Menino fazia sons estranhos com a boca, até que o diretor da escola o chama no palco e a verdade é revelada
Tudo fez sentido após ele contar que sofre de uma síndrome pouco conhecida.
Suely Buriasco
Esse vídeo, fragmento do filme “Primeiro da Classe (Front of the Class)”, é uma prova de que, muitas vezes, a ignorância e má vontade dos adultos são responsáveis por comportamentos intoleráveis nas crianças, como o bullying, por exemplo.
Conforme divulga essa matéria, o filme “É baseado em fatos reais e conta a história de Brad Cohen, que tem a Síndrome de Tourette e enfrentou os sintomas e todos os preconceitos para realizar o seu sonho de se tornar professor”. A matéria esclarece ainda que a história “(…) ressalta a incompreensão das pessoas em relação às reações da Síndrome (inclusive de sua própria família, como o pai que o repreende constantemente durante a infância)”.
O que é a Síndrome de Tourette
Trata-se de um distúrbio neuropsiquiátrico, de causa desconhecida, que se caracteriza por movimentos involuntários, popularmente conhecidos como “tiques nervosos”. O Dr. Dráuzio Varella esclarece: “A síndrome de Tourette é uma desordem que não tem cura, mas pode ser controlada. Estudos clínicos têm demonstrado a utilidade de uma forma de terapia comportamental cognitiva, conhecida como tratamento de reversão de hábitos. Ela se baseia no treinamento dos pacientes para que monitorem as sensações premonitórias e os tiques, com a finalidade de responder a eles com uma reação voluntária fisicamente incompatível com o tique”.
A história
O vídeo relata a ignorância de um professor que, com seu exemplo, incentiva os colegas a tratarem com desprezo um aluno que se comporta de forma diferente dos demais. Muito irritado com os gestos e sons produzidos por Brad, que chamavam a atenção da turma e atrapalhavam a aula, manda-o para a diretoria. O diretor de pronto entendeu do que se tratava e pediu que o menino comparecesse a apresentação de uma orquestra. Diante da alegação do menino que não iria para não causar problemas, ele insistiu. Durante a apresentação as pessoas se incomodam com os ruídos produzido pelos tiques de Brad, um colega chega mesmo a cutucá-lo. Ao final, o diretor chama Brad ao palco e o questiona, direcionando-o a explicar sobre a síndrome e o quanto ele gostaria de não incomodar ninguém. Por fim, o diretor pergunta como todos ali poderiam ajudá-lo e ele responde que os tiques melhoravam quando não o tratavam como se ele fosse uma pessoa diferente. Então, Brad desce do palco sob os aplausos da plateia. As pessoas enfim entenderam o quanto tinham sido injustas com ele. Isso foi possível graças a ação de um verdadeiro líder. O olhar de cumplicidade entre o menino e o diretor vale a emoção!
O preconceito
Vários relatos que colhi nos comentários do vídeo dão conta do quanto as pessoas com a síndrome, bem como seus familiares, sofrem com o preconceito e a rejeição. A história de Brad é um convite à reflexão. Penso que cabe a todos nós adultos ensinar nossas crianças a respeitar desde cedo todos os tipos de diferenças e dificuldades alheias.
Se essa história também comoveu você, faça com que mais pessoas conheçam essa enfermidade, tenham oportunidade de refletir e se tornar mais humanos diante das dificuldades de seus semelhantes.