Como perdoar a traição de um amigo
A traição de um amigo provoca muita dor, afinal, trata-se do rompimento de um elo de confiança com alguém que se considerava especial; mas superar essa dor é de grande importância e o perdão é fundame
Suely Buriasco
Sentir-se traído é um grande sofrimento para qualquer pessoa, principalmente sendo alguém a quem dedicamos estima e amizade sincera. Dizem que se reconhece um amigo nos momentos difíceis; mas amigo mesmo é aquele que realmente está do nosso lado também nos momentos felizes, compartilhando de nossa felicidade.
Perdoar é saudável
É muito triste quando um amigo nos engana e nos desaponta profundamente. No entanto, mágoa, rancor e tristeza só nos prejudicarão ainda mais; o melhor é sempre perdoar e nos libertar das emoções negativas. Acumular emoções negativas empobrece o espírito e afeta de forma danosa o corpo, originando doenças mentais e físicas. Por mais que esteja sendo difícil encarar essa realidade não há porque valorizá-la exageradamente, afinal, sempre existem coisas mais importantes para direcionar nossas melhores energias.
Perdoar é abrir mão de julgar
É preciso que compreendamos que seres humanos são falhos e esta é uma característica que faz parte da personalidade de cada um, assim, conviver com as fraquezas de nossos amigos também faz parte da amizade. Claro que existem situações que não se pode aceitar, mas procure não ser tão severo. Pode ser que seu amigo não o tenha traído de forma proposital ou talvez não tenha avaliado bem o efeito do que fez. Pode ser que ele compreenda a situação de forma diferente e até acredite que tenha agido certo e pode ser ainda que realmente o quis prejudicar. Não vale a pena condená-lo; deixe que ele compreenda por si o que fez.
Perdoar não é esquecer
Ainda hoje vemos o perdão ser confundido com esquecimento; muitos dizem: “perdoar é esquecer a ofensa recebida” ou “se não esqueceu; não perdoou”. Isso tem dificultado a execução do perdão, porque a menos que a pessoa sofra um processo de amnésia, não será possível simplesmente esquecer. Perdoar não é esquecer; é, essencialmente, deixar de sofrer. Também não significa voltar a ter o mesmo relacionamento que tínhamos antes com a pessoa que nos magoou. A quebra de confiança é um processo muito lento de se recompor, embora possível pelo esforço das partes envolvidas, mas essa é outra escolha. Perdoar é esquivar-se de sentimentos destruidores e sequer desejar o mal, mesmo lembrando-se do mal sofrido.
Perdoar é se libertar
Outra falsa ideia é acreditar que pelo perdão beneficiamos quem nos prejudicou ou causou mal. O perdão é benefício para quem perdoa; provoca a paz já que liberta a pessoa da dor causada pelo outro. Perdoar é, acima de tudo, libertar-se de tudo o que envolve o fato doloroso, aprendendo com a experiência e sendo mais precavido. Perdoar não é fazer de conta que nada aconteceu, não significa “tapar o sol com a peneira”; muito pelo contrário. É preciso levar em conta a experiência, rever a situação, a relação, enfim, tudo o que envolve o acontecimento. Perdoar é fazer isso com sabedoria, livrando-se do sofrimento; é sair da tristeza para a alegria com sabedoria e discernimento.
Perdoa, pois, o amigo que não soube valorizar o apreço com que o tinha e promova a paz em sua própria vida. Afinal, como escreveu Fernando Pessoa: “Ser feliz é encontrar força no perdão, esperanças nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros. É agradecer a Deus a cada minuto pelo milagre da vida”.