Após dar à luz a gêmeas, o médico disse ‘sinto muito’ e ela percebeu que sua vida não seria mais a mesma
"Eu gostaria de pergunta ao doutor: Por que você sente muito? Não há nada para se desculpar, é apenas uma jornada diferente."
Rachel D.C.
A notícia que mudou suas vidas
O casal Matt e Jodi Parry, do Reino Unido, ficaram muito animados ao saber que seriam pais de gêmeas idênticas. As meninas, Abigail e Isobel, nasceram prematuras em 2011, segundo reportagem do Independent.
Após o parto, o médico falou “sinto muito” e logo em seguida deu a notícia de que que as gêmeas tinham Síndrome de Down. Jodi diz que não se lembra muito de tudo que foi falado naquele dia, mas ela se lembra perfeitamente daquelas duas palavras: “sinto muito”.
A mãe diz que sentiu muito medo quando ouviu o diagnóstico. “Nós tínhamos tantas perguntas. Elas poderão andar? Elas poderão falar? Nós não sabíamos nada sobre a Síndrome de Down e deixamos o hospital sem respostas, sem informação, apenas com medo”, disse.
Muitos casais têm filhos com Síndrome de Down, mas este caso é raríssimo, apenas um a cada 2 milhões tem gêmeos com a doença.
A grande bênção e o aprendizado
Quatro anos após a notícia que mudou a vida da família, Jodi explica que ela não sente mais medo e que a família vive uma vida muito feliz.
Jodi escreveu uma carta para o médico com o título “Para o doutor que nos disse ‘Sinto muito’” na carta ela conta um pouco de sua jornada para uma campanha sobre a Síndrome de Down e para motivar e inspirar famílias que estão sentindo o mesmo medo e confusão que um dia ela sentiu.
Ela inicia falando que quando ouviu a notícia ela não fazia ideia de como seria seu futuro. “O dia em que as meninas foram diagnosticadas com Síndrome de Down foi como uma sentença para mim. Naquele dia eu não me senti mãe. Eu me senti confusa e perdida. Eu tinha visões turvas do futuro. Eu pensei que nós teríamos que cuidar delas até cair mortos no chão”, escreveu.
Jodi então explica que tudo parece diferente agora. Sua vida é corrida e ocupada como de toda mãe com 3 filhos para cuidar. Mas ela está feliz e animada de comemorar a Dia das Mães com sua família.
Ela explica que os médicos são ótimos para dar informações, mas teria sido muito melhor se eles tivessem tido a oportunidade de conversar com um casal que já tinha uma criança com Síndrome de Down para guiá-los nessa jornada.
“Eu gostaria de perguntar ao doutor: ‘Por que você sente muito? Não há nada para se desculpar, é apenas uma jornada diferente. Nossas meninas nos trazem tanta felicidade e em setembro elas começaram a ir para a escola junto com seu irmão mais velho, Finlay. Nossa família está feliz e saudável. Então, agora, 4 anos se passaram, se essa é a nossa jornada então eu não trocaria os nossos guias turísticos por nada nesse mundo”, finalizou.