Colocando azeite em sua lâmpada: Preparando a família para o Senhor

Entenda como o óleo usado na lâmpada das dez virgens não podia ser compartilhado, conforme a parábola que o Senhor Jesus Cristo nos deixou, e aprenda como preparar-se e a sua família para encontrar o Senhor Jesus Cristo um dia e ser aceito.

C. A. Ayres

A parábola das 10 virgens sempre foi uma de minhas favoritas no estudo do Evangelho, pois eu sempre soube que traz um significado profundo, muito além do meu entendimento. Muito mais que o aviso para que estejamos preparados para o encontro com o Salvador, podemos entender todo o processo de preparar-se que é único e individual. Entendendo-a melhor:

O óleo

Os judeus extraíam o azeite, colocando as azeitonas dentro de sacos feitos de pano e amassando-as com a prensa. O resultado da primeira prensa era um óleo puro, usado consagrado para cura e nas lâmpadas para luz. A segunda prensagem trazia um óleo vermelho, amargo, que nos lembra a “taça amarga” que Cristo tomou.

Simbolicamente, o Salvador foi ao Getsêmani (prensa de azeite) submeter-se à “prensa” (o peso de todos os pecados do mundo). Seu sangue puro para que tivéssemos a cura de nossos pecados.

Em nossa vida, as adversidades e desafios extraem o que há de melhor em nós para que aprendamos e cresçamos. Esta é a razão pela qual não podemos compartilhar nosso óleo. Cada pessoa deve crescer e aprender com as próprias experiências, tomando o cuidado para não se tornar amarga com o passar do tempo, mantendo a pureza.

A lâmpada

As lâmpadas eram usadas no tempo de Cristo por Hebreus e Egípcios, comprovado arqueologicamente, já que não tinham eletricidade como temos hoje. Elas eram comumente feitas de argila em forma oval e achatada. Uma lâmpada sem uso estava pronta somente pela metade.

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O ato de usar a lâmpada, ou seja, colocar o azeite e queimá-lo para obtenção de luz, terminava o processo de impermeabilizar a argila, uma vez que o ponto de combustão do azeite funcionava como a queima hoje utilizada para solidificação do barro.

Simbolicamente, o constante uso da lâmpada era o que a fortalecia para manter o puro azeite trazendo a luz necessária para iluminar o lar ou o caminho. O mesmo azeite não poderia ser usado para queimar outra lâmpada, bem como cada lâmpada necessitava passar pelo mesmo processo para estar pronta para o uso.

A preparação para a vinda do Noivo

As virgens que estavam preparadas para a vinda do noivo não só possuíam o óleo em suas lâmpadas, como as mesmas já o retinham por seu uso constante. As “loucas”, como chamadas na parábola, correram para poder comprar o óleo, mas suas lâmpadas também não estavam preparadas para prover a luz necessária para o casamento.

Em nossa vida, o uso de nossas experiências pessoais que adquirimos através das provações para sermos uma luz para o mundo, torna-nos mais fortes em nosso testemunho e mais preparados para continuar recebendo o puro óleo da preparação ao nos prepararmos para encontrar nosso Salvador.

Linda K. Burton disse sobre a parábola das 10 virgens: “Não creio que exista alguém, principalmente entre as pessoas de bom coração, que não sinta tristeza pelas moças loucas. E alguns de nós apenas desejamos dizer às outras pessoas: ‘Será que vocês não podem compartilhar, e assim todas ficam felizes?’ Mas pensem no seguinte. Essa é uma história contada pelo Salvador, e é Ele quem chama cinco delas de ‘prudentes’ e cinco de ‘loucas’.”

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Há tantos outros detalhes maravilhosos desta parábola. O Senhor a inicia dizendo “Então o reino dos céus será semelhante às dez virgens”. Não conhecemos todos os detalhes sobre o tipo de casamento, o noivo, a festa, como 5 virgens se prepararam, e o que as que não se prepararam deixaram de fazer. Mas sabemos de uma coisa, conforme ensinou ainda Linda Burton:

“O óleo da preparação é individual e não pode ser compartilhado. Ao adicionarmos óleo à nossa lâmpada espiritual de modo consistente e diligente, gota a gota, ao fazer coisas pequenas e simples, teremos nossa lâmpada ‘preparada e acesa’ com surpreendente preparação.”

Mais interessante ainda é que a parábola dos talentos é contada logo após, também por Jesus Cristo, no mesmo capítulo de escritura. Ou seja, essa preparação começa cedo em nossos lares, e emana de nós de acordo com nossa fé, diariamente, quando usamos – e duplicamos – nossos talentos para o bem, quando oramos, lemos as escrituras, cuidamos dos pobres, ensinamos o Evangelho de Jesus Cristo a nossa família e o proclamamos ao mundo, vivemos o que ensinamos, perdoamos e nos arrependemos, buscamos aprender dos profetas de Deus, e cumprimos os mandamentos adicionando gota após gota na preparação que precisamos para nossa vida, para os momentos de alegria e tristeza, sem nos amargurarmos, reconhecendo que o Senhor Jesus derramou Seu sangue por nós. Isso é o fruto de uma vida inteira e não pode ser comprado nem compartilhado.

Que não sejamos “loucos” em deixar nossa preparação para o último dia e sermos então “servos inúteis” e percamos a grande oportunidade de encontrar nosso Salvador face a face quando Ele vier.

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C. A. Ayres

C. A. Ayres é mãe, esposa, escritora e fotógrafa, pós-graduada em Jornalismo, Psicologia/Psicanálise. Visite seu website.