Como aceitar os filhos adultos e ajudá-los na busca de seus objetivos
Os filhos crescem, amadurecem e necessitam conhecer e buscar novos horizontes para sentirem-se autossuficientes e realizados com a caminhada na concretização de sonhos.
Fernanda Ferraz
Os filhos nascem e cria-se um laço forte e um amor indescritível, os pais se apegam e algumas vezes os cuidados tornam-se tão intensos que sufocam a vida dos filhos. É claro que todo pai e mãe quer proteger, mas o equilíbrio entre deixar voar e orientar é sumamente importante. As crianças crescem, se desenvolvem e é normal que algumas vezes pensem diferente dos pais, é normal que os objetivos de vida e profissional também sejam diferentes. Só porque o pai é médico e a mãe odontologista, não quer dizer que ele tenha aptidões e desejo de seguir a área da saúde.
Com alguns anos à frente, os pais têm mais experiência de vida, mas isso não quer dizer que saibam tudo, estamos em constante aprendizado e é completamente possível aprender também com os filhos, ainda que sejam jovens. Os pais devem aproveitar esse carinho e experiência de vida para orientar e aconselhar os filhos, não para confrontar as decisões que eles tomam ou impor objetivos que eles desejam achando que aquele é o melhor caminho; o livre-arbítrio é dos filhos sobre suas escolhas e demais consequências destas. Os pais devem auxiliá-los na jornada das suas buscas pessoais e profissionais, devem ser uma luz para eles, também não podem esquecer que mesmo tendo atingido a maioridade (18 anos), os filhos necessitam de conselhos amorosos e atenciosos. Os pais devem ser os professores que mais influenciam sua vida, todo o diálogo entre a família, deve acontecer em harmonia, como demonstra a letra de um hino:
“Tudo é belo em derredor, com amor no lar! Nossa vida é melhor, com amor no lar!
Bem igual não pode haver que discórdias combater e harmonia promover, com amor no lar com amor, com amor, não há dor não há pesar, com amor no lar!
Na choupana há prazer, com amor no lar! Ódio e mal não pode haver, com amor no lar!
Cada rosa no jardim, canta hinos para mim dando à vida alegre fim, com amor no lar! Com amor, com amor, não há dor não há pesar, com amor no lar!
Todo o céu pode se abrir, com amor no lar! Todo o mundo refletir, esse amor no lar!
Do regato o murmurar e das aves o cantar tudo faz-nos jubilar, com amor no lar! Com amor, com amor, não há dor não há pesar, com amor no lar!”
Uma família em harmonia tem mais chances de criar seus filhos sob os seus cuidados e protegê-los contra os perigos do mundo, do que um lar onde conflitos e brigas são constantes. Podemos enumerar alguns pontos para que os pais possam compreender melhor, como aceitar e encorajar os filhos na busca por seus objetivos.
1- Ser amigos
Os pais devem ser aliados dos filhos e não inimigos. A amizade é um elo maravilhoso! Todas as pessoas desejam ter amizades boas e confiáveis. E quem desempenha melhor papel que esse, a não ser o próprios pais? Os pais, por natureza, tem preocupação sincera e amável, não necessitam de grandes interesses, a não ser o bem-estar de sua prole, desejam por instinto deixar um legado a sua descendência que gere bons frutos. Os pais em sua maioria sempre querem o melhor para seus filhos, mesmo com as diferentes escolhas que façam, saber aceitar e respeitar fazem parte do processo, ainda que seja difícil; saber encorajar e apoiar e estar felizes com seu progresso, ainda que a realização dele não tenha sido o que você como pai ou mãe sempre planejou para a vida dele desde pequeno.
2- Orientar
Seu filho já amadureceu, alcançou a idade em que quer andar com suas próprias pernas e definir seu trajeto, e está em dúvidas sobre o que fazer no campo profissional? Seja um orientador, uma referência, ajude-o a observar quais são as opções que possui; faça-o perceber e fazer um balanço de seus sonhos, fazendo uma ponte para a definição de sua carreira profissional. Mostre a ele, através de pesquisa na Internet; indo visitar algumas faculdades; participando, se possível, de cursos experienciais, norteando os pontos positivos e negativos de cada descoberta que fizerem juntos. E caso ele demore a decidir-se, tenha paciência, muitas vezes não é de primeira que acerta-se na escolha profissional. Indique o caminho e permita que ele mesmo trilhe o percurso, sabendo que lhe terá por perto não para fazer por ele, mas para ajudá-lo no que for preciso.
3- Deixe-os escolher
Alguns pais passam tanto tempo obcecados pelo futuro perfeito que desejam para os filhos, que tomam quase que totalmente o controle da vida deles, inibindo-os a fazerem por si mesmos. A situação chega a um ponto tão sério que o rapaz ou a moça sente medo de tudo, principalmente se estiver relacionado em fazer escolhas sozinhos sem a supervisão ou influência dos pais. Vivem sob a pressão das decisões do pai ou da mãe que foram-lhe impostas, deixando perceptivo características como indecisão constante, medo e dúvidas.
4- Reconhecê-los como adultos
Parar de pensar que ainda são bêbês, que necessitam de colo o tempo todo. É preciso vê-los como os adultos que são.
5- Aceitar suas decisões
Seja no setor pessoal, emocional ou profissional, os pais devem aceitar as decisões dos filhos. Proibi-los de estar com aquele namorado(a), de casar com aquela mulher ou homem, ou afrontar seus sentimentos, só fará com que corram mais rápido para seus desejos emocionais. O melhor sempre é converssar, falar do que sente a respeito, analisar ambos os lados, falar da preocupação, mas deixar livre para que ele mesmo encontre as respostas de que necessita. Tratar bem e respeitar suas escolhas é essencial para o bom relacionamento familiar, independentemente de ser o que você esperava, deve sempre haver tolerância e respeito, ainda que isso não lhe satisfaça.
6- De portas abertas
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Qualquer que seja as consequências das decisões tomadas pelos filhos, os pais nunca devem deixar as portas fechadas de seu corações e lar, pois eles saberão e ainda mais terão a certeza que possuem um porto seguro chamado família!
Ainda que cheios de erros, infantilidades, um pouco ou muito de irresponsabilidade, eles precisam amadurecer e necessitarão de amor e carinho. Nem sempre acertarão, nem sempre errarão, mas saberão que independente das dificuldades que venham a existir, eles têm um grande farol, que sempre estará próximo mesmo que a densa névoa esteja ao redor do caminho, ainda sim eles terão esse grande farol chamado amor e orientação.