Em briga de marido e mulher não se mete a colher. Será?
Aprenda 5 dicas para auxiliar um casal em crise sem se intrometer ou se envolver em desentendimentos.
Suely Buriasco
Ditos populares normalmente apresentam fundo de verdade, mas nem por isso podem representar uma regra de conduta saudável. O fato é que muitas vezes somos chamados a “meter a colher” em conflitos de casais seja na família ou amigos, não com o ensejo de se intrometer, mas porque nos vemos diante da necessidade de prestar esse auxílio. O problema é que, mesmo bem-intencionados, podemos cometer erros graves que podem piorar a situação dos envolvidos e até complicar a nossa relação com eles. Assim todo cuidado é pouco, afinal, briga de marido e mulher é mesmo algo muito complexo!
Como mediadora eu trabalho muito com conflitos de casais e pensei em algumas dicas que podem ser importantes caso você queira colaborar para a harmonia de um casal. Vamos lá:
1- Espere ser convidado
Entrar numa discussão sem ser chamado pelo menos por uma das partes pode ser o caos; é imprescindível que eles desejem a sua ajuda. Claro que não se trata de nenhum convite formal; um resmungo, uma confidência, qualquer atitude de aproximação sua com o problema pode ser o ensejo para você se colocar à disposição.
2- Aprenda a ouvir
Creia que na maioria das vezes as pessoas só precisam de alguém que as ouça com sincera atenção, pois quando elas conseguem textualizar seus sentimentos já se sentem muito melhores. Além disso, ouvir a si mesmas as ajuda a encontrar alternativas para lidar com a questão e propicia que você também compreenda os reais interesses de quem fala. Reconhecendo sentimentos você se aproxima do problema da forma como a outra pessoa o está encarando.
3- Não compre a briga
Cuidado para não considerar verdadeiro tudo o que ouve, lembre-se que pessoas magoadas têm visão distorcida dos fatos; use de muita cautela. O ideal é que você converse com os dois e compreenda a visão de cada um de forma imparcial e, o máximo possível, neutra. Lembre-se que em toda briga existem três versões: a de um, a do outro e a real. Você não vai ajudar se pender para esse ou para o outro lado. Foque nos interesses em comum, ou seja, no que pode ser bom para os dois.
4- Incentive o diálogo
Sempre que possível promova o encontro dos cônjuges para que conversem juntos e falem de seus sentimentos um para o outro. O ideal é que você os prepare para essa conversa pedindo para que sejam gentis, falem de sentimentos e ouçam um ao outro. Nesse caso você pode definir que cada um tenha uma vez para falar sem a intromissão do outro, isso ajuda no início. Depois, com os ânimos mais equilibrados deixe que conversem e só interfira se for realmente preciso.
5- Não aponte soluções
Por mais que para você a solução pareça clara, lembre-se que o problema não é seu e você pode induzir pessoas que pensam diferentes a agir como você e depois se arrepender. Todo cuidado é pouco! Apresente alternativas, de preferência em forma de perguntas para que os cônjuges possam refletir sobre elas. Questione situações, mas deixe que eles pensem no assunto e encontrem a melhor forma de lidar com o problema.
Não é tarefa fácil “meter a colher”, mas sempre é possível, através de uma postura imparcial e amiga, fazer com que o casal entre num entendimento e, dessa forma, contribuir para a harmonia de uma família. Isso provocará uma intensa satisfação em sua alma.