7 coisas a lembrar se você ama alguém com depressão

Se você tem um cônjuge, filho ou familiar com depressão, há 7 coisas que você precisa lembrar antes de fazer ou dizer qualquer coisa. Veja quais são.

C. A. Ayres

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, há mais de 350 milhões de pessoas ao redor do mundo com depressão. Em algum momento de nossa vida, conheceremos alguém que vive com essa doença ou nós mesmos a teremos. Todos nós conhecemos alguém que já experienciou esse mal, sejam momentos de depressão ou depressão diagnosticada, e seus sintomas devastadores, e todo o criticismo que vemos em torno dela.

É muito importante que, antes de emitirmos qualquer palpite a respeito, procuremos nos informar. Podemos lembrar também que o mundo dá voltas, e hoje, alguém que você ama está sofrendo com a depressão, amanhã pode ser você.

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Porém, há sete pequenas coisas que podemos nos lembrar quando interagirmos com aqueles que estão passando por isso, que ajudarão a desmistificar o fato de que depressivos são inválidos. São elas:

1. Pessoas com depressão são pessoas extremamente fortes de caráter

O filósofo e psiquiatra, Dr. Neel Burton, numa palestra Tedx recente, explicou que a depressão pode representar a busca profunda da vida, e uma pessoa que passa por isso pode estar buscando por si mesma num mundo completamente fora de controle. Segundo Dr. Burton, nomes como Abraham Lincoln e Winston Churchill passaram pela depressão em sua busca por paz, felicidade e acabaram mudando o mundo. A depressão pode levar as pessoas ao fundo de suas almas, mas não tem nada a ver com medo, covardia ou ignorância.

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2. Eles não querem incomodar ninguém, mas amam quando você se importa

Somente uma pessoa com depressão sabe como é difícil pedir ajuda sem se sentir culpada, por isso se isolam, para que não causem impacto negativo na vida de outras pessoas. Elas não buscam por atenção, muito pelo contrário, são mais realistas do que a maioria das pessoas parece, mais sinceras, mas amam quando alguém as trata como uma pessoa socialmente ativa. Um familiar, vizinho ou colega que consegue desenvolver uma conversa normal é altamente valorizado. Elas precisam de sua presença mais que nunca. Madre Teresa disse que “A pior e mais terrível pobreza é a solidão, e o sentimento de não ser amado”. Se você ama alguém com depressão, demonstre este amor.

3. Eles não são “defeituosos” ou “inválidos”, e possuem muitos talentos e interesses

Todos nós temos talentos, e todos nós temos dificuldades. Alguns com falta de dinheiro, problemas no casamento, outras doenças, ou mesmo depressão. Embora a causa de alguns tipos de depressão não são conhecidos, nem por isso podemos marginalizar pessoas que a possuem. A qualidade de uma pessoa ou quem são não está nas dificuldades que elas têm na vida. A melhor coisa que você pode fazer é ajudá-la a sentir-se inteira, valiosa e forte, desenvolver seus talentos e paixões e apagar a negatividade de sua identidade, que a faz pensar que é inútil.

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4. Eles são filósofos naturais e amam aprender como a vida funciona

Uma de minhas melhores amigas luta contra a depressão. Sua sabedoria me encanta. Ela é uma leitora voraz, e nunca para de aprender. Busca estar sempre ativa e entender as nuances dos sentimentos que possui sobre a vida, o amor e a paz. Depressão não é uma deficiência. Ninguém tem todas as respostas para as perguntas que a vida traz, ou sabe como resolver todos os problemas. Pessoas com depressão amariam a oportunidade de transformar o mundo em um lugar melhor, então reconheça que elas são inteligentes, inquisitivas, curiosas e criativas, e tudo isso é muito positivo.

5. Pessoas com depressão são dignas de respeito, suporte, admiração e amor

Elas se importam com as pessoas e são sensíveis para perceber como se sentem ao serem discriminadas e maltratadas. Elas não planejam perder a batalha contra a depressão, e viverem de autopiedade e tristeza. Elas querem sair dessa vida, e querem ajudar quem por isso passa a vencer esses sentimentos. Elas apreciam qualquer ajuda que recebem e gostam de retribuir. Elas precisam ser respeitadas. Não deixe que a depressão minta para você. Separe quem você ama da doença. Não é necessário pisar em ovos, mas uma rotina com propósito pode ser um bom remédio para acalmar os sintomas. Elas ainda são capazes de sorrir, se divertir, socializar e viver.

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6. Eles podem se sentir tristes por nenhuma razão, mas não leve isso para o lado pessoal

Seu humor pode mudar, estar bem num dia mas não no outro, sorrir agora e chorar em alguns minutos. Isso não é algo que o portador de depressão consiga controlar. Você pode estar fazendo tudo para ele ser feliz, se animar e participar da vida familiar, mas ele simplesmente, em alguns momentos não consegue. Mesmo se ele lhe machucar algumas vezes, não desanime e não leve para o lado pessoal. Se ele não quiser lhe ouvir, tente mais tarde. Ele precisa que você esteja lá. Ele precisa confiar que você está ao lado dele independente se pode retribuir suas tentativas ou não. Quando este momento passar, você reconhecerá o mesmo sorriso, a mesma pessoa, o mesmo amor. Não desista, aceite e ame.

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7. Eles precisam de apoio e encorajamento familiar, não de críticas, ordens ou reforço negativo

Ele já se sente como um estorvo, não o faça sentir pior. Ele não consegue mudar o próprio humor, não o faça reagir a algo que ele não tem controle. Ele não precisa ouvir “você deveria fazer isso ou aquilo…”, “Se eu fosse você faria isso ou aquilo…”. Isso pode ser uma criptonita para uma crise ainda mais depressiva. Faça perguntas que estimulem uma resposta melhor que sim ou não. Cumprimente sinceramente. Inclua-o em eventos familiares. Seja mais gentil ao falar. Respeite seus sentimentos. Ajude-o a melhorar sua autoestima.

Isso tudo são coisas que cada um de nós pode se esforçar a aprender para lidar com qualquer pessoa. O depressivo não é diferente, ele apenas lhe ajuda a aparar suas próprias arestas e ser uma pessoa mais gentil, mais humana, mais tolerante, mais exemplar.

Afinal, este é o amor verdadeiro.

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C. A. Ayres

C. A. Ayres é mãe, esposa, escritora e fotógrafa, pós-graduada em Jornalismo, Psicologia/Psicanálise. Visite seu website.