Mulher começa a sentir dores fortes e sangramento 15 dias após o parto, o motivo foi um erro médico inacreditável

Ela começou a sentir dor e um mau cheiro vindo de dentro de si.

Stael Ferreira Pedrosa

Thamara Macedo, aos 15 dias do pós-parto, no hospital maternidade D. Evangelina Rosa, no Piauí começou a sentir dores fortes no abdômen, acompanhadas de sangramento vaginal incessante, febre e dificuldade para urinar. 5 dias mais tarde ela procurou atendimento emergencial em um outro hospital da cidade e descobriu que a equipe médica que fez seu parto havia esquecido um tampão – tecido absorvente utilizado para estancar sangramento em cirurgias – dentro dela.

Thamara contou que foram 20 dias de sofrimento sem saber o que se passava com ela. Sentia-se mal e tinha um odor desagradável sendo exalado por sua área genital. Segundo ela, nenhuma informação lhe fora dada. Não fazia ideia do que fosse o tampão e tampouco que havia um dentro dela, que segundo a médica que a atendeu, deveria ter sido retirado em no máximo até 24 horas. Também não lhe informaram quando deveria retirar os pontos e nem seu retorno pós-resguardo.

O caso repercutiu nas redes sociais porque o marido de Thamara, Erivaldo Veloso, denunciou o erro e descaso médico sobre o que ele chamou de “muita irresponsabilidade, incompetência e negligência médica”. Felizmente, Thamara superou e está bem e feliz ao lado do seu bebê.

O que caracteriza um erro médico?

É considerado como erro médico qualquer imperícia e ou aplicação incorreta, imprudente ou negligente de métodos, procedimentos, medicamentos ou informações por qualquer profissional da área de saúde que cause danos ao paciente. Nesses casos é necessário comprovar a não intencionalidade do ato, ou seja, que foi um erro e não um ato doloso (intencional) contra o paciente.

Segundo o site da OAB, o erro médico pode ser definido e enquadrado em três categorias:

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  1. negligência: que são as falhas por desleixo e falta de atenção, ou em casos nos quais o médico não oferece os devidos cuidados ao paciente;

  2. imperícia: quando o médico realiza um procedimento para o qual não foi preparado;

  3. imprudência: quando o médico assume riscos que colocam em perigo o paciente, sem que exista amparo científico para essa decisão.

É passível de indenização, ou seja, a vítima ou seus parentes têm direito a serem compensados. A jurisprudência brasileira, diz que as vítimas de erros médicos podem receber três tipos de indenizações: por danos materiais, morais e estéticos. Todas essas indenizações podem ser acumuladas.

Se você foi vítima, o que fazer?

Segundo especialistas em Direito, o primeiro passo é fazer um B.O. (boletim de ocorrência) e uma denúncia ao CRM (Conselho Regional de Medicina) de seu estado.

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Para comprovar o erro, é necessária uma cópia do prontuário médico, que o hospital ou clínica deve disponibilizar para o paciente. Esse prontuário deve ser dado ao paciente o mais rápido possível para evitar fraudes.

Uma segunda opinião médica é importante. Preferencialmente procure um de sua confiança, pois alguns médicos se negam a dar uma opinião alegando ser falta de ética. No entanto, alguns casos são fáceis de serem comprovados tais como lesões físicas ou esquecimento de material cirúrgico no corpo da paciente, como no caso de Thamara. Nesses casos, o melhor é um raio-x, foto ou ultrassom.

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.