Ajudando seu filho durante a primeira decepção amorosa
Todo sofrimento de um filho é sempre muito doído e quando isso vem envolto pela emoção de uma perda amorosa o sofrimento parecer ser maior. Como ajudá-lo a ver que isso não é o fim do mundo?
Ivani Bastos Irineu
Em qualquer época da vida, uma desilusão amorosa sempre será uma experiência difícil. Na adolescência isso parece ficar mais potencializado devido à ainda falta de prática que o jovem tem para lidar com essas “novas” emoções.
Quando nossos filhos passam por algo assim, precisamos dar a eles a atenção e o cuidado necessário para passarem por isso com o menor dano possível. Isso não significa que teremos que interferir diretamente. Esse é o primeiro cuidado. Precisamos lembrar que essas emoções precisam ser bem entendidas e sentidas por ele para melhor alicerçá-lo à vida adulta.
Algumas decisões e atitudes são fundamentais para ajudar o filho nesse momento:
1. Aprender com a experiência
Fale com ele sobre o que pode ser retirado dessa experiência. Diga-lhe também que a vida dele está apenas começando e que o correto entendimento e postura frente à experiência o ajudarão a enfrentar outras de maneira melhor.
2. Compartilhe sua experiência
Nossas histórias tem sempre um encanto para os filhos. Eles não nos conheceram em nossa adolescência e normalmente não falamos dela em suas partes mais difíceis. Pronto, chegou o momento. Narre para ele como você lidou com algo semelhante quando tinha a idade dele. Não mistifique nem emoldure. Seja sincero. Fale como foi difícil e como você superou. Deixe-o perceber que tudo passou e que a prova que no final tudo deu certo, é você com ele, ali, naquele momento.
3. Incentive-o a superar a situação
O sentimento de perda, de derrota, que normalmente aparece, acaba também de forma intensa, adicionando uma sensação de culpa. Isso precisa ser bem trabalhado na vida dele. Explique isso a ele, mas deixe claro que o fato dele entender não significará que ele já irá superar tudo. Ele também precisará ter e desenvolver algumas atitudes. Precisará sair mais, conversar com mais pessoas e reposicionar seu foco. Mesmo que ele não tenha a vontade para isso, diga-lhe e que precisará fazer. É como tomar um remédio de gosto amargo. É ruim, mas é preciso tomar para curar-se.
4. Mudar de hábitos
Quando se constroi um relacionamento, acaba-se criando hábitos e condicionamentos consequentes. Determinados lugares, músicas e mesmo comidas armazenam emoções daquele convívio que agora não existe mais. Por isso, é muito importante evitar por um tempo essas recordações. Não ir a determinados lugares pode ser um decisão sábia na superação desse momento, por exemplo.
5. Substituição
Algo se torna mais superável quando não apenas deixamos de fazê-lo, mas na medida em que o substituímos. Você só consegue deixar de gostar daquele perfume que você está tão acostumado somente quando encontra outro melhor. A sua música favorita somente perderá esse posto quando você encontrar outra com uma melodia bem mais especial para você. E isso somente ocorre quando vamos à loja de perfumes e experimentamos novas fragrâncias, quando sintonizamos várias rádios e escutamos diferentes melodias. Um novo amor só ocorre quando buscamos em situações e locais distintos.
Lembrem-se, pais: Existe um momento de “luto” que precisa ser vivenciado, sentido. Perceba que seu filho está tendo um contato importante com as emoções naturais da vida e que ele precisa, por ele mesmo, aprender a lidar com isso. A ajuda que poderemos oferecer será compartilhar nosso conhecimento e experiência, mas na dose certa.