Como conversar com seu filho sobre depressão
Estabelecer relações construtivas com os filhos pode ajudar ou prevenir momentos tristes ou mesmo a depressão.
Jose A Alves Junior
O lado emocional de uma pessoa é muito singular e delicado, principalmente das crianças e adolescentes. Como pais, tornar-se necessário estar atento a qualquer reação diferente.
Às vezes, as crianças e os pais aceitam essas atitudes como o próprio jeito da criança. Isso pode trazer consequências indesejadas, pois pode ser sinal de depressão, como sustenta o Dr. Dráuzio Varella: “Depressão é uma doença grave. Se não for tratada adequadamente, interfere no dia a dia das pessoas e compromete a qualidade de vida”.
Qualquer relação deve ser baseada na confiança e amizade, não é diferente entre pais e filhos. A primeira ação de prevenção à depressão é a boa relação e conversa franca com os filhos.
Algumas dicas para fortalecer este relacionamento:
1. Entenda o que é a depressão e seus sintomas
Segundo o Dr. Dráuzio Varella, depressão é: “Uma tristeza que nunca acaba, é uma doença (silenciosa)… que ataca uma em cada dez pessoas que procuram o médico.”
O Dr. Dráuzio Varella explica que o diagnóstico da depressão se expressa na presença de cinco ou mais dos seguintes sintomas abaixo:
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Estado deprimido: desanimo em boa parte do tempo.
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Anedônia: desinteresse por atividades.
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Alteração de peso: ganho ou perda não intencional.
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Distúrbio do sono: hipersônia ou insônia.
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Problemas psicomotores: agitação ou apatia constante.
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Falta de energia: fadiga diária.
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Culpa excessiva: inutilidade ou sentimento de culpa. D
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ificuldade de concentração: dificuldade em pensar ou concentrar-se.
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Idéias suicidas: pensamentos em tirar a vida.
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2. Ser amigo e estar presente
Estar presente e participar do dia-a-dia de seu filho é uma maneira eficaz de observar se ele apresenta os sintomas da depressão além de demonstrar que você se preocupa e se interessa por seus problemas, que esta disposto a ajudar.
Fazer-se presente é um dos aspectos da amizade e da confiança, como reforça a Psicóloga Dra. Camila Duarte Garcia: “Desde cedo, a confiança é a base para que você estabeleça laços firmes com seu pequeno”.
3. Conversar com os filhos individualmente
“É preciso estabelecer uma relação de confiança para que a criança não tenha medo de contar tudo o que acontece com ela”, diz a professora de psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Jane Felipe.
Embora a criança ou adolescente por muitas vezes não consiga identificar a depressão como demonstra o Dr. Dráuzio Varella: “(as crianças) aceitam a depressão como fato natural, próprio de seu jeito de ser. Embora estejam sofrendo, não sabem que aqueles sintomas são resultado de uma doença e que podem ser aliviados”.
Sendo assim, uma boa maneira da criança se abrir e expor seus sentimentos é numa boa conversa com um amigo, e nada melhor que esse amigo seja o pai ou a mãe, em quem a criança ou adolescente confia e saiba que pode se abrir, tendo a certeza que este amigo o ajudará a vencer mais essa fase da vida.
4. Ser bom ouvinte
É natural enquanto pais procurarmos ter as respostas na ponta da língua, mas isso pode ser um erro quando não ouvimos, principalmente os filhos que querem e têm a necessidade de serem ouvidos e expressarem-se. Precisamos primeiramente ouvir, sem julgamento e interrupções, pensarmos, e depois falarmos.
5. Não ser ditador, mas educador
A educação e bem-estar dos filhos é responsabilidade dos pais, o significado da palavra “pai” é: benfeitor, criador, progenitor, protetor. Não podemos fugir da responsabilidade da criação e educação dos filhos, que deve ser através do bom exemplo, companheirismo, liderança e diálogo ao invés da arrogância e autoritarismo.
Precisamos refletir que nossos filhos são nossa responsabilidade, e precisamos estabelecer limites até que eles possam ser independentes com equilíbrio emocional principalmente.
O momento ideal para se conversar com os filhos? Todos os dias, todas as semanas, sempre que possível. Lembre-se que o senhor do seu tempo é você mesmo!
Fique atento ao comportamento de seu filho, esteja sempre por perto, estimule-o a praticar esportes, ser sociável, ser alegre, e se, por ventura, notar sinais de depressão, procure orientação médica com urgência e ajude-o no que precisar.