Alzheimer pode ser transmitido por sangue? Estudo faz revelações
Embora as causas exatas do Alzheimer sejam desconhecidas, pesquisas continuam sendo feitas e algumas têm tido achados interessantes.
Stael Ferreira Pedrosa
Alzheimer é uma doença assustadora. Imagine como dever ser esquecer-se daqueles que amamos como se fossem fotografias apagadas em um dispositivo qualquer. Tornar-se dependente e fragilizado. Tanto é difícil para quem recebe o diagnóstico quanto para aqueles que convivem e amam o portador de tal mal.
Uma doença cada vez mais comum
Já são 44 milhões de portadores da doença no mundo e os prognósticos não são animadores. Segundo o site Saúde.abril, estima-se que em 2030 serão 75 milhões de pessoas afetadas e 135 milhões em 2050.
Enquanto a comunidade científica se debruça sobre o problema, algumas informações chegam e ajudam a melhorar a qualidade de vida dos pacientes de Alzheimer. Já se sabe que o mal está ligado a uma proteína, a beta amiloide que é encontrada próxima aos neurônios. Essa proteína produz placas que destroem as conexões celulares. Também se atribui o problema a outra proteína chamada Tau que forma tecidos em forma de novelos que prejudicam os neurônios.
Novos achados
Cientistas da Universidade da Columbia britânica no Canadá, investigam em um estudo se a doença de Alzheimer poderia começar em qualquer lugar do corpo antes de migrar para o cérebro através do sangue – e nesse caso se poderia contaminar outra pessoa por este mesmo meio. No estudo publicado no Jornal Científico Moleculary Psychiatry, apurou-se que a proteína beta amiloide pode ser produzida em qualquer parte do corpo como o cérebro, as plaquetas, músculos, vasos e outros, mesmo em indivíduos saudáveis.
A tese desenvolvida através do estudo é que “o envelhecimento torna frágil a barreira entre cérebro e sangue permitindo que a proteína do sangue se junte à do cérebro e acelere a degeneração”.
O estudo foi feito com ratos. Um com genes que produzem altos níveis de beta amiloide e outro que não as produz e fizeram com que ambos compartilhassem o mesmo sangue.
O resultado foi que “após um ano, o roedor saudável apresentou sinais de Alzheimer como degeneração das células cerebrais, inflamação e prejuízos na memória e aprendizado, o que sugere que o camundongo sadio foi ‘infectado’ pelo sangue do outro animal”.
Alzheimer é transmitido por sangue?
Segundo os cientistas ainda não é possível afirmar, apesar dos fortes indícios de que a proteína beta amiloide pode se espalhar pelo organismo, a situação dos ratos foi prolongada e criada em ambiente laboratorial, sem relação com a realidade. Também não existem estudos que possam confirmar a transmissão via sangue.
No entanto, o estudo em relação à proteína e sua produção e mobilidade fora do ambiente cerebral abre possibilidades para o desenvolvimento de novas formas de tratamento que possam retardar ou mesmo interromper a doença.