A melhor mensagem que um pai pode dar a sua filha

Mulheres, se você realmente quer que sua filha cresça acreditando que ela é mais do que sua aparência, proponho que você comece a acreditar em si mesma.

Lori Cluff Schade

Este artigo foi originalmente publicado no blog “Uniting Couples to Strengthen Families” e republicado aqui com permissão, traduzido e adaptado por Stael Pedrosa Metzger.

Lembro-me de um momento especial na minha adolescência como se fosse ontem. Eu esperava ansiosa o meu pai voltar para casa para que eu pudesse dizer-lhe que eu tinha ganhado algum tipo de designação em meu penúltimo livro do ano do ensino médio com base na minha aparência (guardem seus comentários, gente… Eu já tive muito feedback da gangue de meninas malvadas, andando atrás de mim, sussurrando apenas alto o suficiente para eu ouvir: “Ela nem é bonita…”). Era uma daquelas estranhas tradições de escolas públicas americanas que provavelmente devem ser banidas, e espero que seja. Ninguém ficou mais surpreso do que eu.

Eu pensei que meu pai ficaria feliz. Quando eu disse a ele, seus lábios se apertaram e ele parecia mais preocupado do que satisfeito. Lembro-me de perguntar: “O que está errado, pai? Você não acha que eu sou bonita?” Ele disse: “É claro que você é bonita. Eu só quero que você entenda que a sua aparência não é a parte mais importante de quem você é.”

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Ele começou a explicar que o mundo ia me enviar constantemente mensagens que minha aparência seria o mais importante, mas que na verdade era transitório. Eu me lembro dele dizendo: “Você tem um ótimo intelecto. Você precisa desenvolver sua mente e seu caráter. Essas são as coisas que importam.”

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Enquanto eu cursava o ensino médio, ele mostrou um grande interesse em meus projetos acadêmicos. Ele ficou encantado quando eu decidi fazer um curso de programação AP na escola vizinha, mas um tanto morno sobre a roupa de torcida organizada que eu trouxe para casa. Ele tinha o que eu chamei de um interesse doentio em minhas notas de matemática. Ele constantemente enfatizava a educação e chamou-a de “melhor política de segurança.” No momento em que eu estava pronta para sair de casa, eu realmente acreditava internamente que a melhor parte de mim não era a minha aparência, apesar da cacofonia de mensagens dizendo o contrário.

Vivemos em uma cultura extremamente tóxica para as mulheres. Precisamos de mais pais que são contra essa cultura. Precisamos de mensagens mais elevadas como “Sua aparência não é a parte mais importante de quem você é.”

Fico realmente triste com a quantidade de mulheres continuamente alterando cirurgicamente sua aparência para atender a um determinado padrão, e para lutar contra os processos de envelhecimento natural. Há tanto tempo e energia para não mencionar auto-ódio e ansiedade que acompanham esses empreendimentos. Mesmo que eu entenda, eu ainda me entristeço, e me preocupo com a próxima geração do sexo feminino. Estou sempre tentando estar consciente sobre as mensagens que eu poderia estar enviando às minhas filhas.

A proliferação da pornografia nas últimas décadas aumentou ainda mais a ansiedade sobre a aparência feminina. Já perdi a conta de quantas mulheres eu tive sentadas na minha frente expressando autoaversão porque sentem que não podem igualar-se às imagens na tela, o que também as afasta ainda mais de seus cônjuges. Aqui está um diálogo típico…

Mulher (desesperadamente): “Eu não posso competir com as imagens que meu marido fica olhando no computador. Eu não sou tão boa quanto elas.”

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Eu (terapeuta): “As mulheres nas imagens também não são… E é por isso que os homens olham para mais de uma imagem. Quem é você além de sua aparência? Qual é o seu valor além dela?”

Muitas mulheres estão lutando para responder a essas perguntas.

Há dois benefícios potenciais para essa conversa. A primeira é a facilitação do desenvolvimento da identidade independente da aparência. Eu realmente quero que as mulheres aprendam a gerenciar mensagens culturais tóxicas através da percepção do fato de que elas são multidimensionais e, como tal, podem desenvolver continuamente qualidades mais significativas. Em segundo lugar, se uma mulher pode encontrar em si uma identidade mais ampla, e seu marido realmente está em recuperação e não está vendo ativamente pornografia, ele pode expressar a sua esposa o que ele respeita nela, além de apenas sua aparência, e pode afirmar que, como uma parceira de relacionamento tridimensional, realmente se conectar com ela é superior à pseudoconexão de uma tela, e ela pode ser capaz de começar a cura. Mais uma vez, isso só acontece se o marido realmente está em recuperação, e se o casamento for seguro o suficiente para abordar esse tipo de sentimento.

Uma ótima maneira de identificar os aspectos de si que importam além da aparência é pensar em termos de contexto de relacionamento. Costumo perguntar às mulheres: “Que tipo de mãe, irmã, avó ou vizinha, etc. você quer ser?” Minha avó sueca ficou viúva em uma idade relativamente jovem, mas ela se fez relevante levando a maioria de suas amigas viúvas às suas consultas médicas e visitando-as com frequência. Ela teve uma profunda influência sobre mim através de sua bondade e serviço.

Eu participei de uma conferência de transtorno alimentar há alguns anos e fiquei extremamente impressionada com uma das apresentadoras, Cynthia Bulik, autora de um livro intitulado The Woman in the Mirror: Stop Confusing What you Look Like with Who You Are. (A mulher no Espelho: Pare de confundir sua aparência com quem você é). Ela falou sobre a natureza dos problemas de imagem corporal das mulheres em todo o ciclo de vida, desde a infância à idade avançada. Algo que ela disse ficou comigo. Ela destacou que, com tantas mensagens insalubres transmitidas socialmente sobre a imagem e quem somos nós, a questão não deveria ser: “Por que tantas mulheres desenvolvem transtornos alimentares?”, Mas “Por que tantas mulheres não desenvolvem transtornos alimentares?” Ela passou a descrever a necessidade de identificar os agentes moderadores que impedem as mulheres de caírem presas da cultura tóxica. Isto implica na esperança de que podemos mitigar as contaminantes mensagens culturais amplas. Em grande parte, eu acho que começa em casa.

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Mulheres, se vocês realmente querem que suas filhas cresçam acreditando que são mais do que sua aparência, proponho que vocês comecem a acreditar em si mesmas. É por isso que é tão importante ter uma identidade sólida. Incluir os pais no diálogo é imperativo. Tenho a convicção de que uma das mensagens mais poderosas que um pai pode dar a sua filha em voz alta e muitas vezes é que ela é mais do que sua aparência. Eu acredito que fará toda a diferença.

Para mais informações sobre o trabalho da Dra. Bulik, visite www.cynthiabulik.com

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Lori Cluff Schade

Lori Cluff Shade, Ph.D,. é Terapeuta licenciada de Casais e Família, comprometida a providenciar informações para melhorar a qualidade das relações maritais e familiares, esposa e mãe de 7 filhos.