Criação: 4 tipos de corretivos que você deve evitar

Embora não nasçamos instruídos para criar um filho da melhor maneira, podemos aprender a ser melhores pais ao longo do caminho.

Erika Otero Romero

Uma das tarefas mais árduas para os pais é conhecer os limites entre uma criação saudável e uma que não é. Todos cometemos erros neste domínio, mas é nosso dever corrigi-los.

A educação não é fácil porque todas as crianças exigem um tipo de educação diferente. Suas necessidades também são diferentes; é por isso que os corretivos que aplicamos em um filho muitas vezes não funcionam com o outro.

Uma coisa é certa, todos sabemos quando agimos bem e quando não agimos, qualquer que seja a situação.

Ora, errar na educação não é problema se pudermos distinguir prontamente em que parte erramos. No entanto, há pais que, por orgulho, não modificam a maneira de educar os seus filhos; preferem seguir os seus velhos padrões e “criar como foram criados”, repetindo, assim, condutas antigas e até nocivas.

Nem todas as formas de correção que nossos pais ou avós usaram eram ruins. No passado, nem tudo era surras e gritos quando se tratava de criação.

Advertisement

O ponto é que, sim, cometemos erros porque não sabemos de tudo; além disso, porque nos tornamos pais na medida em que os filhos chegam à nossa vida. Antes disso, não sabemos o que fazer com uma criança.

Castigos negativos

Qualquer um pode pensar que enquanto se trata de corrigir um comportamento indesejado em uma criança, qualquer corretivo é bom; a verdade é que não é assim.

Há mais de 20 anos, especialistas afirmaram que bater e gritar não são uma boa maneira de educar.

Para muitos dos que foram criados desta maneira, essa é uma boa maneira de corrigir maus comportamentos. No entanto, também há quem considere esse tipo de correção a coisa mais desagradável que viveu na sua infância.

Embora sejam muitas as pessoas que rejeitam esse tipo de criação, ele ainda é usado; certamente, não com a mesma crueza de antigamente, mas ainda está presente em muitos lares.

Advertisement

Agora, uma criação onde os prêmios, elogios e permissividade são a ordem do dia, também é negativa. Todo tipo de corretivo ou indulto deve ser visto com lupa.

Pois bem, assim como persistem castigos que não são tão positivos, há também os que são menos contundentes e rigorosos, mas que são igualmente prejudiciais para as crianças. Com isso em mente, vou expor a seguir:

Castigos negativos que os pais devem evitar

É evidente que as surras ou os gritos não deveriam ser considerados uma forma de corrigir uma criança, nem sequer deve ser cogitado. Citaremos algumas correções que se julgam menos prejudiciais; mas que, ainda assim, marcam a psique das crianças de uma maneira antes não considerada.

Os “castigos negativos” a seguir são recomendações do Dr. Rashmi Parmar, psiquiatra da MindPath Care Centers. Depois de esclarecida essa parte, confira:

1. Restringir um privilégio

Antes de clamar aos céus, peço-lhe que leia com calma.

Advertisement

Não é totalmente ruim retirar, por exemplo, a possibilidade de brincar com os amigos. Contanto que a criança não dê seu jeitinho e faça-o sem você perceber, está ótimo.

O que deve evitar é que seu filho acesse por algum meio esse privilégio que escolheu restringir; se isso acontecer, o castigo não terá nenhuma valia.

Além disso, ambos os pais devem estar de acordo com o estabelecimento dos limites. Isto para evitar a desautorização e entrar em contradições.

2. Castigos não relacionados com a falta cometida

Preste atenção em fazer com que as consequências dos castigos estejam relacionadas com a falta.

Por exemplo:

Advertisement

Se a criança não faz trabalhos de casa para ver vídeos no tablet, não faz sentido tirar-lhe a sobremesa. A coisa certa a fazer seria tirar-lhe o tablet por um certo tempo.

3. Retirar objetos

Relacionado ao anterior, mas com uma pequena bandeira vermelha: pode tirar-lhe objetos, no entanto, trate de que o que escolheu tirar não seja um objeto que ajuda seu filho a canalizar seu estresse.

Por exemplo: não remova o urso de pelúcia que ele usa para dormir ou seu livro de colorir. Remova o videogame, o carrinho de controle remoto. O ponto é que você restrinja coisas, mas não os canalizadores de estresse onde a criança se refugia.

4. Impedir de ir a atividades construtivas

Proibi-lo de brincar com seus amigos do bairro ou restringir o tempo que passa na frente da TV. Estes são de natureza recreativa, não educacional.

Evita restringi-lo de ir a suas aulas de inglês, futebol ou balé, esses cursos extracurriculares são educativos e ajudam na sua formação. Se estão nesses cursos é porque gostam e lhe interessam; são educativos e vão ajudá-los na vida.

Advertisement

Talvez você se sinta tentado a impedi-los de ir a alguma aula porque gostam, como ir ao futebol ou ao ballet; no entanto, castigá-los impedindo de irem às aulas pode fazer com que fiquem ressentidos com você.

Por fim, quero apenas que você considere algo: um castigo tem como objetivo corrigir um mau comportamento; por isso, você deve tentar descobrir e eliminar a ação que desencadeia o comportamento negativo.

Tente fazer com que o seu filho entenda o porquê da correção e fale com ele sobre a sua conduta; você descobrirá muito mais do que pensa se conversar com o seu filho.

Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original Crianza: 4 tipos de correctivos que debes evitar

Toma un momento para compartir ...

Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.