Como deixar as aparências de lado e viver sem hipocrisia

Vejamos como nos desvencilhar das garras da hipocrisia que suga nosso tempo, nossos talentos e nossa energia, que poderiam estar sendo usados de forma construtiva.

Erika Strassburger

Infelizmente, a maioria de nós já cometeu ou ainda comete, com frequência ou de vez em quando, alguma atitude que pode ser classificada como hipocrisia. Fazemos isso quando acusamos alguém de fazer algo que nós mesmos fazemos ou já fizemos; quando fingimos ser alguém que não somos; quando, na intenção de agradar “gregos e troianos”, mudamos frequentemente de ideia e atitudes; quando apontamos as falhas e defeitos alheios em vez de nos preocupar com os nossos próprios.

O desejo de agradar a qualquer custo, de obter vantagens, de passar uma imagem incorruptível, de tentar desviar o foco dos próprios erros, de viver uma vida censurável sem ser descobertos, pode levar muitos a agir com hipocrisia.

Como podemos nos livrar desse engodo? Aqui estão algumas sugestões:

– Reconher os próprios erros

Quem falou que precisamos ser cem por cento o tempo todo? Até gostaríamos, mas isso realmente não existe. Não aqui na mortalidade. Se formos falhos, simplesmente admitamos isso. É muito mais digno admitirmos nossas falhas e fraquezas, do que vestirmos uma máscara. As máscaras caem, estejamos certos disso.

– Aceitar suas condições

Algumas pessoas fingem ser ricas, instruídas, populares, profissionais excepcionais, influentes e até mais bonitas – no mundo virtual tudo é possível. Esqueçamos o que os outros pensarão de nós. Aceitemos a nossa realidade. Sejamos gratos pelo que a vida nos tem dado.

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– Evitar apontar o dedo

Enquanto apontamos o dedo indicador para frente, três outros dedos de nossa mão estão sendo apontados para nós. Essa é uma boa lembrança de que enquanto estamos destacando um defeito alheio, é possível identificar, no mínimo, três defeitos em nós mesmos.

– Ajudar, em vez de dar lições de moral

O fato de termos falhas não significa que não podemos ajudar um amigo ou familiar a vencer suas próprias dificuldades pessoais ou fraquezas. Pelo contrário, a união de pessoas falhas que querem progredir pode ser muito frutífera. Mas para que os esforços surtam efeito, acusações não são bem-vindas. Elas podem pôr tudo a perder.

– Corrigir o que está errado

Se desejarmos ter qualidades que ainda não temos, precisamos mudar na forma como conduzimos a nossa vida. Qualidades não surgem de uma hora para outra. Tenhamos em mente que com muito esforço e trabalho tudo é possível. O arrependimento certamente será necessário nessa mudança. Arrependamo-nos sinceramente e trabalhemos. Quem é religioso sabe que Deus está sempre disposto a ajudar. Dirijamo-nos, então, a Ele em oração. Um belo conselho, atribuído a Santo Agostinho, diz: “Ore como se tudo dependesse de Deus e trabalhe como se tudo dependesse de você.”.

– Ser mais tolerantes

Uma boa dose de tolerância vai nos ajudar a vencer a tendência de julgar.

– Usar de empatia

Ao colocarmo-nos no lugar das pessoas que julgamos mal ou que tentamos enganar, estaremos mais dispostos a abandonar a hipocrisia e mostrar quem realmente somos, temendo magoá-las ou prejudicá-las.

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– Ser religioso na prática

A hipocrisia é bastante vista no mundo religioso. Pessoas pregam virtudes e admoestam os outros, mas estão longe de ser irrepreensíveis. Suas crenças não passam de teorias; suas vidas, dramatização constante. Esses hipócritas estão entre os mais nocivos, pois da hipocrisia no meio religioso nascem as mais terríveis perseguições e guerras.

– Buscar ajuda, sempre que necessário

Se estivermos com dificuldade de moldar nossa vida segundo aquilo que queremos e acreditamos, poderemos contar com auxílio dos nossos familiares, amigos, líderes eclesiásticos e terapeutas.

No mundo cruel em que vivemos, onde a aparência de uma pessoa vale mais do que a sua essência, é bem provável que a hipocrisia geral aumente a cada dia. No entanto, se conseguirmos aplicar as sugestões propostas neste artigo, poderemos modificar o nosso próprio mundo.

Inicialmente, talvez essa mudança não torne o mundo que almejamos um lugar tão bonito quanto gostaríamos, pois a realidade nem sempre é fácil de digerir. Mas a verdade é luz. E a luz atrai mais luz. Quando decidirmos assumir ser quem realmente somos, seremos mais livres, pois essa verdade, que é luz, liberta. Então perceberemos quão aprazível é viver essa verdade.

Isso não significa que devamos nos acomodar e deixar para lá nosso progresso pessoal, profissional ou espiritual. Pelo contrário. Reconhecer nossa realidade é o primeiro passo para progredirmos em qualquer âmbito da vida. A verdade precisa imperar para que erros sejam corrigidos e vitórias alcançadas. Partiremos de uma base sólida e real e nossas conquistas também serão sólidas e reais. Então, venceremos por nossos próprios méritos e não teremos mais desejo nem disposição para usar máscara alguma.

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.