Como vencer a imaturidade nas relações: 4 dicas

A imaturidade prejudicial aos relacionamentos está mais relacionada ao egoísmo e à falta de empatia com o parceiro. Veja como vencê-la.

Stael Ferreira Pedrosa

Quem frequenta as redes sociais já testemunhou o quanto as respostas a certas perguntas sobre relacionamento evidenciam a imaturidade dos respondentes. Há alguns dias, vi a seguinte pergunta: se o homem fica em casa cozinhando e lavando roupas enquanto a mulher trabalha, o que você pensa desse homem? As respostas foram variadas, mas, em sua maioria, os respondentes (principalmente do sexo feminino) conceituavam tal homem como “mulherzinha”, “vagabundo”, “folgado”, etc.

Em outro post foi perguntado o inverso: “seu marido trabalha o dia todo, é sua obrigação cuidar da casa e ter comida pronta quando ele chega?” Novamente, foi uma chuva de respostas femininas condenando essas “obrigações” às chamas do inferno. Respostas como: “não sou empregada de marido”, “não ganho para isso” e “não sou escrava” figuravam entre outras que achavam razoável essa divisão de tarefas.

O que fica na mente é: afinal, o que querem as mulheres? Refiro-me especificamente às mulheres, porque os homens em suas respostas pareceram mais aptos a aceitar as situações de casal. As respostas masculinas variavam entre “o cara tá certo, divisão de tarefas” e “se o marido chega cansado e a mulher está em casa, nada mais justo que a mulher cuide da casa e cozinhe”, ou “se tiver crianças o marido pode ajudar também”, figuravam entre respostas de homens e mulheres.

Imaturidade

Afinal, o que pode ser considerado maturidade e imaturidade em uma relação de casal? De acordo com o site Psicologia em São Paulo, o termo imaturidade, em psicologia, costuma se referir às crianças considerando o momento de prontidão para cada fase, mas, que é comum as pessoas usarem o termo “imaturo” quando um adulto apresenta comportamentos aos quais esperava-se que não manifestasse mais.

As crianças costumam ter um comportamento centrado em si mesmas em diversas fases da vida. De acordo com biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), em sua teoria do desenvolvimento cognitivo, observa-se a criança dos 2 aos 7 anos como egocêntrica (se vê no centro de tudo e entende o mundo a partir da sua própria vivência) e não tem a capacidade de se colocar no lugar dos outros.  

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Nessa fase, a criança acredita que a natureza e as coisas têm autonomia para agir por conta própria e costumam culpar os objetos pelo que lhe acontece. Se ela cai, a culpa é do carrinho no caminho dela, bate ou briga com o carrinho, chama-o de “feio”, entre outras reações de raiva. Não consegue compreender que foi ela quem não prestou atenção no objeto no caminho (que, inclusive, pode ter sido deixado lá por ela mesma) e que, então, a culpa é dela.

Esse é um comportamento esperado que termine aos 7 anos de idade. Se essa terceirização das próprias culpas permanecer acima dessa fase, isso mostra imaturidade. Se permanecer até a fase adulta, pode ser devastador para as relações.

Comportamentos que demonstram imaturidade dos casais

Quando se fala em maturidade nas relações, isso não significa que as partes não possam ser brincalhonas, joviais, sentar no chão para brincar com crianças, gostar de videogame ou soltar pipa. Isso não caracteriza a imaturidade. A imaturidade prejudicial aos relacionamentos está mais relacionada ao egoísmo e falta de empatia com o parceiro.

Falta de autocontrole

Quando um dos cônjuges não consegue controlar suas emoções ou reações com o outro, explodindo facilmente ou dando más respostas em vez de conversar, isso mostra alto grau de imaturidade. É uma pessoa egocêntrica que só olha para si mesma, não se importando com o impacto que suas reações podem causar no cônjuge.

Dica: se esse tipo de comportamento está afetando seu relacionamento, se o descontrolado for você, da próxima vez que seu cônjuge disser algo que lhe irrite, respire fundo e feche a boca. Não fale nada por alguns instantes. Olhe para seu parceiro e tente entender o que ele está dizendo e repita para ver se entendeu. Se o descontrolado for o seu parceiro, comece falando com ele sobre os problemas, voltando a atenção para você e não para ele. Por exemplo, “eu me sinto incomodada em ver estas roupas espalhadas” (ao invés de: você espalha as roupas por aí e isso me irrita), ou, “eu adoro quando você me ajuda com…” (ao invés de você nunca me ajuda em nada).

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Não se comprometer

Seu par nunca se compromete em nada. Não diz que sim nem não. Se você pergunta algo, por exemplo, sobre o futuro: “vamos comprar aquele carro?”, ele responde: “você é quem sabe”, ou “você decide”. Esse comportamento tem uma razão de ser que evidencia imaturidade: se algo der errado, a culpa é sua. Você que decidiu. O imaturo nunca vai admitir suas culpas e sempre tentará colocar as culpas nos outros.

Dica: é possível que ele ou ela ainda não tenha se dado conta do que está fazendo. Apenas pensa que está evitando “problemas” ao agir assim ou deixando que você assuma o controle. A solução nesses casos é a conversa franca sobre o quanto isso lhe perturba e que vocês são uma parceria, devem decidir as coisas juntos.

Evitar conversar sobre a relação

Os homens principalmente são os mais esquivos a discutir os problemas da relação. Talvez porque as mulheres falam mais e sobre muitas coisas ao mesmo tempo, exemplo: quero conversar com você sobre o relacionamento, você não presta mais atenção em mim, você não me traz flores mais, não me convida para sair e ainda passa muito tempo em frente à televisão.

Dica: falar de várias coisas ao mesmo tempo, costuma dar um “nó” na cabeça masculina. Fale de uma coisa de cada vez e garanta um compromisso da parte dele em mudar aquela atitude específica.

Não ter responsabilidade com a família

Ele não para em emprego algum, falta ao trabalho por qualquer motivo, nunca tem dinheiro para pagar as contas e se tem, diz que não tem. Ela nunca limpa a casa, as refeições estão sempre atrasadas, sai e deixa as crianças sozinhas ou com a avó. Ele ou ela nunca comparece à escola para reunião de pais. Quando um dos cônjuges não assume suas obrigações com a família, é sinal que essa não é sua prioridade.

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Dica: a maneira como o cônjuge imaturo lida com aquilo que deveria ser sua responsabilidade está lhe avisando como será o relacionamento sempre. Algo deve ser feito para mudar isso. Comece informando a ele o que você notou no comportamento dele, algo como: “notei que você está desinteressado sobre… o que está acontecendo? Quer conversar? Verifique se ele ou ela está disposto a fazer mudanças, caso a percepção seja negativa, procure ajuda profissional como um conselheiro matrimonial. Além disso, há que se verificar se não há alguma doença mental, como depressão.

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.