Dormir pouco pode desencadear estes 5 sintomas
Dormir bem concorre para a boa saúde e dormir pouco ou mal pode adoecer quem sofre com este mal. Veja o que pode acontecer.
Stael Ferreira Pedrosa
Quando eu era criança, minha mãe costumava mandar a mim e meus irmãos ir dormir às 19 ou 20 horas. Era normal. Ninguém sequer imaginava o que era celular, computador ou redes sociais. No máximo víamos TV após o jantar, que era por volta de 17 ou 18 horas. Tínhamos boa saúde, energia e disposição e já acordávamos prontos para tudo.
Com os tempos tumultuados em que vivemos, ficar acordado até altas horas da noite passou a ser normal, inclusive entre as crianças. Isso não é saudável. O corpo precisa de boas horas de sono para a manutenção da saúde física e mental. Um estudo de 2013 encontrou relação entre má qualidade de sono e doenças, inclusive obesidade, depressão e redução da expectativa de vida.
Quantas horas de sono são necessárias?
Isso varia de pessoa para pessoa, mas a maioria precisa de no mínimo 8 horas de sono por noite para que o organismo possa descansar e se recuperar. Alguns precisam de mais outros menos, mas o importante é que a pessoa se sinta descansada e caso isso não esteja acontecendo os problemas virão – nas crianças em forma de prejuízo no crescimento e menor rendimento escolar, nos adolescentes causa susceptibilidade à doença mental e no adulto propicia maior risco cardiovascular, de acordo com Rosa Hasan, da Academia Brasileira de Neurologia (ABN)
5 sintomas de que estamos dormindo pouco a ponto de afetar a saúde
1. Baixa imunidade
Um estudo feito com 153 pessoas saudáveis pela Universidade Carnegie Mellon constatou que quem dorme menos de 7 horas por noite está mais propenso a pegar resfriados.
2. Aumento de peso
Tem basicamente 3 causas para o aumento de peso em quem dorme pouco: uma delas é o fato de que quem não dorme acaba sentindo fome e fazendo umas “boquinhas”, outra causa é que quem dorme pouco tem menor produção de um hormônio chamado leptina, responsável por avisar ao cérebro quando já estamos satisfeitos, e maior produção de grelina, hormônio que faz o apetite aumentar. A última das três causas é que o metabolismo de quem dorme pouco fica mais lento.
3. Falta de concentração
Você pode notar que está acontecendo quando alguém lhe fala algo e você tem que pedir para repetir porque estava “longe”, ou quando lê um ou dois parágrafos de um artigo e se pergunta: “o que foi que eu li mesmo?”. Acaba tendo que voltar e ler de novo. A mente cansada tem dificuldade de concentrar-se, ter foco e tomar decisões.
4. Irritabilidade e doenças mentais
Assim como a falta de concentração, a falta de sono pode fazer a pessoa se sentir exausta e irritada por qualquer motivo. Segundo o médico e professor Peter Franzen, da Universidade de Medicina de Pittsburgh, Estados Unidos, a insônia ou o simples fato de dormir pouco por períodos prolongados pode causar disfunções no circuito cerebral responsável pelas emoções. Segundo o médico, tanto o sono quanto os sentimentos são o produto de interações entre várias regiões comuns do cérebro, hormônios e neurotransmissores. Quando há uma anormalidade em um, ocorre um efeito dominó sobre os outros e assim como uma criança com sono fica irritadiça, o adulto também fica, mas não dá birra e nem rola no chão.
5. Cansaço, fadiga
Nota-se imediatamente pelas olheiras que surgem. Segundo Rosa Hasan, a pessoa que não dormiu bem à noite sente-se como se estivesse de ressaca. Com a fadiga física e o cansaço mental, torna-se difícil determinar prioridades e expõe a pessoa a maiores riscos, como no trânsito.
De acordo com a psicóloga Jo Abbott, da Universidade Tecnológica de Swinburne, na Austrália, há uma ligação entre a qualidade do sono, a insônia e as doenças mentais – elas se retroalimentam.
Segundo Jo, metade das pessoas com problemas mentais como ansiedade e depressão têm dificuldade para dormir.
O pior é que a insônia faz com que o paciente deprimido não responda bem ao tratamento de depressão, causando um círculo vicioso.
O que fazer para melhorar a qualidade do sono
Para Ana Gonçalves, nutricionista, evitar comidas pesadas, como frituras, carne vermelha, chocolate, pimenta, álcool e bebidas estimulantes à noite favorece o sono.
Evite comer antes de dormir, dando um tempo de pelo menos 2 horas entre a última refeição e o sono.
Um chá de erva-doce ou camomila ajuda a relaxar, aquece o estômago e favorece a boa noite. Evite o leite, pois a gordura e lactose podem causar refluxo.
Pratique exercícios físicos, isso contribui muito para dormir bem.