Devo confessar que fui infiel?
Todos estamos sujeitos a erros. Mas, e na hora de reparar? Confessar é a melhor saída?
Stael Ferreira Pedrosa
André era um homem trabalhador, dedicado à família, caseiro e amava profundamente Clarice, aquela que era sua esposa há 16 anos. Sua única diversão era jogar uma pelada com os amigos nas noites de quarta-feira e sair com Clarice e os três filhos nos fins de semana.
Com a chegada do quarto filho, a situação ficou difícil e André precisou fazer horas extras no trabalho para pagar as contas e prover para sua família. Assim como ele, havia uma colega de trabalho que enfrentava problemas financeiros graves e também precisava fazer horas extras.
Marina tinha muitos problemas em casa, tanto financeiros quanto no relacionamento. Seu marido era um homem agressivo. E vez ou outra, André a via com os olhos vermelhos por ter chorado. Naquelas noites trabalhando até tarde, fizeram uma boa amizade. André, como tinha um ótimo casamento, pensou em dar alguns conselhos para Marina.
Começou então a abordar os problemas dela na tentativa de dar algum conselho que pudesse amenizar as dores da amiga. Começaram a lanchar juntos e aproveitar o tempo para conversar. Certa vez a conversa foi tão profunda que Marina começou a chorar copiosamente. André instintivamente a abraçou. Ela parecia tão frágil, tão necessitada de amor que sem que os dois se dessem conta trocaram um beijo. Daí para terem um caso foi rápido.
E agora? André amava a esposa e a amante estava apaixonada por ele. Ele queria dar um basta na situação e retomar seu casamento. Clarice não sabia de nada. Mas, André era um homem que apesar desse deslize não se sentia bem em enganar. Então veio a dúvida: Confessar a sua esposa ou não?
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Assim como André, muitas pessoas padecem dessa dúvida. Têm receio de perder seus companheiros por uma aventura impensada. Ao mesmo tempo sabem que se o parceiro descobrir mais tarde será pior.
Confessar ou não confessar?
Antes de mais nada, é necessária uma profunda introspecção, um mergulho no mais profundo de si e ponderar no que fez, porque fez e por que quer confessar.
É importante que o seu cônjuge seja o foco principal nesse momento difícil. Ele vai sofrer de qualquer maneira, se você confessar ou se ele descobrir por si mesmo. Pense que seu marido/esposa fará perguntas. Questionará a relação e seus motivos. Questionará até mesmo o valor próprio.
Não existe uma fórmula pronta do tipo: Faça isso. Cada casal é diferente. Você conhece seu cônjuge e conhece a si mesmo. É uma questão complexa que exige coragem para se abrir, se mostrar e estar pronto para as consequências.
De acordo com a psicóloga Raquel Fernandes Marques, o que se deve considerar além dos valores éticos e morais é se essa revelação fará diferença na relação do casal. Se as coisas vão mudar para melhor ou pior.
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O lado ruim de confessar
Confessar uma traição pode causar profunda revolta, dor e mágoa em seu cônjuge. Pode ser o fim do casamento. Esteja preparado para isso. E como toda a culpa é do traidor, (já que foi ele quem traiu) você terá que conviver com o peso do que fez e e da dor que causou ao seu companheiro.
O lado bom (ou menos ruim)
Você poderá ter alívio da culpa por ter sido desleal, livrar-se do medo de ter seu passo errado descoberto mais tarde e ter a oportunidade de pedir perdão. A difícil conversa que se seguirá poderá (ou não) trazer à tona problemas que realmente devem ser considerados e, se tiverem sorte, melhorar a relação.
O meio-termo
Segundo especialistas, se foi algo passageiro, sem importância, num momento de fraqueza, do qual você se arrependeu e está 100% comprometido em não fazer mais, e pode conviver com a culpa sem que ela atrapalhe o relacionamento, é melhor não confessar e evitar tanto o sofrimento desnecessário do parceiro, quanto o fim do casamento.
Após tantas considerações, pense: E se fosse com você? O que você faria?
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