Como o amor contribui para o lar doce lar
O mais nobre de todos os sentimentos, o amor, não pode estar de fora do mais santo dos lugares, o nosso lar.
Erika Strassburger
Como seriam os momentos familiares de um lar ideal? A família reunida conversando alegremente? Todos trabalhando em conjunto na limpeza da casa ou no jardim? As crianças compartilhando seus brinquedos, de bom grado, umas com as outras? Os jovens irmãos saindo juntos para se divertir, tratando-se com respeito e sendo confidentes? Os pais amorosos, companheiros, pacientes e carinhosos um com o outro e com os filhos?
Uma família é formada por pessoas com personalidades, idades e interesses diversos. “As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida”(Artur da Távola). Essas diferenças, contudo, podem ser uma barreira para a harmonia do lar, caso as pessoas não se esforcem para compreendê-las e aceitá-las.
Há um sentimento poderoso capaz de motivar as pessoas a abrirem mão de seus desejos e interesses egoístas em prol da felicidade familiar: o amor. “O amor é a força mais abstrata, e também a mais potente que há no mundo”, disse Mahatma Gandhi. Somente através do amor poderemos transformar nosso sonho de um “lar doce lar” em realidade.
Como o amor pode contribuir para o lar ideal? De muitas formas:
Ele nos induz ao arrependimento e perdão
Quando magoamos ou somos magoados por alguém que amamos, não encontramos a paz até pedirmos perdão ou perdoarmos. Não conseguimos seguir adiante tranquilamente até que tudo esteja bem novamente.
Ele produz em nós o desejo de um diálogo constante
O diálogo contínuo é necessário para a felicidade familiar. Quem ama quer saber como o outro se sente, o que ele pensa, ou o que quer. Na verdade, a comunicação é o melhor caminho para o entendimento.
Ele faz-nos mais altruístas
O amor faz com que abramos mão de nossos próprios interesses em favor daqueles que amamos. Queremos o bem deles, acima do nosso próprio bem. Esse altruísmo é essencial no suprimento das necessidades familiares e no cultivo da gratidão.
Ele faz brotar em nós o desejo de confiarmos e sermos confiáveis
Quem ama não quer decepcionar. Não mente, não omite, não engana. Igualmente, quem ama em tudo crê, confia.
Ele faz-nos mais empáticos
A empatia é essencial para o bem-estar emocional da família. Quando nos colocamos no lugar do outro conseguimos compreender melhor suas atitudes, suas frustrações, suas tristezas. Podemos, deste modo, dar uma melhor assistência, ser mais solidários, sofrendo os sofrimentos do outro, chorando com ele. Graças à força do amor, há uma grande disposição de se usar de empatia.
Ele nos ajuda a refrearmos nossos instintos
Raiva, ira, preguiça, intolerância, lascívia e outras atitudes e sentimentos degradantes podem destruir a paz familiar e, mesmo, dissolver a família. Somente um sentimento sublime como o amor é capaz de nos dar a força necessária para dominarmos estes e outros instintos, caso sejam fraquezas para nós.
Ele dá-nos esperança
O amor não nos deixa desistir de nossa família. Ele ajuda-nos a ter perspectivas mesmo em meio às vicissitudes da vida.
Ele desperta em nós o desejo de querer estar na companhia uns dos outros
Um lar cheio de amor possui um magnetismo que atrai os membros da família. Ele é o nosso refúgio, o porto seguro, o lugar onde encontramos paz e consolo. Nenhum lugar neste mundo deve ser melhor do que o nosso lar.
Ele induz-nos ao cuidado
Não há “ferida” que não seja “tratada”, lágrima que não seja enxugada, princípio de solidão que não seja interrompido quando os membros de uma família nutrem o verdadeiro amor uns pelos outros.
Ele faz-nos encontrar a felicidade e cultivar a gratidão, independente das condições em que vivamos
Pobreza, doença, limitações físicas, intelectuais ou mentais não são barreiras para a felicidade num lar onde o amor impera. Uma família consegue ser feliz quando é grata pelo que tem. O amor tem o poder de nos fazer enxergar o muito no que, para muitos, parece pouco.
O amor é o alicerce da felicidade familiar. É a grande força que faz de um pequeno homem um gigante, é o que faz a ideia de família perdurar, ainda que muitos tentem substituí-la por um modelo mais convencional.
Enquanto houver amor genuíno, haverá alegria, companheirismo, altruísmo, confiança, cooperação, amizade, lealdade, misericórdia, diálogo, esperança, perdão – tão essenciais para que a família continue sendo o que é: a mais importante de todas as instituições humanas.
Finalizo com as palavras de Carlos Drummond de Andrade: “A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.”