Conheça os dois maiores riscos de beijar os filhos na boca
Especialistas explicam os perigos e consequências.
Rachel D.C.
A Victoria Beckham postou uma foto beijando a boca de sua filha Harper no Instagram. A foto teve muitos comentários dos seus seguidores e causou grande repercussão na internet. Algumas pessoas apoiaram o ato e em forma de aprovação postaram fotos beijando os seus filhos na boca. Já outras repreenderam a ação e falaram que não se deve beijar os filhos na boca.
Afinal, é prejudicial beijar os filhos na boca ou não?
Pode parecer sexual
Charlotte Reznick é professora da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e autora do best-seller “The power of your child’s imagination: how to transform stress and anxiety into joy and success”. Ela disse ao site The Sun que beijar os filhos na boca deve ser evitado por ser “muito sexual”.
Ela diz que a boca é uma zona erógena e que deve-se evitar esse tipo de toque em crianças. Ela comenta que beijos podem ser “estimulantes e potencialmente confusos.” Ela acrescenta: “Se a mamãe beija o papai na boca e vice-versa, o que quer dizer quando eu, uma menina ou menino, beijo os meus pais na boca?”
Ela diz que pode ser confuso para os pais e filhos a hora de saber quando parar de beijar na boca. O site Daily Mail mostra exemplos de pais que beijam filhos adolescentes e também adultos e não veem problema nisso. O site comenta que mesmo que os filhos ou os pais não sintam que é estranho se beijar, pessoas de fora que estiverem olhando, com certeza, se sentirão constrangidas.
A psicóloga Reznick também comenta que aos 5 ou 6 anos a criança começa a ter consciência sexual e como a boca é uma zona erógena, o beijo pode ser estimulante para a criança. Ela diz que “crianças gostam de ser tocadas na testa, bochechas e mãos. Os lábios são diferentes porque há mais nervos e são mais sensíveis à estímulos.”
A psicóloga Margarida Antunes Chagas diz ao site Globo que beijar na boca da criança depende da idade e contexto familiar, mas ela diz que beijar na boca dos filhos é desnecessário já que há outros modos de mostrar afeição por eles, como carinhos, abraços e beijos no rosto.
Segundo a psicóloga Antunes Chagas, “(…)crianças muito pequenas talvez não percebam o selinho como algo sexualizado, mas a partir de determinada etapa do desenvolvimento, que acontece em idades diferentes entre as crianças, elas começam a perceber o beijo na boca como algo ligado ao amor romântico.”
A psicóloga Hilda Avoglia, especialista em desenvolvimento da criança e do adolescente na Universidade Metodista de São Paulo, diz ao site Uol que as crianças podem “associar o beijo na boca com as imagens que assistem na televisão.”
Questão de saúde
Há também os riscos de transmissão de doenças. A doutora em odontopediatria Erika Guimarães diz ao site Uol que “a boca é um dos locais do nosso corpo com maior número de bactérias, e algumas delas podem causar doenças, como a cárie.”
“Os adultos possuem muitas colônias de bactérias, algumas são benéficas, mas há as que provocam doenças. E quando o bebê nasce, sua boca tem pouquíssimas bactérias e seu sistema imunológico é imaturo. Ao beijar a boca do bebê, o adulto pode transmitir, além de bactérias, vírus e fungos”, afirma Érika.