O que você está disposta a permitir por amor?

Em se tratando de amor, a pessoa que você deve colocar em primeiro lugar é você. Isso define o tipo de tratamento que deseja receber em um relacionamento.

Erika Otero Romero

Em toda relação que o ser humano estabelece, ele impõe limites. Alguns deles são ditados pela sociedade e outros, estabelecidos com o tempo.

Os limites definem a maneira como nos relacionamos. Por exemplo, o tratamento que damos a nossos superiores não é o mesmo que damos aos colegas.

Qualquer que seja o tipo de relacionamento estabelecido, surgem termos quase sem percebermos. Esses limites ditam a melhor maneira de nos relacionar com essa pessoa.

Claro, quando falamos de relacionamentos, os limites podem ser bastante flexíveis. Por exemplo, você pode tolerar a infidelidade de seu parceiro atual, mas não a teria permitido de seus parceiros anteriores. Isso depende da intensidade do afeto e do que essa pessoa significa para você.

O limite dos limites

Quando uma relação começa, é comum que o casal chegue a um acordo. Você ou ele, individualmente, não pode impor as próprias regras e condições no relacionamento. Um relacionamento não é unilateral, para um ordenar e o outro cumprir.

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É natural que sejamos claros sobre aquilo que esperamos de um relacionamento. No entanto, às vezes a pessoa que você ama quebra essas regras. Às vezes, por amor, o impensável é tolerado e flexibilizamos nossos limites. Isto acontece como resultado do apego, que nos impede de colocar um ponto final nesse relacionamento e seguir em frente.

Portanto, você deve cuidar para que o que estiver disposto a tolerar em seu relacionamento não ultrapasse seus próprios limites. Lembre-se primeiro de seu próprio-amor; se você quebrar as próprias regras de amor, isso lhe trará muito sofrimento.

O apego nos relacionamentos

Esse pode ser o maior motivo pelo qual muitas pessoas abrem exceções com seus parceiros. Vejamos, existem vários tipos de apego; no entanto, esse de que estou falando é o que faz você permitir que seu parceiro o machuque.

Esse apego faz você sentir que seu parceiro é como “o ar que você respira”. Para você, ele ou ela é uma necessidade vital. Você tem medo de perdê-lo porque não sabe como seguir em frente se não estiver em sua vida.

Esse tipo de união podem se tornar muito prejudicial. Pois a pessoa apegada é capaz de suportar o pior desrespeito; tudo para que o outro não vá embora.

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O papel da autoestima e dos limites

Uma pessoa com uma autoestima saudável sabe que os parâmetros que possui ao estabelecer um relacionamento amoroso são inquebráveis.

Você pode amar muito seu cônjuge, mas não irá tolerar o menor deslize e dano. Não é que não seja capaz de perdoar um erro ou se reconciliar; você sabe como fazê-lo, o que não tolera é o desrespeito.

É por isso que se insiste tanto em que, antes de amar alguém, você deve ser seu primeiro amor, deve se valorizar mais para não acabar colocando quem não merece em primeiro lugar.

Amar não é o mesmo que sofrer. Essa é uma das ideias mais falsas que nos foram vendidas pelas músicas e filmes. Um amor em que há sofrimento não é saudável.

Sim, pode haver problemas. É normal que haja dificuldades, pois é graças a isso que as relações se fortalecem. O que não é saudável é um relacionamento onde são suportadas humilhações em nome de um amor doente.

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Limites básicos em um relacionamento amoroso

Se há uma pessoa que mais se opõe às expectativas no amor, essa sou eu. Acho que quando encontramos alguém, não devemos esperar nada dessa pessoa; é melhor sermos surpreendidos. Acho que você sofre menos se a pessoa acabar não dando muito de si na relação.

Agora, algo de que estou totalmente convicta é que, embora eu não exija coisas do tipo “ele tem que me agradar em cada detalhe”, não vou tolerar mentiras, infidelidade e maus-tratos. Posso não exigir nada dele, mas estabeleci limites bem definidos e é algo que sempre faço questão de deixar claro.

A verdade é que as coisas que peço são básicas para qualquer relacionamento humano. Não peço nada de outro mundo; portanto, ao menor erro em um desses aspectos, quem vai embora sou eu.

Esse aprendizado não veio de graça. Tive um relacionamento em que me apeguei a alguém, e isso ensinou-me a ter mais respeito por mim mesma. Se pude tirar algo de bom dessa relação, foi nunca mais querer encontrar alguém como ele na vida.

Aprendi com essa relação a não esperar nada de ninguém, mas esperar muito de mim e estabelecer limites. Também aprendi que, se há alguém de quem posso exigir respeito, esse alguém sou eu. Depende de mim permitir até onde as outras pessoas podem chegar. Sou eu que decido o tratamento que os outros vão me dar.

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Você é uma pessoa de inestimável valor. Tenha em mente que o amor que professa por si mesma é o que faz com que chegue um bom amor em sua vida.

Traduzido por Erika Strassburger, do original ¿Qué estás dispuesta a permitir por amor?

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.