Motivos importantes para envolver os filhos nas finanças da família

Seu filho pede tudo que vê? Seu filho quer dinheiro todos os dias? Está na hora das crianças participarem dos assuntos financeiros da família.

Stael Ferreira Pedrosa

Filhos! Nossas alegrias! Amamos mais que tudo na vida. Mas, em alguns momentos, gostaríamos de estar a milhões de quilômetros deles.

Engolindo a culpa por tais sentimentos, a gente sorri e responde àquele: “Mãe, compra?” com: “Agora não dá, filhinho, mês que vem.” E aí podemos esperar a cara amarrada quando temos sorte, ou a birra pelo chão da loja ou supermercado, se tivermos muito azar.

Certa vez, meu filho ao sair com a tia (porque comigo ele não faria tal cena), viu numa loja um chaveiro com a cara do Taz (diabo da Tasmânia, do Looney Tunes). Ele pediu à tia que comprasse e ela disse que não tinha levado dinheiro e que depois compraria. Daí a pouco ela tinha um sobrinho de 3 anos esperneando na calçada da loja no centro da cidade, chorando e gritando: “Eu quero o diabo!” Enquanto algumas senhoras se benziam, ela, vencida, voltou com ele à loja e comprou o chaveiro.

Onde estava o erro? Por que alguns pais passam semelhantes constrangimentos? Certamente a falha está em comunicar às crianças sobre finanças familiares e uso do dinheiro.

Leia: 8 dicas para ensinar crianças a economizar

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Quando começar a falar com as crianças sobre dinheiro?

Tão logo elas entendam o que é o dinheiro e o que se faz com ele. Ou seja, quando elas começam a pedir que os pais comprem algo que querem.

Segundo uma pesquisa de 2013, feita pelo Instituto Alana, as crianças estão envolvidas em 80% das decisões de compras na família. Por isso as propagandas costumam estar direcionadas a esse público alvo.

A boa notícia é que o Superior Tribunal de justiça em ação inédita no último mês de março, proibiu as propagandas de utilizarem as crianças como público alvo.

Por que incluir as crianças nas finanças familiares?

  • Para que saibam que o dinheiro vem do trabalho e que não é uma fonte ilimitada.

  • Para que os pais possam discutir com elas sobre gastos, poupança e dar direcionamento em relação a sua educação financeira.

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  • Para que aprendam a poupar e usar o dinheiro com propósito específico e não para autogratificação imediata.

  • Para evitar as birras quando ouvirem um “não”.

  • Para os pais mostrarem aos filhos como gerenciar sabiamente as finanças elaborando um orçamento e incentivando a família a permanecer dentro dele.

A importância do exemplo

O educador financeiro, Pedro Braggio, aconselha a dar exemplo. Segundo o educador, se os pais não têm controle sobre seus gastos, não podem esperar que os filhos venham a ter. Por isso mostre a seus filhos como fazer. Fale com as crianças de onde vem o dinheiro, quanto vem e quanto é gasto com as despesas de casa, com alimentos, etc.

A dica de Pedro Braggio é que os pais tenham paciência com o aprendizado das crianças, pois esse é um assunto que as afetará durante toda a vida.

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Também não deve ser algo imposto. Os pais não devem simplesmente exigir que os filhos gastem menos ou peçam menos dinheiro ou desejem menos objetos. Há que se conversar com os filhos e explicar de maneira que entendam e estabelecer os limites quanto a esses assuntos.

Leia: Ensinando independência aos filhos

Reunião familiar

Escolham uma noite da semana em que os pais e filhos estejam livres de compromisso e marquem reuniões semanais para discutirem os assuntos pertinentes à família. Algumas sugestões:

  • Traçarem e avaliarem metas familiares, programarem atividades, conversar sobre princípios, discutir algum assunto de sua religião ou sobre ética e fazerem o orçamento familiar.

  • Limite a reunião somente aos membros da família.

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  • Nessa ocasião, aproveitem para explicar princípios de economia como poupança e frugalidade de maneira compreensível às faixas etárias.

  • Distribua entre os familiares um cofrinho e tracem uma meta individual de economia.

  • Combinem quanto será distribuído em mesadas (as crianças precisam ter algum dinheiro para economizar) e quanto cada um irá gastar e quanto a família irá poupar.

Outra sugestão para ensinar às crianças o benefício da poupança é usar a poupança familiar em algo significativo, como uma ida ao cinema ou fazer um projeto de serviço doando o dinheiro economizado para caridade.

Leia: Economia traz a realização de sonhos de compra

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Cada família deve fazer como achar melhor, mas ter um dia fixo no calendário a cada início de semana para esse fim irá trazer muitos benefícios à sua família agora e a cada filho no futuro.

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.