Ajudando um jovem a reconhecer seu valor individual

A visão que o jovem tem de si mesmo influenciará suas atitudes e moldará seu caráter, precisamos estar atentos para perceber como nosso filho adolescente se vê.

Taís Bonilha da Silva

Esta geração enfrenta desafios bastante peculiares, na época, por exemplo, de nossos pais não se ouvia falar em bullying ou cyberbullying, embora já existissem nas escolas os “valentões” e os “bodes expiatórios”. Contudo o que vemos hoje é avanço destrutivo dessas práticas, tanto que chegam a extremos levando jovens ao suicídio.

Podemos e devemos combater essa prática tão nociva, não só para proteção de nossos filhos que podem estar sofrendo calados, mas também, enquanto cidadãos, cuidando para que nossos filhos não façam parte do grupo que exclui, ofende e agride.

Tanto a situação de vítima, quanto a situação de ofensor devem ser combatidas em sua raiz. A visão que o jovem tem de si mesmo influenciará suas atitudes e moldará seu caráter, precisamos estar atentos para perceber como nosso filho adolescente se vê.

Como perceber se há algo errado e o que fazer

  1. Podemos começar observando a atitude deles enquanto estão em grupo, com os colegas, se eles agem de modo muito tímido, aceitam opiniões alheias com muita frequência em detrimento da própria vontade. Neste ponto o que se pode fazer é ajudá-los a compreender que devem se impor, de forma educada, mas expressar sua vontade e desejo. Ensiná-los que não precisam se sujeitar a fazer coisas que não querem apenas para se sentir aceitos pelo grupo, que sempre haverá outras pessoas, outros amigos e outros grupos. Deste modo, você fortalecerá a identidade pessoal dele, que às vezes pode se confundir com a do grupo.

  2. As notas escolares também podem ser um indicativo de que há algo errado, você deve ser um pai ou mãe bastante presente na vida escolar de seu filho, mesmo que ele já seja um adolescente, ele ainda precisa saber que os pais se importam e se preocupam, e vai mais além, com essa atitude você demonstra interesse por seu filho, ainda que ele aparente envergonhar-se, você deve compreender que não é pessoal, é uma pressão do grupo e se você ceder, como poderá ensinar seus filhos a não cederem?

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  3. Mudanças de comportamento: seu filho tem um temperamento que já é próprio dele e você conhece, mas ele começa a se comportar de modo diferente, geralmente mais agressivo ou isola-se. Estes também são sinais de que há algo errado, converse sempre. Essas conversas não devem ser como sermões, pois com essa atitude você só o afastará, enalteça as qualidades, a adolescência é uma fase que gera muita insegurança e os jovens precisam de apoio para reconhecer seu valor individual.

Haverá casos em que será necessário ajuda de um profissional, não espere até que seja tarde demais, olhe para seu filho, mas deve ser aquele tipo de olhar que enxerga além do que se vê.

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Taís Bonilha da Silva

Taís Bonilha da Silva, estudante de Psicologia, atua na área da Saúde Mental. Participa do Programa de Monitoria na Universidade na disciplina de Análise do Comportamento. Esposa e mãe de 2 filhos.