Confiar no médico reduz a dor, segundo a ciência
Estudos apontam que confiar no médico pode aliviar a dor.
Roberta Preto
Minha tia Carmem, que faleceu há 4 anos, será sempre lembrada por ser a mais divertida das irmãs de minha mãe. Lembro-me que quando ela precisava passar pelo médico, se houvesse um médico branco e o outro negro, ela queria ser atendida pelo negro. E, não importava o que disséssemos, ela acreditava que o negro poderia cuidar melhor dela, porque eram da mesma cor.
De acordo com a pesquisa da neurocientista Elisabeth Losin, após estudar trabalhos que mostraram que os pacientes se sentiam seguros e satisfeitos quando eram atendidos por médicos da mesma etnia, ela então decidiu aprofundar-se mais nesse assunto, decidindo por avaliar se aqueles sentimentos de se identificarem poderia trazer mais resultados diretos para a saúde.
A neurocientista realizou seu trabalho em parceria com outros cientistas americanos das universidades de Colorado e Miami. No trabalho foi avaliado como uma dinâmica nos consultórios pode influenciar o nível de dor.
Segundo a doutora Elisabeth, o interessante na avaliação são os aspectos psicológicos e fisiológicos que surgem entre eles com a interação, já que os incômodos também têm um componente mental.
Os estudiosos basearam o tal experimento em questões ligadas à religião, ideologia política, papéis de gênero e outras práticas. Os participantes foram separados em dois grupos, de acordo com suas respostas; porém, eles não estavam a par dos detalhes sobre quais critérios estavam sendo avaliados para fazer essa divisão, que no caso tratava-se por afinidades de temas.
De acordo com os pesquisadores, a ideia fora intencional, com o propósito de produzir entre os integrantes de cada grupo um sentimento de reconhecimento, mesmo que fosse abstrato, ainda assim funcionou.