As 5 fases do casamento e como sobreviver a cada uma delas

Se o casamento não está evoluindo, está morrendo, assim como um organismo vivo. Quando o casamento fica estagnado, ele não está crescendo, então sua situação é crítica.

Stael Ferreira Pedrosa

Muitos são os fatores que contribuem para o sucesso ou fracasso de um casamento. Nossas origens culturais, familiares, a criação que tivemos, os exemplos que vivenciamos e muito mais.

Os doutores Newman’s, Minirth e Hemfelt, após anos pesquisando casais e famílias, afirmam que se o casamento não está evoluindo, está morrendo, assim como um organismo vivo. Segundo eles, quando o casamento fica estagnado, ele não está crescendo, então sua situação é crítica.

Os pesquisadores acima identificaram 5 estágios ou fases do casamento:

  • Primeira fase – Amor jovem – os primeiros 2 anos

  • Segunda fase – Amor realista – do 3º ao 10º ano

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  • Terceira fase – Amor confortável – do 11º ao 25º ano

  • Quarta fase – Amor em renovação – do 26º ao 35º ano

  • Quinta fase – Amor transcendente – do 26º ano em diante

Essas fases não se dão exatamente nesses períodos e nem da mesma forma para todos os casais. Essas fases são apenas diretrizes gerais baseadas em estudos e prevalecem mais ou menos em todas as uniões. Além disso, podem ser diferentes em segundos ou terceiros casamentos, já que os parceiros foram casados anteriormente, podem passar mais rapidamente por uma das fases ou estender para além do seu período de vida normal.

Cada uma dessas etapas é importante e deve ser vivida antes de se passar à fase seguinte. Se não forem vivenciadas ou se etapas forem queimadas, pode resultar em problemas graves.

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Se o seu casamento enfrenta problemas atualmente, é bom rever cada uma das fases e certificar-se que vocês não estão “presos” em alguma fase passada.

1. A primeira fase – O Amor jovem

O casal começa a relação com pouca intimidade. A carga cultural e costumes trazidos de sua vida anterior com os pais irão aparecer. Esse pode ser um momento difícil. E como tarefa os doutores aconselham:

1ª tarefa: Moldar a nova família aproveitando o entusiasmo do amor novo que pode “aparar” as arestas do ajuste. Porém é algo que deve ser feito com cuidado. Como a intimidade ainda é superficial, não se deve forçar um ou outro.

O casal deve deixar sua família anterior para trás e criar novos hábitos, costumes e tradições que sejam a expressão de ambos.

2ª tarefa: Desistir do controle. Este é um ponto de que surgirá ao longo de todas as passagens do casamento: “quem controla a relação?”. Ele surgirá em situações variadas nas escolhas simples do dia a dia. Embora seja inevitável, é bom saber que o conflito de poder é uma parte normal do casamento. O que realmente importa é como o casal lida e negocia nessa parte do relacionamento. Quanto maior as aberturas do diálogo no casamento melhor as chances dele florescer.

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3ª tarefa: Construir uma união íntima. Os pesquisadores concluem que o sexo é muito mais contaminado por fatores externos como drogas, álcool, fadiga, estresse e problemas físicos. Mas, o casal deve lembrar-se que o órgão sexual mais importante e ativo é também o menos levado em conta: o cérebro. E, segundo eles, as cargas trazidas de experiências passadas podem ser as “cápsulas do tempo” que serão abertas no casamento. Se houver graves danos nessa área tais como memória de abuso ou outras experiências traumáticas, deve-se buscar ajuda terapêutica.

2. A segunda fase – O Amor realista

Nessa fase o casal aprende a andar juntos sem tropeçarem um na personalidade do outro.

1ª tarefa: Nessa fase, após sobreviver aos primeiros anos, o casal tem impulso suficiente para seguir em frente. Porém a relação ainda é relativamente jovem. A busca pela carreira, ganhar a vida, criar filhos, pagar dívidas, prover para a casa, pode empanar o brilho da relação. Os parceiros já não sentem a necessidade da conquista e o sexo já é algo comum e sem criatividade. É um momento que exige cuidado, pois o tédio da relação pode levar um (ou ambos) os parceiros a olharem ao redor. Neste momento, o importante é ater-se primeiramente ao compromisso que ambos fizeram um ao outro.

2ª tarefa: Reconhecer esse compromisso. Não podemos saber o que se passa nos cantos mais obscuros da mente de nossos parceiros, o que não é algo ruim, já que ter algum pensamento de traição ou infidelidade não significa que alguém irá fazê-lo, mas já seria o suficiente para magoar um cônjuge. É importante reconhecer também porque tais pensamentos surgem. Eles são fruto da pseudoestagnação em que o casamento se encontra devido às lutas diárias em se criar os filhos e manter uma família. A vida ocupada afasta os cônjuges.

