Adolescência, uma fase de mudanças nos filhos e de grande desafio para os pais
Quando os filhos entram na adolescência, todos enfrentam uma fase desafiadora, onde o diálogo, afeto e compreensão dos pais são fundamentais para uma convivência satisfatória.
Luiz Higino Polito
Que pai ou mãe não se chateia com as atitudes de seus filhos adolescentes? E que adolescente não se chateia com os seus pais, que parecem viver tão fora de época? Quem está certo nessa disputa, os pais ou os adolescentes?
Entendendo a adolescência
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a adolescência se situa entre os 10 e 20 anos de idade. É um período onde os jovens experimentam grandes mudanças internas e externas. Muda o corpo, muda a mente, muda o metabolismo. O site Mundo Estranho diz que “Os pais perdem a característica de benfeitores e viram educadores, fontes de ordens, tarefas e exigências… O adolescente também passa a enxergar as imperfeições dos pais… A ação dos hormônios se altera completamente… Tudo isso acarreta (nos adolescentes) novas emoções, percepções e reflexões”.
O site Portal Educação diz que “Na adolescência, a dinâmica familiar começa a mudar, pois os jovens começam a ter vontade própria e mais recursos pessoais para executá-la… O Adolescente passa a questionar as normas dentro de sua casa, tenta escolher seu próprio caminho, estabelece vínculos com pessoas que não são da família, e não aceita o que os pais julgam ser o melhor para eles”.
A idade da “Aborrescência”
Os pais, que podem ter sido excelentes pais para os filhos durante a infância, começam a ter dificuldades para entender as atitudes dos filhos. Não é à toa que muitos deles se refiram à adolescência como a fase da “aborrescência”. E pensando bem, é verdade mesmo que os pais e os adolescentes se aborreçam uns com os outros muitas vezes.
Pais que não percebem os conflitos internos e externos pelos quais os filhos estão passando, talvez não consigam aceitar as atitudes dos filhos e os conflitos serão inevitáveis. Aí é que devem entrar a maturidade dos pais, o afeto, a paciência e a compreensão deles, para que possam estar sempre disponíveis para ajudar os filhos, sempre que forem solicitados. Tentar impor as coisas aos adolescentes de forma exagerada pode causar o afastamento deles, e em vez de ajudá-los, os pais podem afastá-los para longe. O Portal da Educação explica: “Isso não significa que o pai tenha que ficar imóvel quando o filho (tomar) decisões que poderão colocar em risco sua própria integridade física, moral ou psicológica. A forma como o pai irá intervir nessa situação é que faz grande diferença”.
Tratar os filhos de forma igual é bom?
Muitos pais, algumas vezes, se preocupam em ser “neutros”, e tratar os filhos de forma igual. Isso pode ser um erro, porque cada filho é diferente do outro e tem necessidades diferentes. Por isso, cada filho deve ter uma educação “sob medida”, embora os pais devam ter amor de forma igual por todos eles. O que funciona com um filho, pode não funcionar com outro. Isso não é incompetência dos pais, nem “problema” com os filhos, mas sim, a manifestação pura e simples da individualidade humana.
Tratar os adolescentes como crianças também irá deixá-los muito irritados. Eles estão sendo impelidos pela natureza a se tornarem independentes: seus corpos estão em mudança constante, adaptando-os para a vida adulta. Os hormônios os alteram internamente, o rapaz está se tornando um homem e a menina, uma mulher. Os pais precisam de sabedoria para entender e ajudar os adolescentes nessa difícil transição. Precisam estar perto deles, mas não tão perto que eles se sintam superprotegidos ou asfixiados, enquanto buscam seu lugar na vida adulta.
“Os pais criam os filhos para o mundo”
Essa frase é conhecida, e assim deve ser mesmo! Pais e mães que tentam manter os filhos sob suas asas por tempo demais não estão tornando seus filhos preparados para enfrentar a realidade e correm o risco de torná-los dependentes e inseguros. Existe até uma síndrome, chamada de Síndrome do Ninho Vazio, que acomete as mães, principalmente, porque elas se sentem “abandonadas” pelos filhos que partem para criar suas próprias famílias. Tais mães têm dificuldades para aceitar a separação e sofrem muito com isso, precisando até, dependendo do caso, ter de buscar ajuda com terapia para enfrentar tal situação. O que é absolutamente normal na maioria das famílias, isto é, os filhos crescerem, se apaixonarem e se casarem, saindo da casa dos pais, o que pode ser traumático para alguns pais (principalmente para algumas mães).
Depressão na adolescência
Alguns adolescentes podem ter problemas além do normal enquanto se adaptam à vida adulta. Não é incomum o caso de adolescentes precisarem de ajuda, por isso os pais devem estar atentos em mudanças muito grandes no comportamento de seus filhos. A depressão é uma das coisas que podem causar muito sofrimento. Um artigo escrito por Marcia Denardi, chamado “Como Ajudar Um Adolescente Com Depressão” traz muitos esclarecimentos sobre isso. Alguns sintomas de Depressão na Adolescência podem ser: “O adolescente se envolve em situações perigosas e arriscadas. Geralmente tem dificuldade em se relacionar e mostrar seus sentimentos. Também pode demonstrar muita ansiedade. Muitos adolescentes passam pela fase de rebeldia, e alguns sentem desejo de fazer uso de drogas, ficam violentos e até mesmo fogem de casa”, alista a autora do artigo.