O que acontece quando você morre? Uma reflexão sobre a vida

Enfrentar a inevitabilidade da morte é uma forma de refletir sobre a vida e como ela tem sido conduzida.

Suely Buriasco

Ninguém gosta de pensar na morte, mas todo mundo sabe que não pode fugir dela. O problema de ignorar essa condição é viver como se tivesse todo o tempo do mundo, não priorizando os próprios desejos e sonhos. Pelo menos é essa a impressão que muitas pessoas passam: deixam a vida seguir como se nunca fossem perdê-la.

Claro que não se trata de viver ansioso, tentando fazer tudo ao mesmo tempo; também não é o caso de extravasar todos os sentimentos, sem qualquer responsabilidade. Mas sim de construir uma vida digna, pautada em valores que produzam alegria e bem-estar a si mesmo e aos que rodeiam.

Pensemos então no que vai acontecer quando você morrer

1. Sua família, seus amigos e todos que gostam de você sofrerão

A perda de um ente querido é sempre um abalo muito grande, o vazio é doloroso, como escrevi no artigo Superando a perda de entes queridos. O que amenizará essa dor é a lembrança de suas qualidades e do que você representa na vida de cada um.

Por isso viva de forma que seus entes queridos possam sentir o consolo em suas ações e forma de agir com todos.

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2. Tudo o que você considerou seu será dividido

Isso é mesmo algo que merece muita reflexão: todos os bens que acumulou, tudo o que foi motivo de seus maiores esforços em reter, guardar e manter intacto, já não lhe pertencerão mais. As pessoas entrarão naquela que foi a sua intimidade e resolverão como dispor dos seus bens.

Portanto, vale repensar todo o apego que você dedica ao que não poderá levar no momento da partida final. Observe que você pode tirar grande peso das suas costas agora. As coisas mais importantes na vida não são coisas, certo?

3. Vão substituir você em suas funções

Pois é, não tem como ser diferente: você será insubstituível no coração das pessoas que lhe amam, mas não nas suas funções rotineiras. Seu trabalho será executado por outras pessoas, até mesmo aquelas atividade que você acreditava que não aconteceria sem você, sim elas acontecerão.

Então seja responsável e dedicado aos seus deveres, mas não exagere detendo tudo nas próprias mãos. Ensine pessoas e divida as tarefas sempre que possível. Não se permita viver para o trabalho, enquanto a vida acontece lá fora, principalmente na sua família.

4. Depois vai restar a saudade

Com o tempo a sua presença vai virar saudade, que é o sentimento que mantém o amor vivo nas pessoas que ficam. Você já não será o que tem, o que faz ou representa; você será a lembrança de tudo isso.

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Dessa forma, vale refletir sobre o que as suas atitudes estão inspirando ou influenciando na vida das pessoas que convivem com você. Já passou por sua cabeça que tipo de sentimento terão as pessoas ao lembrar de você? Você vive de forma a deixar saudades?

Enfrentar a realidade que não somos imortais e insubstituíveis nos desperta para a vida e nos faz ponderar as próprias ações. Dessa forma somos levados a agir em conformidade com o que podemos e devemos deixar de nós mesmos para o mundo.

A vida e a morte não estão em nossas mãos, mas o que fazemos enquanto vivos de forma a ser lembrados depois de mortos é de nossa total responsabilidade.

“Não julgue cada dia pela colheita que você obtém, mas pelas sementes que você planta”. Robert Louis Stevenson

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.