O maior parasita de toda relação. Você sabe detectá-lo na sua?

Há coisas que podem danificar um relacionamento conjugal. Mas este vírus toma posse das vísceras do corpo para se enraizar no espírito. Aqui eu lhes conto como identificá-lo.

Marta Martínez Aguirre

Serafina ficou cabisbaixa por um tempo. Ela pressionou suas passagens contra o peito. Olhou para sua filha distraída com seus jogos infantis, e sentiu que era hora de caminhar pela rua em direção ao terminal de ônibus. Ela havia se casado há dez anos para escapar de sua mãe desesperada por dívidas e outras misérias humanas.

Seus sintomas: arrogância e indiferença

Abelardo era elegante, às vezes amável e parecia gentil. Ela ainda se lembrava de sua voz quando ele tinha dito em frente ao sacerdote: “Eu me caso com você para amá-la.” Mas na privacidade do quarto, ele confessou que ele havia se casado com ela porque ele precisava de uma mulher para lhe servir. Seu trabalho era satisfazer todas as suas necessidades, vinte e quatro horas por dia, trezentos e sessenta e cinco dias por ano, sem se importar se ela concordava ou não. Ele não se importava nem um pouco com ela. Ele não fazia ideia do número do sapato dela, sua cor favorita, o nome de seus sobrinhos, seus sonhos, nem frustrações.

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Ninguém pode ser feliz com ele em casa

No começo, ela pensou que viver com ele era melhor do que viver uma vida difícil com sua mãe viciada. Com o tempo, ela começou a se perguntar se a felicidade existia. Mas o desejo de conhecer a felicidade surgiu no dia em que sua filha de três anos perguntou por que ela não tinha o mesmo brilho que as mães de suas amigas.

Abelardo deixou de ser sua salvação no dia em que a sujeitou a fazer coisas que ela não havia consentido. Agora ela estava determinada a escapar da prisão que era viver com seu marido. Ela subiu no ônibus sem hesitação. Sua filha se recostou em seu colo e beijou seu rosto desfigurado. Uma brisa fresca entrou por uma das janelas. O ônibus começou a andar.

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O vírus do egoísmo

O egoísmo é um espelho que não tem lugar para a reflexão dos outros, porque a atitude adotada é a de alguém que só pensa em si mesmo, não pensa em nada que não seja satisfazer seus desejos e necessidades. Abelardo com sua atitude egoísta viu Serafina como um objeto, fez um culto ao seu próprio ego, sem respeitar os desejos e necessidades de sua esposa. Com cada ato egoísta ele a via como um objeto, até o ponto de denegri-la para conseguir seus desejos.

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O egoísmo é resultado da criação

Seu egoísmo foi o produto de sua educação e criação. Desde a infância aprendeu a usar as pessoas, aprendeu com quem se envolver e o que essa amizade poderia oferecer. Nas conversas cotidianas, sua mãe o fez perceber que os outros eram bons amigos de acordo com o quanto podiam fornecer aquilo que ele precisava. “Você precisa fazer amizade com o Pedro porque ele tem pais profissionais”, “Não convide a Elena que sempre traz bugigangas para o seu aniversário.”

O egoísmo é, sem dúvida, uma das piores pragas que afetam a relação conjugal. Aos poucos, ele vai tomando conta das vísceras do corpo para se enraizar no espírito. Ele tem o rosto de um bebê infeliz e o corpo de um ser que idolatra a si mesmo.

O egoísmo impede o desenvolvimento e a felicidade da pessoa

Não sabe nada de amor maduro, porque ele vive esperando que o outro lhe dê tudo o que precisa para se sentir satisfeito. A pessoa egoísta vive reivindicando listas infinitas de momentos e situações em que ela teve que dar algo de si mesma, “além de eu pagar as contas, você reclama que eu não a escuto.” Abelardo nunca abriu mão de alguns minutos do seu dia para sentar-se e conversar com Serafina. E se o fez, foi para culpá-la de algo. Ele passava seu tempo livre no bar com os amigos, ou jogando futebol com os colegas de trabalho.

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Ele nunca reconheceu seus erros, sempre teve a necessidade de ter a palavra final. A opinião de Serafina só importava na hora de comprar desodorantes masculinos. Ele ignorou o choro de Serafina, sua insensibilidade foi afogando as ilusões que ela tinha. Preso em sua própria bolha ditou regras, opiniões e comentários com as quais os demais deviam concordar.

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Se você se identifica com Abelardo, lembre-se que os divórcios e outros males nascem do egoísmo. Não deixe ele afete o seu amor conjugal e o prive de viver com quem você ama: é sempre melhor edificar um casamento feliz através da humildade e do perdão.

_Traduzido e adaptado por Sarah Pierina do original El peor parásito de toda relación. ¿sabes cómo detectarlo en la tuya?

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Marta Martínez Aguirre

Marta Martínez é do Uruguai. Ela é formada em psicologia e tem pós-graduação em logoterapia. Ela ama o que faz e adora servir ao próximo.