Paz: A ausência do sofrimento

Todos nos entristecemos e nos condoemos quando vemos o outro sofrer. Mas para ajudá-lo precisamos ter nossa alma em paz. Veja aqui como fazer para que isso se concretize.

Fernanda Ferrari Trida

Mais uma vez, sinto-me impelida a tomar emprestadas as palavras do livro que estou lendo para inspirar-me em um artigo. O capítulo em que estou fala de sofrimento. E penso: como o ser humano sofre! Sofremos por nós mesmos, sofremos pelos que nos cercam, que amamos, sofremos por aqueles que nem conhecemos, sofremos pelos sofrimentos alheios. Muitas vezes, sofremos sem nem saber os motivos. Apenas sofremos.

Embora isto não esteja no livro, questiono se todo esse pesado sofrimento ao qual vivemos atrelados nos levará até a paz algum dia. E a resposta a que cheguei é não. Cultivar o sofrimento é impedir que a paz seja semeada dentro de nossa alma. A paz não vem até nós, nós temos que buscá-la e pegá-la com as duas mãos, olhar para ela e dizer: “Agora você é minha, pois eu te conquistei, paz!”

Agora, vou “roubar”, com o devido respeito e mérito, algumas dicas do livro para que possamos deixar de lado esse sentimento que nos oprime tanto e nos impede de enxergarmos que paz é uma coisa tangível e tão fácil de se atingir (fácil mesmo, caro leitor):

1. Modifique sua forma de ver o mundo material

Nunca estamos satisfeitos. Ou está frio demais ou quente demais, nossa casa é muito velha ou muito grande, nosso carro é muito pequeno ou muito dispendioso e assim por diante. E se aprendermos, por meio de exercícios diários (que vão ficando cada dia mais fáceis), a nos importarmos menos com as coisas e mais com os sentimentos?

2. Modifique sua forma de ver as outras pessoas

Você já reparou que, muitas vezes, não podemos estar na companhia daqueles com quem gostaríamos de estar, mas somos obrigados a conviver com pessoas que não suportamos ou que não gostam de nós? Com certeza, Deus colocou esses seres diante de nós para nos ensinar a exercer nossa tolerância, paciência e compaixão. Não é fácil e nem é para ser. Mas é assim que se alcança a paz verdadeira.

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3. Modifique a forma de ver a si mesmo

Olhar-se no espelho é quase um ato falho, principalmente para as mulheres. Comparar-se ao outro também. Mas o fato ao qual ninguém foge é que nosso corpo nasce, adoece e morre. Portanto, aceite-se como você é. Mas se há algo em você que deseja modificar, faça-o sem invejar o que o outro possui. Você tem determinadas qualidades que esta outra pessoa não tem e vice-versa e, independentemente dos sentimentos mútuos, tudo continuará desta forma.

4. Não tente modificar sua mente

Nossa mente está, na maioria das vezes, além do nosso controle, disparando ideias a todo instante. Não queira deixar de pensar. Queira apenas não se iludir com tal pensamento. É muito mais simples.

5. Busque o autocontrole

Os desejos geram sofrimento. Querer ter o que não se pode, ser o que não se é, fazer o que não se deve, são fontes de puro sofrimento, mesmo que a médio ou longo prazo somente. O autocontrole é difícil justamente porque o que queremos com mais intensidade nem sempre é o melhor para nós. Se nos deixamos viver somente de regalos, erramos. Somente nos punindo, erramos também. O autocontrole é saber seguir o caminho entre esses dois extremos.

A paz é poder olhar para o outro, é sentir compaixão em vez de tristeza, raiva ou amor extremo. É poder sentir-se livre de amarras para julgar e assim, conseguir ajudar. Mas, para auxiliar qualquer ser, temos que nos sentir inteiros e libertos. Temos que entender que estamos aqui para viver e que viver é trabalhar duro para crescermos como pessoas de bem. Muita paz para todos!

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Fernanda Ferrari Trida

Fernanda Trida é jornalista, médica veterinária, dona de casa, esposa, mãe de Marcela, com três anos, e de João, com um ano de idade.