Curando as feridas de um amor destroçado

A dor de uma ruptura pode ser dilacerante, mas quando você a supera e se cura, fica mais forte.

Erika Otero Romero

Dentro do meu pequeno número de conhecidos, não há um só que jamais tenha sofrido por amor. Não é suposto que o amor o faça sofrer; pelo menos não o amor de verdade. Apesar disso, você sofre da mesma forma.

O interessante é que o sofrimento que gera um amor infrutífero deixa como resultado sabedoria e maturidade. A verdade é que esse conhecimento e crescimento pessoal só se obtém passando pelas amarguras de um amor infeliz. Além disso, ao ficar curado, já se está preparado para uma nova relação; talvez a definitiva e uma mais sábia e feliz que a passada.

Todos sofremos o desamor de maneiras diferentes e mais ou menos profundas. Não é por não chorarmos que não sofremos; há pessoas experientes em reprimir sua dor e isso talvez a torne mais profunda. E também há aqueles que são mais evidentes em seu sofrimento.

Sim, todos sofremos por amor e nos arrependemos do que fizemos ou deixamos de fazer; e também todos queremos corrigir esses erros.

O ponto importante é que muitos não sabem o que fazer para superar um amor infrutífero. É difícil, porque quando se passa por essa situação, é muito complicado ver a luz no final do túnel. Nesses momentos, é necessário um guia para encontrar forças. É necessário que possamos chegar até o final desse processo e sair dele mais fortes e sendo pessoas melhores.

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Recolher os pedaços de um coração partido

Terminar uma relação, ainda mais se você é a pessoa com quem terminaram, é um golpe no amor-próprio.

É normal que se queira saber o porquê, sobretudo quando aparentemente não havia problemas graves. Há muitas incertezas e dores; você precisa de explicação, mas às vezes não há, e você não tem escolha a não ser tentar fechar o ciclo.

Fechar esse ciclo, essa relação que chegou ao fim sem uma explicação concreta, gera sofrimento. Tanto que pode inclusive chegar a procurar seu ex parceiro em busca de um porquê. Muitas vezes, a razão chega sozinha e você percebe a realidade devastadora. Não importa o quê, o processo e a dor são os mesmos.

A dor da separação

É normal que a tristeza lhe embargue a ponto de você sentir que tudo está se deteriorando por dentro. Também é normal sentir muito ódio e raiva pela pessoa que o magoou, ainda mais quando o fim da relação foi por infidelidade.

Se o que foi mencionado acima é o que fez com que a relação chegasse ao fim, você pode inclusive sentir desejo de vingança. Enquanto esse sentimento de raiva permanecer em você, mais o fará sofrer. No entanto, você pode sempre escolher perdoar e seguir em frente ou continuar a se martirizar pela dor da traição.

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Há sofrimento porque, para o bem ou para o mal, entre os dois houve coisas que tiveram muito significado para vocês. É muito provável que ambos tenham construído ideias para o futuro sobre como seriam sendo um casal, e isso magoa profundamente.

Fechar todos esses sonhos, dá-los por cancelados é doloroso; porém, se se quer seguir adiante, tem que dar um fim, e o processo não é fácil.

Superando a dor da separação

Você tem que dar um tempo a sim mesmo.

É como quando um bebé começa a andar, passo a passo. Superar um rompimento é um processo que requer paciência e desejo de recuperar o amor-próprio.

As condições de rompimento não são iguais para todos. Alguns terminam uma relação porque já não se amam. Outras pessoas terminam porque há violência. Já outras porque se cansaram da relação. Enfim, as razões podem ser tão diversas como o número de pessoas que há no mundo. Apesar disso, a dor é semelhante em todos os casos e o processo é o mesmo.

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Ora, sofre mais quem dá mais. O sofrimento é mais forte para quem não demonstra seus sentimentos. Em vez disso, quem se permite chorar e busca alguém com quem desabafar, pode superar o rompimento prontamente.

O processo

Trancar-se em sua casa ou no quarto é pior. Machuca porque as memórias se acumulam em sua cabeça; por outro lado, quando você sai e passa tempo com os amigos ou família, acaba se distraindo.

É por isso que quando passa por uma ruptura, o que mais se pede é que você saia, se entretenha. É necessário também que se exercite para não cair na tentação de se empanturrar de comida.

Lembre-se disso: é necessário se dar tempo e não apressar o processo. Não é o tempo que o ajuda a curar, é a forma como enfrenta sua dor que cura as suas feridas e ajuda a curar.

Algo que é muito bom que você também faça é assumir sua responsabilidade. Uma relação de duas pessoas, e por mais que tenham sido infiéis, cada um tem um pouco de responsabilidade. Mas veja bem: sua responsabilidade em ter sido enganado foi talvez dar muito de si a alguém que não merecia.

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Também se deve ter presente o que aprendeu consigo mesmo no processo. Quando pensa em tudo o que viveu, você percebe que já não é mais a mesma pessoa. Talvez tenha amadurecido e se tornado mais sério, talvez tenha aprendido a ser mais detalhista, mais generoso, mais amável e ainda mais forte emocionalmente.

Esse é o momento em que você percebe que já superou esse amor. Já está pronto para se dar a oportunidade de voltar a amar, se é o que deseja. A verdade é que você agora é uma pessoa melhor, disposta a amar e dar o que é justo e necessário.

Amar é assim: uma escola de crescimento pessoal que o prepara para se amar mais e melhor.

Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original Sanando las heridas de un amor roto

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.