Jovem com Síndrome de Down é exemplo de superação e cria sua própria marca de brigadeiro
Ele é uma inspiração para quem quer transformar uma paixão em um negócio promissor.
Erika Strassburger
Gabriel Bernardes de Lima, 21 anos, de São Paulo, é uma inspiração para quem quer transformar uma paixão em um negócio promissor – e para quem precisa enfrentar suas limitações. O jovem, que é portador da Síndrome de Down, vinha, há algum tempo, demostrando levar muito jeito na cozinha. “O Gabriel começou a se interessar por cozinhar com uns 9 anos. Ele fazia sanduíches e sucos. Já maior, eu o ensinei a mexer no fogão”, conta sua mãe, Martha Bernardes, ao portal Estilo de Vida.
O garoto fez alguns cursos de gastronomia e as outras mães percebiam a sua desenvoltura, tanto para cozinhar quanto para conversar. “Foi então que tivemos a ideia de gravar ele em casa fazendo as coisas, para mostrar do que ele era capaz e, assim, estimular outras famílias a dar mais liberdade para que seus filhos (também com Síndrome de Down) colocassem em prática o que tinham em mente”, disse Martha à Wix.
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A mãe ensinou-o a fazer brigadeiro
Ela conta que os brigadeiros de Gabriel ficaram uma delícia. Então, surgiu a ideia de fazer brigadeiros gourmet para vender. Percebendo seu entusiasmo quando ouve as pessoas dizendo que seus docinhos são uma delícia, sua família usa os elogios como meio de estimular o rapaz. E foi daí surgiu a ideia para o nome da marca criada com a ajuda da mãe e da irmã de 22 anos: a Downlicia.
Os primeiros clientes foram conquistados com propaganda boca a boca
Martha deu alguns docinhos para o padre da paróquia em que é secretária, e também deu a algumas amigas. Todos adoraram, e surgiram as primeiras encomendas. “A princípio, nós só fornecemos para a Igreja, mas as pessoas, então, passaram a encomendar para festinhas”, explica a mãe.
Atualmente, eles focam em um segmento que tem dado muito certo: feiras de evento e exposições que acontecem aos finais de semana. Gabriel prepara os brigadeiros na quinta e na sexta para atender a demanda. Eles vendem até 300 docinhos por final de semana.
Mais que um trabalho, a mãe viu no negócio uma excelente oportunidade de inclusão para o filho
“Ele sempre foi muito bem aceito. Nunca vi ninguém reclamar do atendimento ou da presença dele em algum lugar”, conta a mãe. “Ele serve as pessoas, passa o cartão na maquininha, ajuda a montar a banca para expor. Foi um caminho de inclusão que encontrei que ele nunca tinha vivido”. Antes disso, ele trabalhava como funcionário terceirizado de limpeza – outra coisa que ele faz muito bem – em um instituto cultural. Foi seu primeiro trabalho de carteira assinada.
Gabriel faz brigadeiros de 7 sabores
Além do tradicional de chocolate, outros sabores fazem muito sucesso, como o de limão e o de paçoca.
Ele cursa o nono ano em uma escola especial. E já faz planos para o dinheiro que está ganhando: “Quero comprar um carro e ter a minha própria loja”.
O rapaz acumula quase 18 mil seguidores no Instagram e mais de 16 mil no Facebook.