Eu te amo ou te amava? A dúvida constante quando se acredita que o amor acabou
As sensações que a paixão gera podem ser estimulantes, no entanto, o verdadeiro amor merece o risco e o esforço.
Erika Otero Romero
As pessoas têm a falsa crença de que o amor é um estado contínuo de euforia. Nada mais falso que isso.
Quando uma relação amorosa se inicia, é normal que se viva em uma espécie de nuvem de felicidade. Há atração e novidade, desejos contínuos de sentir-se vivo ao lado dessa pessoa especial, no entanto, com o passar do tempo, esse estado constante de excitação emocional vai diminuindo. Essa é a razão por que muitos namoros e até alguns casamentos acabam.
O amor é como uma espécie de droga. No início, quanto tudo começa, essa sensação de exaltação é viciante. É como se quisesse mais e mais disso que lhe faz sentir que a vida vale o esforço.
O que ninguém leva em conta é que o amor, assim como o consumo de psicoativos, pede sempre mais. Esta é a razão pela qual as pessoas viciadas adoecem a um ponto crítico. O corpo pede mais e mais dessa sensação agradável que outorga o amor.
O problema de ambas as situações é que sempre se quer mais. Mais droga ou mais amor, não é muito diferente. O viciado aumenta seu consumo de entorpecentes, o apaixonado quer mais paixão, júbilo e felicidade.
O resultado: o viciado morre ou cai na indigência, e o apaixonado abandona a pessoa porque “já não a ama mais” e vai em busca de alguém que renove sua sensação de felicidade.
O amor que vale a pena se transforma, não se acaba
Esta é a lição essencial que todos devemos aprender sobre o amor: que este se transforma, mas não morre. Essa transformação não vem com fogos de artifício; além disso, costuma ser um período doloroso e lento. As ocasiões onde haverá sensações vibrantes cheias de dopamina estarão ligadas aos momentos íntimos.
Nesse transcurso de tempo é onde muitas pessoas vão em busca de alguém que lhes faça sentir-se “vivos”. Sem mais desejos de perseverar em uma relação que “já não os faz sentir-se vivos”, abandonando-a, pois já não lhes interessa.
O estado de enamoramento ou de paixão no casal dura pouco tempo. Talvez uns 10 meses. Após esse período, o que fica? Depende do casal. Podem seguir lutando, enfrentando as tormentas ou deixar que cada um siga seu caminho. Isso depende das pessoas, na verdade de ambos no casal.
Sintomas do fim da paixão
Descobrir que o encanto inicial está se perdendo não é tão complicado. Surge uma série de situações que começam a suceder-se. A seguir, dou-lhe uma pequena lista de sintomas do fim da paixão:
Já não se sente o mesmo que antes
Ver essa pessoa especial já não causa o mesmo efeito; você sabe que sente algo, mas não tão vibrante como antes.
Não é uma sensação decepcionante, mas sente-se que já não há mais a mesma “química” do começo.
Discussões por pouca coisa
Qualquer pequeno detalhe gera uma discussão sem sentido nem ordem. Isso chega a tal ponto, que se fartam de tanta disputa, e então surge a desculpa perfeita para separar-se.
Distanciamento
Morre aos poucos aquilo que os fazia ficar juntos, as saídas e até os encontros íntimos. Já não há carícias nem palavras amáveis e isso termina por matar o que já estava morrendo.
A paixão morre e dá lugar ao amor verdadeiro
Esta é a parte que os menos perseverantes não consegue alcançar.
A paixão precede o amor. Amar é todo um processo que se inicia com a atração inicial que propicia o apaixonar-se e termina em amor. No entanto, a maioria das relações não chegam a este último ponto.
As duas primeiras fases são mais fáceis de identificar, a razão é que os efeitos hormonais se traduzem em sensações agradáveis. Já o amor é mais sossegado e estável, menos hormonal, mais racional e sábio.
Quando se começa a amar uma pessoa, as discussões por coisas pequenas se reduzem e tornam-se conversas de conciliação. A outra pessoa não apenas nos agrada fisicamente, numa reverberação hormonal correspondida, mas nos atrai também por suas qualidades e pelo que admiramos nela: seus talentos e virtudes.
Além disso, os defeitos não pesam tanto. Isto porque ambas as partes fazem todo o possível para corrigir-se e melhorar para evitar conflitos. Já não há duelo de orgulhos. Quando um casal conhece o amor, aprende a viver com as diferenças um do outro. Aprende a amar no parceiro todo o esforço que faz para fazê-lo feliz e corresponde a esse esforço.
Amor requer maturidade mental e emocional
Bem assim. Isso não tem nada a ver com a idade, mas implica em experiência, respeito, amor próprio e a capacidade de dar de si.
Não se pode pedir amor a alguém que não está disposto a perseverar. Tampouco a alguém que mente e se opõe aos outros. Se você não for a prioridade de seu parceiro, saia da relação.
Para saber se alguém está disposto a amá-lo, você já deve ter aprendido a se amar e se colocar no lugar que é seu. Isso lhe ajudará a saber o quanto a pessoa que você ama está disposta a fazer por você. Se descobre, além disso, que o outro é bom para sua família e amigos, terá em suas mãos um verdadeiro tesouro.
Acredite em mim, as sensações que a paixão gera podem ser estimulantes, mas o verdadeiro amor merece o risco e o esforço agregado.
Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original ¿Te amo o te amaba? La duda constante cuando se cree que el amor se ha extinguido