Quem é o responsável em sua casa? Como não se deixar pisar por seus filhos

Cada filho é único e diferente, está mudando e amadurecendo constantemente. Veja como acompanhar as mudanças de comportamento para manter a paz e harmonia no lar.

Sônia Penha

O lar é o melhor lugar de aprendizado para os filhos. Muitos afirmam que a felicidade começa em casa. Para o lar ser um lugar feliz, é preciso respeito e esforço de cada um em mantê-lo assim.

Criar filhos é algo muito pessoal. Cada filho é único e diferente e está mudando e amadurecendo constantemente. Uma das dificuldades que os pais enfrentam é saber educar e disciplinar os filhos para que respeitem e não se tornem autoritários.

O lugar de cada um no lar

Ensine aos filhos que cada pessoa da família tem um lugar especial no lar e tem responsabilidades. Ajude-os a conhecer, compreender e respeitar o papel de cada um no lar.

Deixe claro que os pais assumem a liderança no trato com os filhos, orientam a vida familiar, estabelecem as regras e a disciplina da família, ensinam, educam e treinam os filhos. O pai é o cabeça do lar e prover as necessidades da família, a função da mãe é cuidar da família, e ambos amam os filhos.

Os filhos precisam entender que os pais lideram o lar, que eles devem amá-los, ouvir e aplicar seus ensinamentos e orientações e cumprir as responsabilidades determinadas.

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Conhecer o lugar de cada membro na família aumenta o respeito no lar.

Leia também: Exemplo em casa – A liderança no lar

A vida familiar

Há culturas carentes de valores onde os jovens estão tornando-se moralmente cínicos. Os filhos precisam saber como a vida familiar funciona.

Estabeleça e ensine valores morais, verdades absolutas, regras e padrões de conduta dentro e fora de casa, que todos possam observar, para que haja disciplina, e a vida familiar seja bem-sucedida. Nos primeiros meses de vida dos filhos, estabeleça rotinas, limites e ensine-os a esperar a hora certa de serem atendidos.

Aurélio Melo, professor na Universidade Mackenzie, explica: “Tanto a mãe que atende às solicitações do bebê ansiosamente, achando que ele não “sobreviverá” à espera, como aquela que demora demais para atender, correm o risco de ter um filho mandão. Isso porque esse bebê poderá crescer inseguro de não ser atendido nunca ou egocêntrico a ponto de se achar a preferência do mundo. Deve-se atender a urgência dos filhos com calma e de acordo com as possibilidades.”

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“Os pais não devem se culpar em impor limites. Os limites são elementos organizadores. Mas é importante estar atento para que eles sejam claros, coerentes e aplicados com constância”, afirma a psicóloga clínica, mestre e doutora da Universidade de São Paulo, Elisa Villela.

Orientação, disciplina e responsabilidade são indispensáveis na educação dos filhos, fazem-nos mais seguros, capazes e obedientes, sem isso não respeitarão as regras do lar e da sociedade.

Ambiente seguro

O lar deve ser um refúgio de paz e alegria, um lugar de segurança, aprendizado, orientação e diálogo, com pais bondosos onde os filhos desejam estar. Nenhum filho deve ter medo dos pais, isso será possível a medida que não houver brigas, discussões, contendas ou comportamento reprovável.

“O ambiente que se vive em casa é o aspecto mais importante e que mais vai determinar o comportamento de uma criança.”, defende Paulo Oom, Pediatria pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

É preciso sintonia na família, entre marido e mulher, pais e filhos. Tempo para os pais conversarem sobre os filhos e o seu comportamento; e com os filhos para compreendê-los, orientá-los e corrigir o que for preciso.

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O exemplo, o modo de disciplinar, ensinar, cuidar, falar, agir e amar dos pais surtem um grande efeito, essencial ao comportamento e bem-estar dos filhos. O lar precisa ser forte, ser um santuário contra a podridão moral que o cerca e que se infiltra nele, dando aos filhos a força interior que necessitam para ter a conduta correta.

Ser firme e trabalhar junto

Os filhos com frequência desafiam e testam a força e a sabedoria dos pais. Confrontam sua autoridade e testam a coerência entre os ensinamentos e as ordens dadas. Mostram que percebem uma fragilidade no discurso dos pais e tentam tirar proveito evitando o que foi estabelecido, com birras ou agressões.

Quando as regras e o limite imposto por um dos pais são derrubados pelo outro, a autoridade desse fica prejudicada. Nunca discutam na frente dos filhos, resolvam as divergências a sós e conversem sobre seus objetivos em relação à educação dos filhos.

Sentem com os filhos e expliquem que comportamento esperam deles, qual comportamento estão tendo e reforcem que não cederão naqueles pontos. Ouvi-los é importante para conseguir a obediência e harmonia desejada.

Deslizes acontecerão, é importante corrigi-los e não deixar passar. A tarefa dos pais fica mais fácil quando eles são firmes e trabalham juntos no lar.

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Dar o exemplo

Ao ensinar e orientar os filhos a conduta correta, sejam verdadeiros para que os filhos não se tornem cínicos e descrentes das coisas ensinadas no lar.

Quando os pais fazem ou dizem algo que proíbem os filhos, sua credibilidade diminui. Sejam honestos, se esperam que os filhos também o sejam, sejam virtuosos e honrados, se desejam isso deles, respeitem, se esperam que eles respeitem.

O exemplo deve vir de casa. Em I Timóteo 5:4 somos advertidos que os filhos “aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família”.

Filhos mudam e amadurecem rapidamente, por isso precisam da atenção dos pais às mudanças e evolução de comportamento, para que se tornem o que devem ser.

Como Goethe disse: “Se tratarmos [um indivíduo] como a pessoa que ele é, ele permanecerá como é; mas se o tratarmos como se ele fosse o que (…) poderia ser, ele [se transformará na pessoa que deveria ser]”.

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Sônia Penha

Sônia Penha é esposa e mãe de duas lindas filhas. Ama sua família, gosta de ler e se informar sobre vários assuntos, gosta de fazer artesanato e atividades que envolvam a família e amigos. Possui formação em Informática e é editora para o Familia.com.br.