O equilíbrio de um lar na formação de seres humanos completos

"Se nós não estabelecemos nossas prioridades de acordo com o plano divino, estamos em perigo de servir outros deuses". Dallin H.

C. A. Ayres

Praticamente em todas as famílias hoje em dia vemos algumas pessoas que cresceram em situações diferentes da ideal com pai e mãe juntos, mas em lares habitados somente pela mãe – e somente em algumas dessas famílias o pai se fez presente na vida dos filhos – ou, em menor proporção, somente pelo pai.

Não há dúvidas que o lar perfeito seria um pai e uma mãe casados legalmente com uma relação equilibrada e saudável para a criação dos filhos, mas isso infelizmente é exceção atualmente.

Também é certo que pais e mães podem criar filhos em outras circunstâncias não tão ideais como esta, mas os riscos também são maiores. Há certos benefícios que somente um lar com um pai e uma mãe possui.

O gênero é importante para o equilíbrio

Os dois gêneros presentes na criação dos filhos trazem equilíbrio na personalidade do futuro ser humano.

Deus com certeza não é sexista e cada um responde pelo seu nível de preconceito em relação ao próximo. Ele está ciente de todos os seus filhos e ama a todos indiscriminadamente como nós mesmos deveríamos fazer, como dissemos no artigo Entendendo o amor incondicional e perfeito do Pai Celestial.

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Porém, há certos atributos de personalidade que precisamos para nossa formação onde o equilíbrio da presença de uma mãe e um pai, juntos, é insubstituível. Com certeza sobreviveremos sem um pai ou sem uma mãe, ainda mais se tivermos um avô, tio, avó, tia, presentes. Mas, o que acontece dentro do lar com a segurança e presença de um pai e uma mãe, nenhuma outra pessoa fora ou esporadicamente poderá completar totalmente.

Um plano de felicidade para todos os seus filhos

O plano de Deus para cada um de seus filhos inclui o casamento e a formação da família para que os filhos cresçam em um lar onde pai e mãe trabalhem conjuntamente para o bem-estar de seus descendentes. Assim, os filhos poderão ter oportunidades de crescimento focando no futuro da humanidade como seres humanos completos.

Casamentos e famílias de sucesso são formadas e mantidas em princípios como fé, oração, arrependimento, perdão, respeito, amor, compaixão, trabalho e lazer. Isso inclui a todos, solteiros, divorciados, viúvos, casados, com diferentes pontos de vista, religiões, ideais de vida, orientação sexual ou responsabilidades.

A felicidade não pode ser diminuída apenas ao plano sexual de uma pessoa. Não criamos filhos felizes se somos egoístas e pensarmos somente em nosso bem-estar, ou apenas se nossa sexualidade estiver satisfeita, mas nosso ser como um todo ajudará na educação e formação de outro ser completo.

A ruptura da família e o desequilíbrio mental, psicológico e emocional das crianças

Segundo a Revista Pepsic, num estudo feito intitulado Família e Aprendizagem Escolar, “O desequilíbrio familiar pode se dar por vários motivos com implicações na vida das pessoas. Assim, deve-se lembrar da importância da estrutura emocional dos adultos no sistema familiar ao enfrentar abalos. Existe um importante período inicial durante o qual o casal sem filhos passa por um processo intenso, mútuo, de adaptação emocional e, se esse processo não ocorrer, o casal pode não apresentar maturidade para lidar com eventuais dificuldades, o que pode gerar a ruptura da família. Isso resulta na formação de novas famílias e, cada vez mais, crianças estão vivendo nessas novas famílias, devido ao rompimento da sua família anterior. Ocorre que esses novos lares não estão prontos para terem filhos, porém já iniciam com eles, frutos de relações anteriores desfeitas.”

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Responsabilidade na formação de seres humanos completos

Toda criança tem o direito de nascer em um lar onde receba amor, carinho e cuidado. Suas necessidades básicas precisam ser preenchidas. Ela não deve ser vista como simplesmente um “acidente” ou desprovida dos mesmos direitos que requeremos para nós mesmos.

Eu cresci em um lar longe de ser o ideal, assim como a grande maioria das pessoas que conheço. A maioria de nós, pelo menos depois de uma certa idade, conseguiu um certo equilíbrio na vida e nas relações interpessoais, mas outros, e mesmo aqueles que conseguiram, possuem maior dificuldade para lidar com certas situações da vida ou não conseguem estabelecer uma família por razões diversas. Eu, como estas outras pessoas, sabemos exatamente por que. Somos gratos pela família que tivemos, mas a dor está longe de ser esquecida.

Isso não tira nossa responsabilidade e não significa que podemos ou devemos proibir nossas crianças de crescerem num lar melhor do que aquele em que crescemos. Precisamos a cada dia mais de famílias conscientes, casamentos reais onde o objetivo não seja apenas ficar junto, mas organizar uma família equilibrada para a vinda de outros filhos de Deus que aguardam sua oportunidade.

Isso requer coragem. Coragem de dizer sim ou não quando necessário para o que a mídia, a sociedade ou seja lá quem for, quase nos obrigarem a aceitar como normal, mesmo coisas que desvalorizam, debocham ou destroem a família.

Para ler mais sobre os perigos atuais e sobre coragem moral, leia o artigo Covardia moral: Livrando-se das filosofias dos homens.

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Não despreze o plano de Deus para sua vida. Uma família é o que de mais precioso existe, e onde crianças saudáveis e adultos melhores poderão crescer para que tenhamos um mundo melhor.

Mesmo que você venha de um lar desfeito ou infelizmente como pai ou mãe, não pode providenciar um lar ideal para seus filhos neste momento, não desista. Nem todos os homens ou mulheres são iguais. Aprenda a perdoar para seguir em frente ainda melhor. Faça sua parte e o Senhor com certeza fará a Dele.

Como disse Dallin H. Oaks, um promotor de justiça e defensor da família: “Se nós não estabelecemos nossas prioridades de acordo com o plano divino, estamos em perigo de servir outros deuses”.

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C. A. Ayres

C. A. Ayres é mãe, esposa, escritora e fotógrafa, pós-graduada em Jornalismo, Psicologia/Psicanálise. Visite seu website.