Jovens adultos: 3 princípios para fazer melhores escolhas que moldarão seu futuro no caminho certo
Este artigo traz 3 princípios essenciais que todos os jovens adultos precisam aprender se quiserem alcançar a verdadeira felicidade.
João Martins
A nossa vida é composta por uma sequência de escolhas e consequências onde nós temos pleno controle sobre as escolhas que vamos fazendo, mas não podemos controlar a consequências dessas mesmas escolhas; no fundo, as decisões que fazemos a cada dia vão determinar o nosso destino.
As escolhas que fazemos, no nosso dia, não têm de ser necessariamente grandes decisões, como que curso seguir na universidade ou se devemos adiar um casamento até se ter um emprego bem estável. As decisões que definem, pouco a pouco, o nosso destino são também as pequenas decisões: se fico na cama até mais tarde em vez de ir fazer exercício, se vou relaxar e deixo para amanhã este trabalho da escola ou se conto algo que deveria ser segredo ou que é um mexerico. Depois também temos a decisão mais comum – a indecisão – que normalmente nos leva a não fazer nada ou a perder muito tempo.
Apesar do peso das escolhas, existem ferramentas que podemos usar para facilitar esse processo de decisão: Sabedoria, ouvir os conselhos de amigos, não usar racionalizações e ter coragem. Vou começar pelas racionalizações.
1. Parar de usar racionalizações
Começo por uma tirada das histórias em quadrinhos do Charlie Brown.
A equipe de basebol do Charlie Brown estava num jogo importante; Lucy estava na defesa e uma bola foi rebatida bem alto na direção dela. As bases estavam todas ocupadas, e aquele era o último tempo da nona parte. Se Lucy apanhasse a bola, a sua equipe iria vencer. Se ela derrubasse a bola, então a outra equipe iria ganhar. Como podia acontecer só numa história em quadrinhos, toda a equipe rodeou Lucy quando a bola desceu. Lucy estava pensando: “Se eu apanhar a bola, serei a heroína; se não, serei a frangueira”. A bola desceu, e sob os olhares ansiosos de seus companheiros de equipe, Lucy derrubou a bola. Charlie Brown jogou a luva no chão, frustrado. Lucy, então, olhou para seus companheiros de equipe, pôs as mãos na cintura e disse: “Como vocês esperam que eu apanhe a bola se estou preocupada com a política externa de nosso país?”
A Lucy até poderia ser má jogadora (e era), mas, devido a essa sua falta de jeito para o basebol, ela teria todo o direito de não conseguir apanhar a bola, no entanto, ela desculpou a sua falha com uma racionalização. Quando temos dois caminhos para escolher, normalmente temos a tendência de racionalizar para encontrar razões que justifiquem seguir aquele que nos será mais confortável do que ser corajosos e sábios para percorrer o caminho “aparentemente” mais difícil, mas que certamente é melhor do que o outro. Quentin Cook afirmou que “é importante colocar-se acima das racionalizações e fazer escolhas melhores.”; para combater essas racionalizações é necessário aprender a ser sábio e a ouvir conselhos, aprender a ser corajoso, o que me leva à próxima ferramenta.
2. Ser corajoso para agir
Na física quântica existe um princípio chamado de Princípio de incerteza de Heisenberg. Este princípio diz, de uma forma simples, que ao nível quântico, é impossível saber com exatidão a velocidade e a posição de uma partícula, simultaneamente (se sei a velocidade então não sei, exatamente, onde se situa a partícula; e vice-versa). Um outro físico, chamado Erwin Schrödinger, quis provar esse princípio e criou o chamado Paradoxo do gato de Schrödinger, que no fundo seria colocar um gato numa caixa fechada com um dispositivo que libertaria veneno numa altura que o cientista não saberia. Enquanto ele não abrisse a caixa o gato poderia estar vivo ou já estar morto.
No fundo, o que Schrödinger concluiu foi que, enquanto a caixa não fosse aberta, o gato estaria vivo e morto ao mesmo tempo e que apenas quando ele a abrisse seria feita a escolha sobre o estado do gato. Provavelmente você deve estar se perguntando sobre o que essa história tem a ver com escolhas e coragem; a resposta é simples – Enquanto não agirmos, nunca saberemos qual o caminho a seguir. Nós podemos não saber o que o futuro nos reserva, mas há sempre pistas que nos ajudam a saber, pelo menos, algumas coisas sobre os vários caminhos que podemos seguir – será apenas quando abrirmos a nossa caixa que vamos saber as primeiras consequências da nossa escolha; mas é preciso escolher – mantemos a caixa fechada e vivemos sem saber ou somos corajosos e escolhemos agir? No entanto, para agir é preciso saber como e isso me leva ao último ponto.
3. Ser sábios e ouvir os conselhos familiares
Quando temos de tomar decisões, grandes ou pequenas, é sempre bom ser sábio. Uma pessoa sábia é alguém que é capaz de usar o seu conhecimento e experiência para tomar as melhores decisões. Nós todos somos sábios, mas o que diferencia uns de outros é a forma como cuidamos dessa sabedoria. Nós nos tornamos mais sábios quando não desperdiçamos o nosso tempo com demasiadas distrações.
Um exemplo onde a necessidade de moderação é importante é no uso da internet. Muito do nosso tempo é passado nas redes sociais. Um proeminente pensador, Arthur C. Brooks, afirmou: “Como é possível não nos sentirmos piores quando passamos parte de nosso tempo fingindo ser mais felizes do que somos, e a outra parte do tempo vendo como os outros parecem ser mais felizes do que nós?”.
Será que não estamos baseando as nossas escolhas, que podem influenciar o nosso destino, no reflexo daquilo que vemos e partilhamos nas redes sociais? Outro exemplo onde podemos ser mais sábios é na avaliação da nossa situação atual. Quentin Cook afirmou que “mesmo problemas importantes precisam ser avaliados para que determinemos se eles se têm tornado distrações que nos desviam de nossas metas”, neste ponto a ajuda de familiar e amigos pode ser essencial para nos fazer entender a nossa situação e qual o melhor caminho a seguir.
Devemos nos “elevar acima da racionalização e das distrações”_ se desejarmos fazer as melhores escolhas. “Muitas escolhas não são inerentemente más, porém, se absorverem todo o nosso tempo e nos impedirem de fazer as melhores escolhas, então se tornam insidiosas”.
O caminho certo é aquele que nos irá tornar melhores do que aquilo que somos hoje, mas, para percorrê-lo, vamos precisar ser corajosos para agir, sábios para saber escolher e também humildes para pedir conselho, quando não sabemos o que fazer.