acima. O que costumava ser impossível agora é o cotidiano. E temos de nos adaptar às mudanças para proteger o nosso casamento. Meu marido e eu compartilhamos uma conta no Facebook (temos todos os mesmos amigos e não há nenhuma dúvida sobre com quem estamos interagindo). Nós dois sabemos as senhas um do outro de e-mails, telefones, etc. Muitas vezes eu olho o telefone do meu marido e leio seus textos, só porque estou curiosa sobre suas interações de trabalho e com quem ele passa o dia. Eu gosto de ver como as pessoas reagem à sua liderança e como ele resolve os problemas no trabalho. Ele sabe que faço isso; (eu faço na frente dele, não é bisbilhotar) e é apenas mais uma camada de proteção para nós. Ele lê meu blog todos os dias para não se sentir como se eu estivesse conectando-me com as pessoas “lá fora” e deixando-o de lado (mesmo que ele realmente não se importe com qual é a última dica de maquiagem recente no Pinterest). Nós confiamos um no outro, os outros é que é o problema. Não, realmente, vivemos num mundo marcado pelo pecado, e nós temos que estar vigilantes e ferozmente protegendo um ao outro e nossa unidade familiar! Eu adoraria ouvir o que você faz para manter seu casamento forte e protegido, além de “desconectar” completamente e viver no topo de uma montanha em algum lugar.

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Nicole Burkholder

Nicole é esposa, mãe de 3 garotos, cristã, professora de piano. Possui um filho autista e ensina seus filhos em casa através de homeschooling.