3 razões para não tomar água em excesso

Você vai se surpreender com o que pode acontecer a quem toma água em excesso! “A diferença entre veneno e remédio é apenas a dose."

Erika Strassburger

Um dos meus melhores amigos é um cara muito determinado. Quando se dispõe a fazer algo, ele entra de cabeça. Chega a ser quase obstinado. Ele é adepto de chás (infusões) como melissa, jasmim, valeriana. Se ele encontra um chá com benefícios especiais, trata logo de encaixá-lo na sua dieta.

Há alguns anos, ele decidiu que, além dos chás, passaria a consumir mais água. Ele achava que não estava se hidratando o suficiente. Na mesma época, começou a fazer caminhadas duas ou três vezes por semana. Os resultados não demoraram a aparecer: sua aparência melhorou muito (pele e cabelo), inclusive sua disposição.

Entretanto, de uma hora para outra, ele começou a passar mal. Tinha uma sensação de estufamento abdominal que se estendia até as costas. Mas justo no momento em estava levando uma vida tão saudável?

Conversando sobre o que poderia estar causando aquele mal-estar, descobri que meu querido amigo estrava bebendo, entre chás, sucos naturais e água, em torno de seis litros ao dia, divididos em poucas tomadas, mesmo nos dias em que não se exercitava.

Pesquisamos rapidamente na Internet e descobrimos coisas suficientes para ele desejar parar imediatamente com aquele exagero. Tão logo parou, a sensação desapareceu.

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A “gastura” que ele sentiu talvez fosse o princípio de algo pior. Não sabemos. Mas nem se compara às consequências abaixo:

1. O desempenho dos rins, na sua função de eliminar as toxinas ou dejetos metabólicos, fica afetado

Consumir um volume excessivo de água não prejudica os rins em si, mas afeta o seu desempenho durante a filtragem do sangue. Durante esse processo, ocorre uma espécie de faxina: eliminam-se substâncias nocivas ao corpo, como amônia, ureia e ácido úrico; e equilibram-se os eletrólitos – potássio, cálcio, fósforo, sódio e outras substâncias importantes. O excesso de líquido impedirá que os rins façam um trabalho bem-feito, o que causará um desequilíbrio no organismo.

2. Inchaço das células e a alteração da pressão arterial

Como há água demais, os eletrólitos ficam muito diluídos, isto é, abaixo do limite, condição chamada de hiponatremia, que provoca o inchaço das células e altera a pressão arterial.

3. Inchaço também nas células cerebrais (edema cerebral), podendo levar à morte

A pior consequência é o inchaço das células cerebrais. M. Amin Arnaout, chefe da nefrologia no Massachusetts General Hospital e Harvard Medical School, explica o que acontece: “A hiponatremia rápida e grave provoca a entrada de água em células cerebrais, que levam ao inchaço do cérebro”. Como não há espaço para o cérebro expandir, pois ele é bem ajustado dentro do crânio, as consequências são as piores: “convulsões, coma, parada respiratória, hérnia de tronco cerebral e morte”.

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Quanta água pode ser considera tóxica ao organismo?

Tóxica? Por mais estranho que pareça, sim, o excesso de água intoxica o organismo. Alguns especialistas afirmam que consumir mais de 3 litros por hora pode ser fatal. Outros, que não há um volume exato, mas pode variar muito de um organismo para o outro. É preciso avaliar as condições dos rins, o peso corpóreo, o nível de atividade física e outros fatores. É bom saber que os rins filtram cerca de 800 ml de água por hora. Portanto, não é seguro ultrapassar essa marca.

Qual é a quantidade ideal?

Na verdade, não há um estudo determinando a quantidade que uma pessoa deva tomar. Vários especialistas dizem que dois litros ao dia é o ideal. A médica escocesa Margareth McCartney, entretanto, disse que é totalmente sem sentido essa recomendação por não haver evidências científicas que apoiem essa ou qualquer outra quantidade. Tudo depende da idade, do clima em que se vive, do metabolismo, do nível de atividade física, da alimentação, entre outros fatores.

O nefrologista Paulo Olzon, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), tem a mesma opinião. Ele diz que “esse é um dos maiores mitos já propagados por aí”. E que o melhor que se tem a fazer é confiar na sede.

Atenção para a sede exagerada!

Sentir muita sede é normal em dias quentes, ou quando se pratica exercício físico, ou se ingere muito sal e condimentos, entre outras circunstâncias. Mas o excesso de sede por tempo prolongado pode indicar um problema de saúde, com diabetes. Se este for o caso, um médico precisa ser consultado sem demora.

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Não é preciso lembrar que beber água é fundamental para a saúde e o bem-estar. Mas é bom frisar que “a diferença entre veneno e remédio é apenas a dose”. Portanto, sabedoria e moderação devem ser as palavras de ordem.

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.