A comunicação dos pais divorciados quando há guarda conjunta

Alguns elementos essenciais para estabelecer uma boa comunicação entre ex-cônjuges, visando o bem-estar dos filhos.

Suely Buriasco

Um dos maiores dilemas que uma família enfrenta com o divórcio é a decisão de quem fica com os filhos. Até algum tempo atrás quando a sociedade familiar apresentava uma divisão bem definida dos papeis do pai e da mãe parecia lógico que a guarda destes ficasse com a mãe. Hoje as coisas mudaram muito e a disputa tornou-se mais acirrada.

A guarda conjunta ou compartilhada atribui ao pai e a mãe a mesma responsabilidade na criação dos filhos. A ideia é permitir que as crianças tenham uma boa convivência com os dois genitores. Entretanto, para que essa relação funcione é importante que pai e mãe, apesar do divórcio, construam uma boa comunicação visando o bem-estar dos filhos.

Os laços de pai e mãe não se dissolvem

Se você é pai ou mãe e está vivendo essa situação é importante que tenha em mente que o principal é ajudar seu filho a superar os momentos difíceis que culminaram com a separação e, para tanto, uma mínima convivência com o seu ex-cônjuge será necessária. Quando os pais não estabelecem o mínimo de diálogo, os filhos são obrigados a fazer o papel de intermediadores, o que torna tudo mais difícil e sofrido para eles. Pense, esse não é o papel do seu filho e os seus problemas de relacionamento com o seu ex-cônjuge ainda somam mais angústia para ele.

As mágoas mascaram o interesse

Tenha uma conversa formal com seu ex-cônjuge para estabelecer o que é necessário em relação à rotina que vocês pretendem estabelecer. Se você considerar que não irá conseguir isso, pelo menos de início é interessante que o façam na presença de um mediador. Esse profissional poderá ainda criar, junto com vocês, mecanismos alternativos para que consigam estabelecer um diálogo eficaz para novos encontros que se farão necessários, afinal, vocês terão que decidir muita coisa ainda. O fato é que separar as mágoas das questões práticas a serem resolvidas torna tudo menos sofrido e garante que o interesse de ambos seja atendido.

O ponto central é o filho

Quando estiver junto com o pai ou mãe de seu filho fale apenas o necessário; evite ficar repetindo situações já vividas, isso causará maior sofrimento e não ajudará nas decisões que precisam tomar. Lembre-se que o motivo da conversa é o seu filho e concentre-se nisso. Não permita nenhum tipo de revanche; o momento não é para tratar do relacionamento passado de vocês e sim para cuidar dos interesses da família que de alguma forma vocês sempre formarão. Deixe o passado e defina planos para a nova vida que vocês terão que se adequar.

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Se é difícil ser gentil com seu ex-cônjuge, pense nele apenas como o pai ou a mãe de seu filho e construa uma relação de respeito e cordialidade com ele. Seu filho e todos vocês só terão a ganhar com isso!

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.