Como a vivência dos mandamentos de Deus nos faz livres
Veja o que é "ser livre" do ponto de vista divino e como essa visão foi totalmente deturpada pelo mundo.
Erika Strassburger
“A vida é minha!”, “Sou livre para fazer o que quero!”, “O corpo é meu!” são justificativas muito comuns usadas para racionalizar escolhas que destroem a saúde e o bem-estar físico, emocional e espiritual de uma pessoa. O apelo à liberdade de expressão é muito grande nessa justificativa. As pessoas defendem que o apogeu da expressão de sua liberdade está em fazer algo perturbador, em satisfazer seus desejos, sejam eles quais forem.
O recato, a discrição, a moderação, por outro lado, têm sido vistos como atitudes de pessoas reprimidas. Ou seja, quando uma pessoa escolhe viver longe dos vícios, de atitudes moralmente degradantes e de qualquer prática considerada aceitável pela sociedade, mas que vai de encontro aos mandamentos de Deus, ela é tachada de retrógrada, fanática, alguém que “não aproveita a vida” porque “a religião proíbe”. As escolhas moralmente corretas acabam sendo vistas como uma privação da liberdade. Como se para ser livre, o indivíduo precisasse correr riscos, quebrar regras, infringir leis.
Realmente, o mundo está de cabeça para baixo! Há uma visão bastante deturpada dos conceitos “liberdade” e “ser livre”. Vejamos algumas definições encontradas no dicionário:
Liberdade
Possibilidade de agir conforme a própria vontade, mas dentro dos limites da lei e das normas racionais socialmente aceitas.
Livre
Que não está preso. Solto. Que foi absolvido de um crime.
É sabido que podemos desfrutar da liberdade de escolha, também conhecida como arbítrio. No gozo dessa liberdade, realmente podemos fazer o que desejamos. Mas há algo sobre o qual não temos o mínimo controle: as consequências. Sendo assim, as escolhas – que podemos fazer graças ao arbítrio que temos – precisam ser feitas com muita responsabilidade para que sejamos realmente livres.
É neste conceito, livre ou ser livre, que vou focar a partir de agora.
Antes disso, gostaria de relacionar alguns dos antônimos mais significativos para esse termo:
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Recluso.
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Detido.
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Prisioneiro, preso.
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Dependente.
Agora, notem como a observância dos mandamentos de Deus nos tornam realmente livres, enquanto que sua violação nos aprisiona:
–Não terás outros deuses diante de mim. _Não farás para ti imagem de escultura [para adorar]_. Êxodo 20:3-4
Temei a Deus.
Esses mandamentos nos livram da dependência de falsos deuses, de amuletos da sorte ou de proteção, dos medos e superstições.
–_Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão._ Êxodo 20:7
(…) de maneira nenhuma jureis . Mateus 5:34
Ao compreendermos a importância desses mandamentos, acabamos nos livrando de certas manias ou crendices – na maioria das vezes usadas para invocar proteção – como repetir bordões, frases de impacto e fazer juramentos usando geralmente o nome da Deidade, o que é blasfêmia.
–_Lembra-te do dia sagrado para santificar._ Êxodo 20:8
Ao dedicar um dia na semana para a adoração e o descanso, damos uma pausa na rotina e nos dedicamos ao Senhor, quebrando o ciclo (que muitas vezes pode ser vicioso) do trabalho, estudo e diversão.
–_Honra a teu pai e a tua mãe._
A falta de amor, cuidado, dedicação, afeto, respeito pelos pais faz com que os filhos se tornem escravos da apatia, do descaso, do desleixo e de outros maus sentimentos que jamais deveriam nutrir, ainda mais por aqueles que lhes deram a vida.
–_Não matarás._
De todos os mandamentos, a violação deste é o que mais amplamente resulta na perda da liberdade.
– Não adulterarás.
O adultério faz do pecador um escravo da luxúria.
–_Não furtarás._
A pessoa que furta ou rouba é escrava da inveja, da ambição desmedida, da cobiça. E, assim como quando mata, ela pode perder também a liberdade de ir e vir.
–_Não dirás falso testemunho contra o teu próximo._
Bem disse Sigmund Freud: “O homem é dono do que cala e escravo do que fala.”.
–_Não cobiçarás._
A cobiça é um sentimento que aprisiona, pois motiva a prática de vários outros pecados.
–_As bem-aventuranças._
Em Mateus 5 lemos vários conselhos, conhecidos como as Bem-aventuranças, dados por Jesus Cristo durante o famoso Sermão da Montanha. Veja alguns deles:
_Bem-aventurados os mansos, os justos, os misericordiosos, os pacificadores, os puros de coração._ Violando tais conselhos, estaremos sendo escravos da inconstância, da ira, da injustiça, da intolerância, da malícia e outros sentimentos ou atitudes relacionados a esses.
Muitas outras admoestações devem ser consideradas se quisermos preservar a nossa liberdade. Devemos fugir da inveja, do ódio, das contendas, das bebedeiras, da glutonaria, das murmurações, da maldade, de enganos, do ciúme etc.
A regra é simples: ao plantarmos “sementes do bem”, teremos paz de consciência e colheremos os frutos compatíveis às sementes que plantamos. Em contrapartida, ao fazermos más escolhas, tornamo-nos escravos de uma consciência perturbada – que nos tirará a paz, o sono e a serenidade – dos vícios produzidos por tais escolhas e das suas consequências.
Em suma, tudo o que faz mal ao corpo, à mente e ao espírito, aprisiona. “Todo aquele que comete pecado é servo do pecado.” João 8:34. Os mandamentos, por sua vez, são o nosso passaporte para a liberdade. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” João 8:32. Ao reconhecermos que tudo o que é bom vem de Deus e o que é mal vem do inimigo, saberemos a quem deveremos servir para desfrutar a verdadeira liberdade.