Como tratar a febre de forma adequada
Seu filho está com febre? Que bom! Isso significa que seu corpo está reagindo a um agente agressor. Conheça e saiba como tratar a febre com algumas dicas.
Stael Ferreira Pedrosa
Nosso corpo tem um termostato natural chamado hipotálamo. O hipotálamo é localizado no centro do cérebro e sua função é controlar diversas funções do organismo entre elas a temperatura corporal.
A temperatura normal de nossos corpos é entre 36 e 37,5º. A temperatura pode oscilar normalmente durante o dia, sendo mais baixa de madrugada e mais alta no fim da tarde. Exercícios físicos, calor, excesso de roupa ou alterações hormonais femininas podem alterar a temperatura. Também o ponto do corpo onde é feita a medição faz variar a temperatura:
Temperatura axilar – normal até 37,2ºC.
Temperatura oral (boca) – normal até 37,5ºC.
Temperatura timpânica (ouvido) – normal até 37,5ºC.
Temperatura retal (ânus) – normal até 38ºC.
A febre pode ser boa ou ruim para o corpo dependendo do modo como a tratamos e das condições do paciente. É bom ressaltar que febre não é doença. É um sintoma de que o organismo está reagindo à ação de um invasor. Algumas verdades sobre a febre:
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Febre alta ou baixa não significa doença mais ou menos grave, ou seja, doenças graves podem apresentar febre baixa como o câncer ou doenças autoimunes.
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Aproximadamente 90% das febres são causadas por infecções virais que não precisam de tratamento médico, como gripes ou resfriados. Basta controlar a febre e deixar o organismo agir.
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O aumento da temperatura faz com que os glóbulos brancos (leucócitos) do sangue (que são os defensores do organismo) reajam e ataquem o agente agressor.
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As dores, mal-estar e perda de apetite são para que o paciente procure descanso. O organismo já está comprometido na luta contra o agressor e não pode despender energia com brincadeiras, vídeo game, trabalho braçal ou intelectual e nem digestão.
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A febre baixa, entre 37,2 e 37,8º, é chamada febrícula. Não deve ser interrompida, mas observada.
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A febre só deve ser reduzida acima dos 39° exceto se o paciente apresentar problemas de saúde anteriores ou problemas crônicos, tais como: hipertensão (pressão alta), histórico de convulsões febris ou epilepsia, problemas cardíacos e respiratórios.
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Algumas pessoas dizem que estão com febre interna e por isso o termômetro não detecta. Se o termômetro não mostra, é porque não há febre.
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Não tome antibióticos em caso de febre. Felizmente os antibióticos foram proibidos de venda sem receita médica. Seu uso incorreto e indiscriminado cria bactérias super-resistentes, pois o paciente não sabe a dose certa, a indicação do antibiótico e tampouco o tempo que deve ser usado. Só o médico pode indicar o uso de antibióticos. Importante: Antibióticos matam bactérias. Não têm qualquer ação sobre vírus. Portanto, não servem para gripes, resfriados, dengue, e outras viroses.
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Para tratar adequadamente a febre
, deve-se levar em consideração o estado geral do paciente e a temperatura em que o corpo se encontra. Devemos baixar a temperatura:
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Quando ela atinge mais de 39º
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Na gravidez, a febre alta pode causar má formação fetal.
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Em pacientes cardiopatas (que têm doença do coração).
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Nas doenças crônicas debilitantes como hipertireoidismo, diabetes, tuberculose.
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Se o paciente sofre de epilepsia.
Tratamento para baixar a febre
Normalmente usam-se medicamentos analgésicos (que combatem a dor), antipiréticos (baixam a febre) e ou anti-inflamatórios intercalados a cada 6 horas. Estes medicamentos não atuam sobre a doença em si. São paliativos e não contribuem para a cura. Normalmente os médicos recomendam a dipirona e o paracetamol. Aspirina e qualquer outro medicamento que contenha AAS (Ácido acetilsalicílico) são bons antipiréticos e anti-inflamatórios, mas como têm ação anticoagulante, são contraindicados em caso de dengue, cataporas, ou se o paciente estiver com algum tipo de hemorragia. Portanto, só use medicamentos se o médico assim os indicar. Caso o paciente já tenha usado antes, pode-se medicar se a febre estiver acima de 38,5 acompanhada de dores. Nesse caso evite os medicamentos que contêm AAS. Todo medicamento tem efeitos colaterais e interações medicamentosas. Alguns graves. Prefira o tratamento natural até que o paciente seja medicado:
Repouso
Evite atividades físicas, intelectuais, motoras e alimentar-se. A febre já acelera normalmente os batimentos cardíacos, forçar o corpo trará desconforto maior.
Hidratação do paciente
Não em excesso, mas deve-se oferecer líquido com frequência ao paciente e este deve ingeri-lo de acordo com sua demanda de sede.
Refrescar o paciente
Não o agasalhe, o objetivo é baixar a temperatura. Use roupas leves de algodão.
Compressas frias
(nunca geladas) e úmidas no tronco e membros
Banho morno
(nunca frio). Pelo tempo que o paciente desejar.
Ajuda médica
Encaminhe o paciente ao médico para investigação da causa da febre.
Febre não é um bicho de sete cabeças. Não é necessário entrar em pânico quando a febre se apresenta. Fernanda Zicolloto, pediatra paulista, no site mdemulher avisa: “A febre é sempre um bom sintoma”. Basta não se apavorar com ela e averiguar o que a provoca antes de partir para qualquer medicação.