A dica dos especialistas para que sua relação amorosa tenha futuro

Ao contrário do que você pensa, no amor, menos é mais. Você sabe quantas vezes por semana deve encontrar seu par para que sua relação prospere?

Erika Otero Romero

Independentemente de como um relacionamento termina, o que mais desejamos no início dele é passar tempo ao lado dessa pessoa que conseguiu nos fazer sentirmo-nos mais vivos que nunca. Todo esse conjunto de sensações são muito agradáveis; chega a um ponto em que estar ao lado dessa pessoa é o que mais desejamos na vida.

Isso é o que acontece quando você se apaixona. Você quer ver o outro frequentemente, ou pelo menos falar por telefone ou chat e compartilhar tudo o que puder. No entanto, parece que se encontrar diariamente com essa pessoa é a coisa mais prejudicial que pode acontecer a uma relação; e não sou eu quem diz, mas os especialistas.

Por que é “ruim” nos vermos todos os dias?

Segundo o psiquiatra Scott Carroll, para haver uma paixão profunda, as pessoas precisam sentir-se realizadas e livres. Assinala ainda que, deixar esse espaço e brindar essa quota de confiança ao parceiro, ao longo dessa relação, permite ver o grau de integridade da pessoa por quem se apaixonou.

Sim, pode ser que no início de uma relação queiram ver-se diariamente; mas convenhamos, isso pode chegar a “afogar” o afeto. Há uma necessidade que deve ser satisfeita, mas como qualquer outra necessidade; por exemplo comer, quando já se está satisfeito, a última coisa que se quer é continuar comendo.

Tudo é melhor com calma

Para o psicólogo Seth Meyers, a necessidade de estar frequentemente com esse alguém especial, pode chegar a torna-lo muito dependente. Sente-se atraído e descobre, de repente que “não consegue ficar longe dessa pessoa”; assim o que mais se deseja é estar 24 horas por dia, 7 dias da semana a seu lado. Apesar disso, o resultado é nefasto, ainda mais nos primeiros meses da relação.

Meyers argumenta que, embora seja verdade que, no início, você sinta essa necessidade imperiosa de estar ao lado de alguém, isso leva a um contato físico que não deveria ocorrer no início de uma relação, porque faz surgir uma série de emoções que podem confundi-lo. Se essa pessoa, dona de sua atenção, tem boas intenções, a relação pode estar bem projetada; no entanto, se não for assim, você vai sofrer muito.

Pode ser que, no início, para afirmar seus sentimentos, queiram estar ao lado um do outro o quanto puderem; mas isso muda com o tempo, e isso se vê até nos casais casados.

Por isso, o que recomendam os psicólogos e psiquiatras é ir com calma, verem-se uma vez por semana no primeiro mês e, em seguida, aumentar a frequência dos encontros. Isso dará um sentido de controle sobre si mesmo; além disso, o ajudará a conhecer as reais intenções e sentimentos que inspira na outra parte. Para ser honesta, acho muito sensato.

Benefícios de namorar 1 vez por semana

Ao contrário do que possa imaginar, encontrar com seu amor uma vez por semana faz com que tenham muitas coisas para partilhar e descobrir juntos.

Mas, além disso, se ele tem um interesse real em você, isso fica mais evidente. É simples, se essa pessoa é capaz de esperar para lhe ver, uma vez por semana, as possibilidades de que essa relação progrida são maiores, porque é sério e quer algo real.

Ao contrário, se não tolera estar longe de você por esse tempo (não é sinal de que o ama com ardor) é sinal de que não tolera a frustração, quer tudo de maneira imediata; então as possibilidades de fracasso aumentarão.

Além disso, você não deixará de lado sua vida social e pessoal. É muito importante que, paralela à sua relação amorosa, você tenha uma vida frutífera. Um dos grandes erros que muitas mulheres cometem é deixar tudo de lado quando começam a sair com alguém; se a relação em um momento termina as deixa sem nada.

Se a isso adicionar o fato de que você tem tempo para você mesmo, para seu crescimento pessoal, para saber o que sente por essa pessoa e projetar futuro nessa relação, terá a seu favor, muitos aspectos que estar de maneira constante com essa pessoa, não lhe outorgariam.

O que permite a uma pessoa saber se a sua relação tem futuro?

Não falemos mais da constância nas citações quando uma relação começa, falemos de um tema muito importante: o futuro dessa relação.

Ninguém que começa a sair com alguém e o leve a sério quer que as coisas terminem logo. Todos queremos um amor que dure muito tempo; por isso, para que uma relação amorosa se afiance, o recomendado por especialistas (no início) é sair em encontros uma vez por semana. Mas para que ela tenha futuro, o recomendado é questionar o tipo de relação que se tem.

O psicólogo John Gottman recomenda perguntar se sua relação tem como base o amor, afeto e respeito; se há reciprocidade no apoio e cuidado dentro da relação amorosa; e se você gosta de passar tempo ao seu lado. Estes aspectos irão levá-lo a saber se o interesse é genuíno, profundo e autêntico.

Mas além de saber se seu amor é real e correspondido, também é importante saber se, apesar do afeto que compartilham, são capazes de dar-se liberdade e ao mesmo tempo manter-se comprometidos na relação.

Quando um casal está comprometido – e nada tem a ver com um compromisso de casamento – há respeito e lealdade; podem ir cada um para seu lado e a outra pessoa terá a certeza do amor que se lhe professa.

O amor e o respeito nada têm a ver com a frequência e o contato do casal; na realidade, é algo que está delimitado pelos valores de cada pessoa. Quando não há esse nível de compromisso, não há um futuro promissor com essa pessoa.

Acrescente-se a isso, a capacidade que o casal deve ter para comunicar-se. Comunicar-se não é falar emitindo uma série de caprichos que devem ser satisfeitos; é ouvir – entender – responder e agir. Quando o casal consegue comunicar-se e compreender-se, as possibilidades de que tenham uma boa projeção para o futuro são maiores.

Podemos assinalar, para concluir, que o futuro bem-sucedido de uma relação afetiva pode ser garantido desde o início. Mas isso requer não apenas amor, mas um verdadeiro desejo de estar com essa pessoa; mas isso já depende muito de cada parte do casal.

Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original El truco de los expertos para que tu relación amorosa tenga futuro

Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.