20 características de um cônjuge que comete violência doméstica

A violência doméstica é um crime que está a aumentar e, por isso, é preciso estar atento aos sinais de possíveis agressores.

João Martins

“Nunca use violência de nenhum tipo. Nunca ameace com violência de nenhum modo. Nunca sequer tenha pensamentos violentos. Nunca discuta, porque isto ataca a opinião do outro. Nunca critique, porque isto ataca o ego do outro. E o seu sucesso está garantido.” — Mahatma Gandhi

Todos os anos, o número de vítimas de violência doméstica aumenta. Em Portugal o número de crimes registados, em 2013, foi de 8.733 vítimas diretas de um ou mais crimes de violência doméstica (APAV). No Brasil, no mesmo ano, foram realizados 14,8 mil inquéritos relativos à Lei 11.340/06, batizada como Lei Maria da Penha em homenagem a uma cearense vítima de violência doméstica (TJDFT). Estes números são apenas relativos a crimes que foram reportados às autoridades. O número é certamente maior se considerarmos que a grande maioria das vítimas não apresenta queixa.

Muitas vezes pensamos que a violência doméstica está apenas ligada a violência física, mas o caso não é bem assim; podemos dividir em três tipos de violência:

Violência emocional

Qualquer comportamento do(a) companheiro(a) que visa fazer o outro sentir medo ou inútil. Usualmente inclui comportamentos como: ameaçar os filhos; magoar os animais de estimação; humilhar o outro na presença de amigos, familiares ou em público, entre outros.

Violência social

Qualquer comportamento que intenta controlar a vida social do(a) companheiro(a), através de, por exemplo, impedir que visite familiares ou amigos, cortar o telefone ou controlar as chamadas e as contas telefônicas, trancar o outro em casa.

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Violência física

Qualquer forma de violência física que um(a) agressor(a) inflige ao companheiro(a). Pode traduzir-se em comportamentos como: esmurrar, pontapear, estrangular, queimar, induzir ou impedir que o(a) companheiro(a) obtenha medicação ou tratamentos.

Os casos de violência doméstica estão a aumentar e, por isso, é bom estar atento aos sinais de um potencial agressor. É bom notar que apenas um sinal não indica que a pessoa é violenta, mas quando se nota mais do que um então o melhor é estar atento. Esses sinais podem ser:

  1. Compromisso demasiado rápido e excessivo no início das relações.

  2. Isolamento.

  3. Extremamente possessivo e ciumento, confundido com amor.

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  4. Ele quer controlar tudo, incluindo todos os gastos e uso do dinheiro.

  5. Xingamentos e humilhações constantes.

  6. Ameaças contra você, contra os seus filhos ou até ameaçar cometer um suicídio em caso de rompimento.

  7. Crueldade com os animais ou crianças.

  8. Condiciona as suas escolhas: por exemplo, na alimentação, o que veste e também a sua vida social.

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  9. Machista.

  10. Exerce controle excessivo – que pode incluir: exigir verificar o celular, correspondência pessoal; querer saber sempre onde está, o que faz e com quem está; etc.

  11. Controla o seu tempo, isto é, está sempre atento ao seu horário e, caso alguma coisa esteja fora do normal então poderá ter uma crise de ciúmes ou de controle.

  12. Ideia extrema de autoridade.

  13. Culpa da vítima (“Você me fez fazer isso”).

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  14. Inseguro, apesar de apresentar uma falsa sensação de superioridade.

  15. Falta de empatia.

  16. Hipersensibilidade e mentalidade de vítima.

  17. Comportamento controlador extremo que disfarça como sendo uma preocupação com a segurança.

  18. Apresenta dupla personalidade.

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  19. Baixa capacidade de comunicação.

  20. Tem expectativas ou exigências irrealistas.

A violência doméstica normalmente ocorre sob a forma de um ciclo que normalmente tem estas três fases:

Aumento de tensão

as tensões acumuladas no quotidiano, as injúrias e as ameaças tecidas pelo agressor, criam, na vítima, uma sensação de perigo eminente.

Ataque violento

o agressor maltrata física e psicologicamente a vítima; estes maus-tratos tendem a escalar na sua frequência e intensidade.

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Lua de mel

o agressor envolve agora a vítima de carinho e atenções, desculpando-se pelas agressões e prometendo mudar (nunca mais voltará a exercer violência).

Diga NÃO à violência doméstica

A fase da lua de mel cria nas vítimas uma sensação de falsa segurança. Este sentimento de segurança está aliado a uma falsa esperança, que resulta das promessas vãs de eu vou mudarou eu nunca mais faço isso, que raramente resultam numa real mudança. No entanto, devido às promessas feitas e à esperança da vítima de que o companheiro (ou companheira) mude a atitude, faz com que grande parte dos crimes de violência doméstica nunca seja reportado às autoridades. O resultado disto é um aumento dos casos de violência e os agressores não são punidos pelos crimes que cometem.

Não existem desculpas para a violência, seja de que tipo for. Se são vítimas de violência doméstica devem contatar as autoridades:

Em Portugal:

APAV – Apoio à Vítima: 707 20 0077; pelo email apav.sede@apav.pt ou contatar o posto de polícia mais próximo.

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No Brasil:

Leia o artigo 6 perguntas e respostas sobre violência doméstica, aprenda seus direitos e veja como denunciar.

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João Martins

João Martins é um biofísico com uma paixão pelo ensino e busca de conhecimento. Podem enviar uma mensagem ou seguir no Facebook: https://www.facebook.com/joao.martins.1401 ou no google+ https://plus.google.com/u/0/+JoaoMartinsJPM/posts