Eles reclamam disso, mas se soubessem como é saudável, fariam o mesmo
Essa atividade liberta a alma e ajuda você a ser mais saudável e feliz. (E os homens devem fazer isso mais vezes).
Erika Otero Romero
Se há algo que nos diferencia dos homens, é a nossa capacidade de sempre encontrar um assunto do qual falar. Devo admitir que gosto de conversar; mas há mulheres que realmente gostam dessa atividade.
Alguns anos atrás, eu dividi um quarto com uma garota que, eu podia jurar, se tapassem a sua boca, teriam saído pequenos letreiros. Ela tinha uma capacidade incrível de contar tudo o que acontecia nos mínimos detalhes. Às vezes, eu chegava a tal ponto de exaustão mental, que, sem querer, acabava dormindo enquanto ela me contava suas anedotas.
O que está por trás de nossa propensão para falar?
A verdade é que, em maior ou menor grau, nós, mulheres, amamos conversar e contar tudo em detalhes. Mas, por trás desse fenômeno, há certas coisas interessantes que você deveria saber:
1. Conexões cerebrais
As mulheres têm um maior número de conexões cerebrais entre os dois hemisférios. Isso torna muito mais fácil para nós conversar e fazer outras atividades ao mesmo tempo.
Além disso, as flutuações neurológicas nos ajudam a expressar nossas emoções verbalmente ou por escrito.
2. As capacidades e habilidades entre homens e mulheres são muito diferentes
Somos dotadas de melhor intuição, memória, análise, inclusive, melhor desenvolvimento da linguagem. Em contrapartida, os homens se saem muito melhor em áreas como coordenação física e motora, matemática e gerenciamento de espaço-tempo.
3. A “química” do nosso corpo joga a nosso favor
Desde que somos pequenas, o estrogênio ajuda a ativar as conexões cerebrais relacionadas à linguagem. Por esse motivo, estamos mais bem preparadas para desempenhar atos simbólicos e vocais.
Acrescente a isso o fato de em nosso corpo haver uma presença maior de proteína FoxP2 (30% a mais). É conhecida como a proteína da linguagem.
4. Falar ajuda em áreas que você nem imagina
Falar ajuda a liberar o estresse. Quando falamos, não buscamos respostas para problemas, queremos apenas colocar para fora. Além disso, facilita a capacidade de ler emoções e humores dos outros.
Quando falamos, damos destaque àquilo que sentimos; mas, se há algo ainda mais interessante, é que falar pode nos ajudar a ter maior satisfação íntima; foi a conclusão a que chegaram os pesquisadores do Instituto Weizmann, de Israel.
Falar também pode prolongar a sua vida, segundo a ciência
Um estudo realizado pelo Instituto Einstein explica que o tempo que você vive pode ser mais uma questão de atitude do que de genética. De acordo com isso, se você é uma pessoa mais extrovertida ou otimista, sua qualidade de vida será maior e, portanto, você será mais feliz e viverá mais e de uma maneira melhor.
Outra informação interessante foi exposta pelo psiquiatra Luis Rojas Marcos. Em seu livro Nós Somos o que Falamos, ele explica que, para viver mais e melhor, as pessoas devem falar, em média, 15 mil palavras por dia (as mulheres podem chegar a 20 mil palavras e os homens só conseguem dizer 7 mil).
De acordo com o especialista, falar mantém você mental e emocionalmente mais estável, e não é regra conversar com outra pessoa, você pode conversar com seus animais de estimação, suas plantas e até sozinho. Por que não?
Falar é ótimo, mas ouvir é melhor ainda
Já sabemos que falar é um ato libertador que, de certa forma, melhora a qualidade de vida de cada pessoa. E, embora isso seja verdade, também é verdade que muitas vezes precisamos ser ouvidos.
Da mesma maneira, não somos apenas “seres que produzem falatório incessante”; também gostamos de ouvir atentamente o que alguém precisa dizer.
A realidade é que, sendo dotadas de uma capacidade de expressar nossas emoções verbalmente, também somos capazes de ler as de outras pessoas. Com isso, podemos chegar a um melhor entendimento de como os outros se sentem; como se usássemos de mais empatia para com eles e, por causa disso, podemos ser mais eficazes em sugerir uma solução para os problemas dos outros, ou simplesmente sermos úteis no momentos do “ato de alívio libertador”.
Convido-a a continuar desfrutando a sua capacidade de falar o que sente ou pensa sobre determinado assunto; mas, também, a se tornar mais consciente da necessidade que as outras pessoas têm de serem ouvidas.
Seu marido ou seus filhos podem não falar tanto quanto você, mas eles também precisam falar. Incentive-os a se abrirem com você, você pode ouvi-los e ajudá-los a descarregar suas tristezas. Inclusive, diga a eles que, mesmo que não queiram, você estará disposta a ouvi-los e a falar o que eles precisarem, sem terem medo de ser julgados.
Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original Ellos se quejan de esto, pero si supieran lo saludable que es, nos imitarían