Médicos em alerta: aumentam as mães que sofrem da síndrome de “burnout”
Se você é mãe e se sente completamente esgotada depois de um árduo dia, pode estar sofrendo desta síndrome, e precisa de ajuda imediatamente. Reconheça os outros sintomas.
Fernanda Gonzales Casafús
“Estou exausta” é a frase que ressoa nas mentes de milhares de mães ao redor do mundo cada noite, ao terminar as atividades diárias. Trabalhar dentro ou fora de casa, ser mãe engloba uma série de responsabilidades difíceis de evitar e que podem deixar-nos com a sensação de estar “queimadas”. Poderia estar sofrendo da síndrome de “burnout”.
Sou uma mãe 24 horas por dia, 7 dias por semana. Desde que engravidei, deixei meu trabalho fora de casa e me dediquei somente a meus filhos e meu marido durante os últimos 5 anos. Embora tenha sido a minha escolha, devo dizer que a tarefa de criar duas crianças e manter um lar não tem sido tão fácil em alguns momentos. E de certa forma, houve dias em que senti que meu cérebro estava “queimado”.
O estresse na maternidade
Todas queremos ser a mãe perfeita. Não queremos perder detalhes, queremos ensinar hábitos a nossos filhos, mas também brincar com eles. Queremos ter a casa limpa, mas, tampouco, podemos evitar que as crianças façam um alvoroço. Queremos cozinhar o prato favorito de nosso esposo, mas percebemos que o tempo nunca dá. E se, somado a isso, trabalharmos fora de casa, o estresse aumenta.
Há um período na vida dos nossos filhos, quando são muito pequenos, em que parece que o dia não é suficiente para fazer nada. Você vai pela casa chutando brinquedos, com os chinelos e o pijama que ainda não conseguiu tirar, e tratando de alcançar a apagar o fogo da cozinha, porque está queimando a comida. Quando as crianças começam a crescer e adquirem certa autonomia, você pode ter algumas liberdades mínimas, como ir ao banheiro sem companhia, ou ter os dois braços livres por pelo menos 15 minutos. No entanto, a síndrome de burnout está presente na vida de muitas mães, durante grande parte de suas vidas.
O que é a síndrome de burnout?
Embora o termo “burnout”, que em inglês significa “queimado” (como uma lâmpada), se aplique ao estresse laboral em geral, quando as exigências laborais excedem a capacidade de resposta de uma pessoa, esse termo se aplica igualmente a muitas mães que sofrem de estresse diário de grande magnitude.
De acordo com o site NaranXadul, a síndrome de burnout é uma reação fisiológica que sofre o ser humano quando submetido a um período de estresse intenso e prolongado, tanto do ponto de vista físico como emocional.
Particularmente, é mais comum em pessoas que têm profissões em que o contato direto com outras pessoas é permanente. Não é então estranho que as mães da sociedade atual sofram.
Isso é uma coisa nova?
O termo é relativamente novo e responde a um comportamento da sociedade atual que antes não existia. As mães sempre estiveram estressadas e tiveram grandes tarefas e responsabilidades; mas considero que a carga emocional que as sociedades atuais imprimem nas mães é ainda maior e vai crescendo.
Quando o meu segundo filho nasceu, tinha duas crianças de fraldas. Houve dias em que, literalmente, não podia nem tomar banho e me sentia frustrada e parecia que tudo desmoronava. Até cheguei a me perguntar se havia escolhido o caminho correto. Além disso, estava dispersa, apática e muito esquecida. Em resumo, estava “queimada”. Hoje, reconheço que foi uma etapa, e que, com um cuidado pessoal e o apoio familiar, pude voltar a equilibrar minhas emoções.
Sintomas da síndrome de burnout
Se sentir que não pode com tudo, ou que sua cabeça vai explodir, cheque alguns destes sintomas, recolhidos pelo site Estágio Infantil, pois poderia estar atravessando este transtorno tão comum nas mães de hoje.
Transtornos gastrointestinais
Dores de cabeça intensas
Cansaço
Isolamento ou problemas de relacionamento
Dores nas articulações
Insônia
Sensação de solidão
Depressão
Problemas de concentração
Vontade constante de chorar
Ansiedade
Sentimento de frustração e impotência
Como saio dessa?
Em primeiro lugar, o mero reconhecimento de que você simplesmente não pode cuidar de tudo já ajudará a relaxar e enfrentar a situação. Chegará um tempo em que sua casa estará arrumada, você terá tempo para preparar seus pratos favoritos ou até voltará a esse trabalho que tanto sente falta.
Essa sensação de falta de controle sobre as coisas é o que alimenta a síndrome de burnout, por isso é fundamental que pense que não tem por que ser uma mãe perfeita, e que as peças irão se encaixando aos poucos. Aqui estão algumas recomendações para aliviar os efeitos da síndrome, de acordo com o site Estágio Infantil:
Priorize
Se vir que não poderá fazer tudo em um dia, priorize algumas tarefas e não se amargure se não puder fazer tudo.
Peça ajuda
Não é errado apoiar-se em seus entes queridos ou em suas amigas. Você pode pedir favores em particular. Aqueles que a amam estarão dispostos a ajudar, não precisa ter receio.
Agende alguma atividade para você
Você não será uma mãe ruim se, uma ou duas vezes por semana, tirar uma hora por dia para fazer alguma atividade que você gosta. Vá ter aulas de dança, vá caminhar, ou simplesmente ao cabeleireiro. Amar-se lhe fará bem.
Converse com seu marido
Os homens tendem a pensar que quando lhe contamos algum problema, eles devem solucioná-lo. No entanto, a única coisa que às vezes queremos é que nos escutem. Confie em seu marido e conte a ele sobre seus sentimentos. E se precisar que ele faça algo por você quando chegar em casa, basta pedir.
Você é uma supermãe, não importa o que faça
Não exagere. Faça o que fizer, sempre será uma supermãe para seus filhos. Este é o momento de agradecer à vida por esses filhos maravilhosos que você tem. Lembre-se da frase “respire, você será mãe para o resto da vida”. Não há razão para enlouquecer; o que não foi feito hoje, será feito amanhã. Mas o tempo para sorrir junto com seus filhos é hoje (e sempre).
E você, sentiu-se tremendamente estressada durante a maternidade?
Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original Médicos en alerta: aumentan las madres que padecen el síndrome “burnout”