A vida real não poderia ser igual ao último capítulo das novelas da televisão?
Em praticamente todas as novelas da televisão, no seu último capítulo, tudo se resolve de forma mágica e maravilhosa! Por que a vida real não pode ser assim?
Luiz Higino Polito
Pode prestar atenção: Em praticamente todos os finais das novelas da televisão, no seu último capítulo, tudo se resolve de forma mágica e maravilhosa!
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Os que estavam “de mal” fazem as pazes, de forma surpreendente.
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O mocinho da novela se casa com a heroína, depois de vencer todos os obstáculos possíveis e imagináveis.
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Os bandidos e criminosos são todos presos ou mortos pelos “mocinhos”.
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Os mistérios são todos revelados e os espectadores, que ficaram em suspense durante todos os 300 capítulos da novela, finalmente ficam sabendo de tudo:
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Ficam sabendo, finalmente, por exemplo
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Quem é filho de quem;
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A mãe (ou o pai) finalmente encontra o filho perdido, depois de procurar por quase um ano (que é o tempo de uma novela que faz sucesso);
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Irmãos se encontram de forma miraculosa e se reconhecem depois de décadas separados;
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As joias roubadas, que tinham sido escondidas, são encontradas;
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Mistérios de assassinatos são todos desvendados, assim como os mais complicados enredos se “desembrulham”, de forma surpreendente!
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… e todos vivem felizes para sempre!
Então, por que a vida real não pode ser assim como o final das novelas da televisão?
Em primeiro lugar, o “…viveram felizes para sempre” está colocado no FIM da história e não no começo e nem durante a novela. Se fizéssemos um paralelo com a vida real, então, o “…viver feliz para sempre” viria no fim da nossa vida mortal, e não durante a vida.
Um inspirado escritor disse certa vez que, quando nascemos, nós choramos e todos os que estão próximos a nós sorriem. Ele diz, então, que devemos viver de tal forma que, quando nós morrermos, todos chorem, só nós sorrimos.
A Bíblia, de forma surpreendente, diz explicitamente, em Eclesiastes 7:1 “Melhor é… o dia da morte do que o dia do nascimento.” E o Pregador de Eclesiastes continua, no verso 2: “Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete; porque (na casa onde há luto) se vê o fim de todos os homens, e os vivos o aplicam ao seu coração”.
Por que o Pregador fala uma coisa tão estranha ao nosso entendimento mortal? Ele responde logo a seguir: “Melhor é a mágoa do que o riso, porque a tristeza do rosto torna melhor o coração.” Em palavras mais simples: o sofrimento, as provações, os desafios pelos quais todos nós passamos em nossas vidas, no fim, se tornarão em benefício, servindo-nos de experiência e nos tornando mais sábios e capazes de dar valor para as coisas certas, e desprezar as coisas frívolas e supérfluas. Todas as dificuldades nos tornarão – se tivermos a atitude correta frente a elas – em melhores pessoas, mais caridosos, capazes de ver a beleza das pequenas coisas e gratos por todos os momentos felizes que, convenhamos, não são tão raros em nossa vida.
A vida não é igual a uma novela de televisão
Embora muitas vezes possamos ficar revoltados, a vida real é o que é, e é bem diferente das novelas de televisão: nas novelas parece que ninguém precisa trabalhar, as casas estão sempre arrumadas e limpas, quase todos têm carros do último tipo, todos estão sempre lindos, e as mulheres já acordam maquiadas! E ninguém tem bafo ao acordar… A vida real, conforme nós vamos descobrindo conforme formos amadurecendo, é cheia de trabalho, de doenças, de contratempos, de embates e decepções – mas também de momentos muito felizes, de alegrias contagiantes e de enorme aprendizado.
E a morte?
A morte, conforme foi bem dito por alguém certa vez, é o dia de formatura para ver em que nos tornamos. Para os que, como eu, acreditam numa vida eterna, a morte é só uma passagem para um lugar muito melhor, e o que aprendermos de bom nesta vida mortal, surgirá conosco na ressurreição.
Portanto, vivamos o melhor que pudermos, e nunca esqueçamos que a vida real é bem diferente do que vemos nas novelas, que têm muito de ilusão e de mentira.
A fantasia dos filmes e novelas são importantes como uma breve fuga da realidade, um tempo para desligarmos da vida real e entrarmos num mundo de sonhos, mas depois, devemos colocar os pés no chão de novo e, com fé, vivermos nossas vidas reais o melhor possível.
Vale a pena.