Como lidar com familiares com transtorno bipolar
Vamos entender um pouco sobre este transtorno que se caracteriza em dois níveis: Depressivo e o mania.
Weslei Zanaldo
Trabalho há algum tempo em um hospital que cuida e investe na reabilitação de pessoas com todos os tipos de transtornos mentais. Esta iniciativa começou na década de 90 e tem dado certo. Não escrevo como um profissional ou especialista da área, e sim com experiências adquiridas e pesquisas realizadas.
Mas gostaria de focar no transtorno bipolar ou maníaco-depressivo, desencadeado por uma falha no córtex que apresenta dificuldade em inibir ou reduzir sinais de regiões mais instintivas. Essas são aquelas pessoas conhecidas por familiares e amigos como “8 ou 80”. Muitas famílias sofrem um desgaste emocional e financeiro antes de perceberem que se trata de uma doença e que precisa de atenção.
Vamos entender um pouco sobre este transtorno que se caracteriza em dois níveis: Depressivo e o (hipo)mania. Esse último seria a fase de euforia ou extrema irritabilidade, impulsivas ou até explosivas, pelo menos é assim que a maioria das pessoas o conhece. Nesta fase os utentes bipolares não sabem lidar com a espera de determinado processo e tendem a querer tudo num determinado momento, pois não sabem lidar com a frustração e com as dificuldades.
Como interagir com um bipolar:
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Ter paciência.
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Perguntar se ele aceitou sua doença.
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Saber sua opinião sobre sua doença.
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Encarar o seu jeito de ser como “doença”.
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Apoiar seu tratamento.
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Buscar informações nos centros de saúde e com profissionais da área. E aplicar as estratégias que deram certos com outros.
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Estar preparado para as frustrações e os desafios a cada crise.
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Estar sempre disposto a escutar os seus desabafos e a dialogar sempre.
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Ter bom senso quando precisar chamar a atenção, nunca ridicularizar ou expressar qualquer forma de preconceito.
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Supervisionar se os medicamentos estão sendo tomados corretamente.
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Durante os períodos de euforia, ficar atento a talões e cartões de crédito.
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Durante o período de estabilidade, tentar diferenciar depressão de sentimentos normais de tristeza e alegria.
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Não exija demais ou proteja muito.
Na maioria dos casos, eles dão sinais que algo não está bem, quando estão prestes a desencadear uma crise. Muitas vezes o estopim é alguma bebida ou medicamentos de uso corriqueiro como café, drinques, analgésicos antigripais ou simplesmente por que algo lhes foi negado. O importante é sempre ter em mente que será por toda a vida com pequenos, médios e grandes desafios. Muitos conseguirão incubar as crise e viver bem, outros nem tanto. Eles sofrem – e muito – mas o sucesso do tratamento (que deve ser acompanhado por um médico especialista e seguido seriamente) depende na maior parte do doente. Muitos não vão querer se tratar. Ou por causa dos efeitos colaterais de algumas medicações, queiram desistir. E cabe a nós, como família, tentar ajudar e comunicar ao médico. Peça ajuda quando preciso. Informe-se! O conhecimento sobre o caso será de grande ajuda.