A incrível fábula que o fará valorizar ainda mais os seus pais
No trabalho de criar, todos cometemos erros, mas é sábio corrigir o caminho para beneficiar as gerações futuras.
Erika Otero Romero
Quando se é criança, é inevitável ver os pais como seres ultrapoderosos e imortais. Tudo muda à medida que se cresce.
A adolescência é dura e você se torna rebelde; você vê seus pais como seus maiores oponentes e despreza suas regras e condições. Não consegue ver que muito do que eles fazem, mesmo que estejam errados, é para o seu bem.
Quando se torna adulto, muitos se tornam pretensiosos. Acreditam que conseguiram ter o que têm e estar onde estão por esforços próprios. É assim que minimizam o sacrifício que a mãe e o pai fizeram para que alcançassem seus objetivos.
Alguns são tão cruéis que se esquecem de seus pais. Outros, mais centrados, valorizam seus pais apesar de estarem conscientes de que eles não são perfeitos. Não guardam rancor de como foram criados e apoiados.
Sim, criar filhos de bem é difícil e ninguém sabe como fazer isso. É natural que se cometa erros no trabalho, mas ninguém é perfeito. É por isso que devemos ser gratos e amáveis com nossos pais. Porque eles, mesmo sem conhecimento, deram o melhor que puderam e tiveram para que fôssemos uma melhor versão deles.
A fábula do lápis e da borracha
Esta pequena fábula, em poucas palavras, deixa um grande ensinamento. Espero que, como eu, você possa ver a magnificência dessas poucas palavras:
– Lápis: “Sinto muito”.
– Borracha: “Por quê?”
–Lápis: “Lamento que se machuque por minha culpa. Cada vez que cometo um erro, você está aí para apagá-lo; no entanto, quando faz com que os meus erros desapareçam, você perde uma parte de si e torna-se cada vez menor”.
–Borracha: “Isso é verdade, mas não me importo. Veja, eu fui feita para fazer isso. Eu fui feita para ajudá-lo cada vez que você faz algo errado, embora um dia eu me vá inteiramente. Eu estou realmente feliz com o meu trabalho; então, por favor, pare de se preocupar, eu não posso ser feliz se você estiver triste“.
Moral da história
Para ser completamente franca, jamais entendi a relação pais e filhos desta maneira. Apesar disso, ao ler essa pequena fábula, devo dizer que tem tudo a ver.
É inevitável não se sentir comovido pelo trabalho da borracha (pais). Eles ao “apagar” (corrigir) os erros de seus filhos, vão se desgastando pouco a pouco e sem reclamar. Seu trabalho é desinteressado e cheio de amor e dedicação; para isso – como diz a fábula – foram feitos.
Não é fácil corrigir os erros dos filhos, no processo todos os pais cometem erros; e saiba que quando for sua vez, se você decidir ser pai ou mãe, também cometerá erros. Diferentes ou os mesmos, não sei, mas é perfeitamente compreensível; nenhuma pessoa nasce com o conhecimento de como ser um bom pai ou mãe.
O erro que todos cometemos
Um erro dos filhos que vejo muitas vezes é que eles julgam facilmente os erros que seus pais cometeram.
Quando nos sentimos com poder moral para julgar as ações dos outros, isso só mostra prepotência. Todos cometemos erros, só que diferentes.
Sentir que, como filhos, temos o poder de julgar os erros dos nossos pais torna-nos cegos. Sim, pode ser que eles nos tenham magoado muito; apesar disso, só lhe convido a conhecer as histórias por trás deles, você se vai se surpreender com o que irá descobrir.
Eu ouso dizer porque eu era exatamente assim. Meus pais cometeram muitos erros na minha criação; eles sabem, eu sei. No entanto, quando soube das suas histórias, compreendi as razões pelas quais me educaram como o fizeram. Soube então que ser filhos tampouco foi fácil para eles.
Não os estou justificando e é muito ousadia da minha parte julgá-los agora, sabendo o que sei. Entendo-os e estou plenamente consciente do que devo corrigir no tipo de criação que dou.
Como filho, é preciso ser humilde; como pai, sábio
Esse é o ponto vital como adultos: entender que seus pais não são perfeitos. Que, como tal, fizeram o que consideraram pertinente e também se sentiram mal por castigá-lo. Que sofreram e se alegraram com você e por você.
É também um fato que há muitas pessoas no mundo que nunca deveriam ter sido pais. Apesar disso, não está em nós o poder para falar do que desconhecemos.
Todos cometemos erros, a única coisa que nos resta é sermos capazes de reconhecê-los e corrigi-los. É um trabalho duplo: corrigir-se e corrigir seus filhos.
Esse é o trabalho sábio dos pais: dar um bom exemplo para que seus filhos sejam bons pais. Para que seu “desgaste” não seja em vão. Essa é uma forma eficiente e bela de se projetar para a eternidade.
Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original La increíble fábula que te hará valorar aún más a tus padres