Câncer de ovário: o que há de novo sobre esse assassino silencioso
Chamado de assassino silencioso por longo tempo devido à dificuldade de ser detectado previamente, o câncer de ovário tem ceifado vidas em todo o planeta.
Stael Ferreira Pedrosa
Chamado de assassino silencioso por longo tempo devido à dificuldade de ser detectado previamente, o câncer de ovário tem ceifado vidas em todo o planeta. É o segundo câncer mais comum e dos ginecológicos o mais letal.
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O exame de prevenção (Papanicolau) não é eficiente para detectar o câncer de ovário a não ser já em estado avançado, quando as células cancerosas migram pelas trompas e útero e chegam ao colo. Mas, nesse estágio é mais difícil a sobrevivência da paciente.
O exame pélvico pode detectar o câncer ainda em estado inicial, mas não garante que o ovário canceroso será detectado apenas por esse método. Às vezes até o mais experiente médico pode não ser capaz de detectá-lo ao exame físico.
O mais preocupante nesse tipo de câncer é que ele não dá sinais iniciais e caso dê, estes podem ser confundidos com outras condições menos graves como inchaço abdominal que pode ser causado por gases, acúmulo de líquidos, problemas urinários ou dor abdominal que também pode ter várias causas menos graves. Então, quando se chega a suspeitar de câncer de ovário, já é um pouco tarde, por isso é necessário que as mulheres conheçam os sintomas e peçam ao seu ginecologista para fazer exames no sentido de verificar se é um problema nos ovários. Informação ainda é a melhor prevenção.
Sintomas principais
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Aumento do volume abdominal
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Dificuldade de comer devido à sensação de “estar cheia”
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Dor na região abdominal e pélvica
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Urgência para urinar
Grupo de risco
Mulheres acima de 50 anos
Casos familiares (mãe, irmã, avó) de câncer ginecológico (mama e ovário). Neste caso não importa a idade.
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O que há de novo?
Um novo estudo desenvolvido em 2013 por pesquisadores americanos da Universidade Johns Hopkins, do Instituto Ludwig e do centro Memorial Sloan-Kattering, além de brasileiros do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira) traz uma promessa.
Segundo os pesquisadores, foram analisadas biópsias de células tumorais através do Papanicolau de mulheres americanas e brasileiras e submetidas a um sequenciamento de DNA. Após compará-las com células normais, os cientistas perceberam que em 12 genes havia mutações que indicavam a presença de tumores. Os pesquisadores fizeram então um sequenciamento de DNA de células provenientes do exame e obtiveram 100% de sucesso para o câncer de endométrio e 41% de sucesso para o de ovário. Não houve resultado falso-positivo.
Essa nova técnica ganhou o nome de PapGene. O método de coleta é o mesmo do Papanicolau e ainda não tem data para ser implantado no Sistema de saúde pública. Pois muitas melhorias precisam ser feitas antes de aplicar esse teste de maneira rotineira, mas, já representa um passo promissor em direção a uma metodologia de triagem amplamente aplicável para a detecção precoce de doenças malignas ginecológicas. Até agora os 2 testes mais utilizados para detecção de câncer de ovário são ultrassonografia transvaginal (USTV) e o exame de sangue CA-125. Melhores formas de detectar o câncer de ovário estão sendo pesquisadas. Felizmente, melhorias feitas nos testes de triagem tradicional têm levado a uma menor taxa de mortalidade por câncer de ovário.
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