Aceitar, respeitar e celebrar as diferenças

Como filhos de Deus somos mais semelhantes do que somos diferentes. Aprenda 3 passos importantes para viver bem com nossos semelhantes

Marcia Denardi

Existe uma verdade universal incontestável desde que o mundo foi criado, e aposto como você concorda com ela: absolutamente ninguém é igual a ninguém, seja física, emocional ou espiritualmente. Os seres humanos foram criados com características ímpares, únicas, cada qual indispensável para o curso da humanidade. Não é, portanto, sábio e nem justo as pessoas fazerem comparações acerca de seus atributos, opiniões e crenças.

As implicações provenientes de comparações

É da natureza do ser humano fazer determinadas comparações, afinal, em alguns aspectos elas são importantes para que seja possível julgar aquilo que é bom ou não para nós, por exemplo, as comparações de preço, as comparações entre um estilo de música, de roupa, de comida. Ou seja, em determinadas situações, a comparação é necessária para que se façam escolhas e julgamentos. O problema da comparação surge quando as pessoas passam a fazer competições com base em suas diferenças, tentando provar que a própria opinião é a única aceitável, e que o pensamento alheio é reprovável. Quando nos comparamos demais aos outros, ficamos a um passo de nos sentirmos fracassados, inferiores e frustrados, pois sempre haverá diferenças, e sempre haverá qualidades nos outros que não enxergamos em nós mesmos. Ou, em outra análise, podemos começar a nos sentir superiores, o que também não é nada saudável.

Quero agora propor três passos importantes para que aprendamos a viver bem com nossos semelhantes:

1. Aceitar as diferenças

Um dos maiores desafios está na aceitação às diferenças que existem entre as pessoas, e essas diferenças são imprescindíveis para o progresso tanto individual quanto coletivo dos seres humanos.

Muitas vezes, desavenças surgem de forma devastadora quando as pessoas não conseguem aceitar que a opinião ou as características do outro são naturalmente diferentes. Sabe por que devastadora? Porque muitas pessoas, além de não aceitarem essas diferenças, agem com palavras e ações intolerantes, muitas vezes até cruéis, contra aqueles que não professam o mesmo pensamento, dizendo palavras ofensivas e insensíveis, não medindo as palavras e nem procurando calcular as consequências desses atos. Quando abrimos nossos lábios para dizer palavras duras contra nossos semelhantes, pensamos no que essas palavras podem causar naquela pessoa? Será que pensamos que uma simples frase de desaprovação, dependendo como a dizemos, pode causar um sofrimento real e duradouro à outra pessoa e prejudicá-la verdadeiramente se ela tiver problemas de autoestima?

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As ofensas jamais ajudarão em nada. Não pense que cuspindo palavras duras contra o seu semelhante você vai ensiná-lo alguma coisa. O mais provável a acontecer é você abrir uma ferida duradoura e marcante. Se você quiser persuadi-lo a acreditar em você ou simplesmente mostrar seu ponto de vista, meça suas palavras e diga somente aquilo que apontará suas crenças, não aquilo que deliberadamente o ferirá.

2. Respeitar as diferenças

Não aceitar a opinião do outro é normal e até mesmo saudável para o progresso da humanidade. Precisamos ter nossos próprios pontos de vista, mas também podemos crescer ao ponderar sobre aquilo que as outras pessoas pensam, e temos todo o direito de não concordar com o que o outro pensa ou diz, temos o direito, inclusive, de defender nossos pensamentos, mas existem maneiras e maneiras de se fazer isso. Eu posso muito bem ter o desejo de mostrar por que acredito que Deus existe, mas não preciso reprovar o ateísmo ou ofender os ateus. E se os ateus pretendem defender suas próprias crenças, eles não precisam atacar aqueles que seguem uma religião. O homem tem o livre arbítrio, e pode acreditar no que quiser, mas mostrará que tem bons princípios se souber medir a “força” de suas palavras antes de atingir seu semelhante.

O que precisamos de fato é mensurar nossas atitudes em relação às diferenças alheiras. Embora haja liberdade de expressão, temos que tomar cuidado com o que escrevemos, dizemos ou fazemos ao nos dirigirmos a nossos irmãos. Palavras machucam e ecoam em nossas mentes e nossos corações para sempre. Ficam guardadas em algum lugar de nosso subconsciente e uma pequena fagulha pode trazer à tona várias feridas. Defender a própria opinião não significa que seja necessário rebaixar uma ideia contrária ou simplesmente diferente. E respeitar a opinião alheia não quer dizer que não temos a nossa própria, mas sim, que não somos a mesma pessoa e temos todo o direito de acreditar naquilo que quisermos.

3. Celebrar as diferenças

Já que estamos falando sobre diferenças, que tal fazermos a seguinte análise? Creio que todos já passaram por esse questionamento uma vez ou outra na vida, especialmente na infância. Que graça haveria se todos fossem iguais, não é mesmo? Fico realmente indignada ao pensar que algumas pessoas se acham superiores por ser de certo nível social ou ter determinada profissão, ao passo que outras não tiveram uma formação acadêmica e têm trabalhos “humildes”. Por acaso o médico que tem tanto dinheiro e conhecimento não precisou de um grande e experiente pedreiro e um marceneiro para morar em uma bela casa com lindos móveis sob medida? Se houvesse superioridade nesse caso, então um não precisaria do outro para ter um lindo ambiente para morar, ou para curar suas doenças. Uma única pessoa faria tudo sozinha, sem o auxílio de mais ninguém.

Bonnie Oscarson, uma líder feminina, ensina muito sobre as grandes e valiosas diferenças que existem entre as pessoas: “Temos muito que aprender umas com as outras e, com frequência, permitimos que barreiras criadas por nós mesmas nos impeçam de desfrutar o convívio com pessoas que seriam uma grande bênção em nossa vida. (…) Se existem barreiras, é porque nós mesmas as criamos. Precisamos parar de nos concentrar em nossas diferenças e procurar o que temos em comum. Depois, podemos começar a perceber nosso maior potencial e realizar o maior bem neste mundo. (…) Que possamos compreender o quanto precisamos umas das outras e que todas amemos melhor umas às outras”.

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Enfim, antes de julgar nossos semelhantes, que possamos pensar que ele não é e nunca vai ser igual a mais ninguém. Antes de criticá-lo cruelmente, que tentemos compreender seu ponto de vista. E antes que façamos comparações injustas, que possamos enxergar em nós e em nossos semelhantes os atributos que tornam o mundo tão cheio de riquezas e diversidades. E aquilo com o que não concordamos que possamos ao menos respeitar para que possamos ser respeitados quando as nossas ideias também forem únicas.

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Marcia Denardi

Márcia Denardi é jornalista, musicista e uma mãe e esposa loucamente apaixonada pelos filhos e pelo marido. Tem como objetivo profissional usar a informação para fortalecer as famílias. Curta a fan page www.facebook.com/blogmarciadenardi.