O que fazer para que a síndrome de Burnout não acabe com seu casamento

É de conhecimento geral que nossa geração vive sob constante estresse. No trabalho, isso tem ocorrido cada vez mais. Veja como evitar que essa síndrome leve ao divórcio.

Emma E. Sánchez

A Síndrome de Burnout, oficializada pela OMS como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”, vem sendo estudado há alguns anos por estar afetando significativamente um grande percentual da população. Suas consequências estão destruindo famílias e, com isso, nossa sociedade. 

Geralmente se manifesta em pessoas cujas profissões exigem constante contato complexo com outras pessoas, tais como enfermeiros, professores, cuidadores de pessoas doentes, de idosos, de pessoas com deficiência ou vulneráveis, bem como em profissionais em postos de atendimento a públicos complexos ou cuja carga horária exceda oito horas diárias. Esse tipo de atividade gera estresse crônico, que se caracteriza por atitudes e sentimentos negativos, primeiramente em relação às pessoas com quem trabalha, depois em relação à família.

O Burnout é identificado nos trabalhadores a partir de fenômenos como absenteísmo (faltas constantes), diminuição da produtividade e da qualidade do serviço, reclamações de terceiros sobre seu comportamento com determinada pessoa ou comportamento entre clientes, também quando as disputas de poder entre colegas se tornam frequentes. A pessoa afetada começa, então, a experimentar afecções físicas e emocionais.

Físicas

Cansaço, exaustão, falta de energia, doenças gástricas, dificuldades para dormir, distúrbios cardiorrespiratórios, tonturas, vertigens, perda de sono e perda ou aumento do apetite.

Emocionais ou psicológicas

Começa a desenvolver certo cinismo, descuido, desinteresse pelo trabalho e, depois, por questões da própria vida, como filhos ou cônjuge. Se apresenta ansiosa, desesperada, tendo inclusive acessos de raiva ou choro.

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Como combater o estresse crônico de trabalho

Agora, imagine tudo isso em sua casa, acontecendo com seu cônjuge ou com você, tendo de enfrentar dificuldades financeiras, filhos pequenos que fazem muito barulho, além de todas aquelas situações estressantes do dia a dia. O que fazer?

1. Identificar e aceitar que você tem um problema

Dizem que o primeiro passo é aceitar, e é verdade. Depois do problema identificado, você poderá começar a conhecer esse inimigo e lidar com ele. Estar ciente de seus sentimentos e doenças o ajudará a ter mais controle sobre si mesmo e sobre as situações estressantes da vida.

2. Aconselhar-se com seu médico, psicólogo, inclusive seu líder religioso

Embora seja verdade que muitos sintomas começam a diminuir quando você aprende a lidar com eles, os problemas de saúde devem ser tratados imediatamente pelo seu médico ou especialista. Por exemplo, devido ao estresse, você pode ter desenvolvido uma úlcera gástrica, mas se negligenciar a úlcera, ela poderá evoluir para câncer.

O mesmo vale para questões psicológicas e emocionais: participar de um grupo de autoajuda, terapia ou conversar com alguém que possa ajudá-lo a gerenciar suas emoções fará maravilhas. A fé e a espiritualidade sempre serão um recurso muito valioso. Por favor, não os descarte!

3. Capacite-se em gerenciamento de estresse e de situações de extrema pressão

Algumas instituições ou organizações oferecem treinamentos constantes em gestão pessoal, de grupos, de relacionamentos conflituosos e alto estresse. Fale em seu trabalho sobre relacionamentos problemáticos que podem afetar sua produtividade e desempenho; as empresas também estão interessadas em melhorar as condições de trabalho de seus colaboradores. Talvez seja questão de apenas fazer com que percebam a necessidade de prover maior capacitação nessa área.

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4. Considere a possibilidade de mudar de emprego ou de carreira

Se colocar em prática todos os pontos acima e nada melhorar, talvez seja hora de tomar decisões mais drásticas. Quando você vive situações tão avassaladoras no trabalho, os relacionamentos mais importantes de sua vida ficam terrivelmente abalados. 

David O. McKay disse certa vez que “nenhum sucesso na vida compensa o fracasso no lar”. Por emprego nenhum nem mesmo posição vale a pena perder as pessoas que se ama. Em nenhum emprego você é indispensável, apenas em seu lar.

Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original Qué hacer para que el síndrome de Burnout no acabe con tu matrimonio

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Emma E. Sánchez

Pedagoga e terapeuta de família e de casal. Casada e mãe de três filhas adultas. Apaixonada por Educação e Literatura. Escrever sobre temas familiares para ajudar os outros é minha melhor experiência de vida.