Apegar-se ao compromisso de fidelidade ajudará o casal a passar por essa fase. Pense em seus filhos e no quanto afetaria suas vidas trocar a estabilidade conjugal por uma aventura inconsequente. Os filhos beneficiam-se por toda a vida ao presenciarem o amor entre pai e mãe.

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3. A terceira fase – O amor confortável

No início do casamento é dito que os casais devam forjar uma identidade própria de casal, já nessa fase a tarefa é quase inversa: criar uma identidade individual enquanto mantém-se a identidade do casamento.

1ª tarefa: Buscar manter sua identidade como indivíduo juntamente com a identidade do casamento, o que traz equilíbrio à relação que por essa fase tende a criar uma perda de identidade e codependência. Como Frank Minirth explica, “O objetivo no casamento é uma interdependência saudável. Um erro é quando um parceiro tenta sentir todos os sentimentos (ou fazer tudo) no casamento”.

2ª tarefa: Diga adeus. Uma tarefa importante da terceira passagem é aceitar as perdas e dizer adeus à juventude e saúde perdidas. Quando somos jovens queremos mudar o mundo, após os quarenta ficaremos contentes em redecorar a própria casa.

Raramente alguém alcança todos os sonhos da juventude e isso não significa que a vida não valeu a pena. Nessa fase a tarefa mais importante é superar o sentimento de “agora ou nunca” ou “eu tenho que sair desse casamento para construir uma nova vida”. Ao contrário, tente construir maior intimidade com seu cônjuge através da partilha da esperança, sonhos, medos, alegrias, tristezas. Isso evitaria a busca de outra pessoa que o compreenda, dê mais carinho ou outra crença mental da fase.

4. A quarta fase – O amor renovado

Essa fase é especialmente perigosa para um caso acontecer. Pensamentos como: “será que ainda sou desejável?” apenas refletem os questionamentos sobre o valor pessoal em outras áreas da vida. Nessa fase, o vigor sexual diminui e manter o relacionamento satisfatório vai envolver esforço.

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Tarefa: Quem está casado há mais de 25 anos sabe que esse é o momento de renovar ou de alienar. É hora de buscar abrirem-se mais um ao outro. Saber mais sobre o outro. Vocês já chegaram tão longe. Vale a pena passar por essa fase, pois a seguinte será melhor.

5. A quinta fase – O amor transcendente

1ª tarefa: Comemore as novas oportunidades. Com os avanços científicos e maior expectativa de vida, a aposentadoria pode ser o início de uma vida gratificante. Aceite as limitações da vida, altere os sonhos, adapte-se, seja flexível.

Porém, não caia no erro de pensar que como vocês já estão juntos há décadas, não há mais em que se trabalhar. É bom estar ciente que ainda tem que cuidar do relacionamento. Se houver algum problema não resolvido nas fases anteriores, vocês vão encontrá-los agora e não há como escapar.

Nessa fase, as atividades devem atender aos interesses de ambos e suas necessidades. Uma grande necessidade nessa fase é sentir-se necessário e apreciado. O mais indicado são as atividades compartilhadas. Cada um dos cônjuges deve ter várias metas para esse tempo de inatividade do trabalho enquanto ainda estão ativos e desejosos de se divertir e viver.

2ª tarefa: O crescimento espiritual deve ser estimulado e deve continuar até a morte.

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A fonte de problemas com frequência é a situação em que um dos cônjuges tem tido pouco ou nenhum interesse para além do cotidiano. O marido viciado em trabalho ou a mulher cuja única diversão é assistir a novelas podem se sentir em algum ponto confusos e sem rumo.

Experimentar algo novo, um lugar novo, um hobby ou ser voluntário pode ser um bom começo na busca de alargar os horizontes. Conversem sobre seus objetivos e propósitos e tracem metas juntos.

Respeitem o espaço individual um do outro e quando a insatisfação surgir busque saber em qual fase está o problema.

Um ponto importante a ser visto é a interferência na vida diária do casal dos filhos e netos adultos. Se houver limites para essa interferência, ela pode ser positiva, caso contrário, o casal pode tornar-se babá ou até mesmo provedor de filhos e netos e cercear seus próprios planos. Cuidar dos netos ocasionalmente é bom, o excesso é problemático.

3ª tarefa: É importante não negligenciar o sexo se não houver impedimentos físicos. Nessa fase esta experiência pode ser ainda mais profunda e gratificante. Embora a falta de sexo seja facilmente suportada é bom manter-se ativo.

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Amor transcendente é uma perspectiva profunda e pacífica em direção a seu parceiro e sua vida. Não é uma fita que você recebe no braço quando alcança décadas de casamento. É um merecimento que mostra que houve esforço em construir esse amor.

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.